Me deixe ir.

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Anita

Ultimamente tenho me aproximado do Gus e ele disse que iriamos sair hoje.

Coloquei uma calça preta, uma blusa preta de manga, botas pretas, um casaco preto e vermelho quadriculado e deixei meu cabelo não-natural solto.

Bateram na porta do meu quarto e eu a abri dando de caras com Gustavo que sorriu depois de me analisar.

"Vamos?" Disse ele

"Sim!"

Fomos o caminho todo calados, mas era um silêncio confortável. Sem perceber vi que tínhamos parado em frente de uma sorveteria. Ele abriu a porta me deixando passar antes e eu entrei fazendo alguns olhares desaprovadores se dirigirem a mim e eu apenas abaixei a cabeça desconfortável depois senti braços na minha cintura e levantei a cabeça dando de caras com dois olhos cinzas intensos. Abracei Gustavo e pedimos um sorvete. Eu pedi de menta e ele de pistache.

Sentamos em uma mesa fora da sorveteria e ele começou a falar

"Eu preciso te contar algo...Primeiramente me desculpa."

"Fale logo Gus."

"Eu descobri que você se cortava, eu sou o 'anjocaido', eu adoraria te ajudar... E não é só isso Anita..."

"Como?" Falei coma voz falhada ele segurou minhas mãos me acalmando e então continuei a falar "Como você descobriu?"

"Você deixou seu computador no tumblr ligado e quando eu iria te chamar no quarto acabei reparando e vi o seu nome lá, mas tem outra coisa" Ele suspirou e continuou a falar "Eu preciso da sua ajuda Anita..." Ele falou me preocupando

"O que houve?"

"Eu me apaixonei por uma garota suicida, uma depressiva, linda, estranha, gótica, emo, louca e perfeita... Ela nem deve imaginar isso..." Ele falou me fazendo sentir um pouco de raiva e felicidade ao mesmo tempo

"Quem é a sortuda?" Falei zoando com ele

"Você!" Ele disse me fazendo engasgar com o sorvete (apesar de ser estranho engasgar com sorvete eu engasguei, mas dane-se, eu engasgo com tudo)

"Não brinque"

"Não estou brincando" Disse ele se aproximando cada vez mais de mim e quando nossos narizes se roçaram ele pegou o meu sorvete da minha mão e passou na minha boca e embaixo do nariz me fazendo rir.

Ele riu e depois beijou o espaço entre minha boca e nariz e depois beijou minha boca. Deixei minha boca entreaberta e a sua língua entrou nela. As nossas línguas lutaram juntas por um bom tempo até faltar o ar.

Eu gostava dele.

Saímos da sorveteria de mãos dadas até um parque e ele se ajoelhou, pegou minha mão e disse:

"Anita Boulevard, aceita namorar comigo?"

Me abaixei a sua altura já que ele havia se ajoelhado e beijei apaixonadamente o emo a minha frente.

Quando o ar faltou nos abraçamos já em pé e eu sussurrei:

"Não me deixe ir"

"Nunca! Eu te amo!" Falou ele me olhando profundamente e eu desviei o olhar

"Eu também..." Respondi ainda sem o olhar.

Amor é uma palavra muito forte para se dizer sem menos nem mais.

Save me → short storyOnde histórias criam vida. Descubra agora