Capitulo 3

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Pov. Thalia

Eu me sentia traída, não só por Aylla que sabia que eu era confusa em relação aos meus sentimentos por Jack, mas que eu gostava muito dele, além de ela nem me falar o que estava acontecendo. Jack também me magoou pois ele melhor que ninguém sabe o amor que Andrew nutri pela Aylla e fez isso agora! Aylla disse que não sabia do que eu estava falando, como ele poderia ser tão falsa e mentirosa apenas para não sair por baixo. Estou magoada por conta da forma que ela disse tudo para mim, como se quisesse me humilhar... E aquele sorriso desgraçado dos dois...

Peguei minha moto e sair em alta velocidade com Andrew, como moramos próximo a praia chegamos rapidamente lá. Começo a andar lentamente pela areia da praia que sempre me acalmava, vejo Andrew andando ao meu lado com lágrimas ainda por seus olhos, eu estava com ódio e muita raiva. Suspiro e me sento na areia puxando Andrew para sentar na minha frente, coloco minhas mãos em seu rosto e o levanto fazendo o garoto olhar para mim. Afago seus cabelos negros, olhando no fundo de seus olhos.

— Andrew não fica assim... — Murmurei em um tom de consolo já limpando suas lágrimas teimosas. — Eu sei o que sente por ela, mas não vale a pena chorar pelo leite derramado.

— Eu sei Rose mas não consigo controlar. — Dou um pequeno sorriso ao ouvir meu apelido.

— Eu também me sinto machucada Caleb, mas chorar não vai resolver esse problema. — Também o chamei pelo segundo nome, só eu e ele tínhamos essa intimidade de nos chamar pelo segundo nome e normalmente fazíamos isso quando estávamos a sós, nós sem formos muito amigo, não era como eu e Aylla, mas sempre fomos muito parceiros. Ele limpa as lágrimas e de repente abre um sorriso o que me deixa confusa.

— Olha só quem fala, a chorona da família. — Fala o rapaz aos risos, sua risada era reconfortante.

— Ah qual é, eu tenho depressão você quer que eu faça o que quando tiver uma crise? Que saia dando flores e amor por aí? — Perguntei entre risos. Sim, tenho depressão, surgiu na época em que estava no orfanato

— "Eu tenho depressão, Quero que você se trate, que você seja  forte, ou você se domina, ou deixa o mundo dominar você. Acorda Thalia, o mundo não é um filme de adolescentes em que a garota rica tem uma suposta depressão e quer a atenção de todos. Você não desistiu de sua vida ainda. Ao mesmo tempo que é forte, é uma mimadinha idealizando a porra de uma depressão. — Ele falou pouco irritado tirando minhas mãos de seu rosto. Grosso, como sempre. Suas palavras foram duras, foi como bater a cabeça e enxergar o mundo novamente. Respirei fundo e dei de ombros.

—  É que... Eu... Me sinto triste o tempo todo, fico lembrando de quando minha mãe me deixou no orfanato, mas não lembro do rosto dela. E nossos pais não contaram nada a nenhum de vocês, mas eu já tentei tirar minha vida e sim eu estou fazendo tratamento — Murmurei baixinho as palavras em minha defesa.

— Somos mimados pela mãe e pelo pai o tempo todo, não sabia disso, mas ainda assim você tem que acordar e superar, todos nós fomos abandonados igualmente — Esbravejou em minha cara ainda irritado. Quase gritei com ele, mas já chega de brigas.

— Está me magoando. — Sussurrei abraçando minhas pernas e abaixando a cabeça.

— Você está se magoando com essa merda. Acorda, cresça, amadureça e seja melhor. Quer estar certa o tempo todo, não é assim que a banda toca. — Murmurou o rapaz ainda sério. Ele respirou fundo e fitou a areia.

— Obrigado. Podia ser menos grosso, babaca. — Levantei minha cabeça sorrindo e ele sorriu também se virando para mim.

— Bobona. — Murmurou ele apertando meu nariz com força. Ai! Peguei em seu pulso e o empurrei.

— Seu... Vou te bater! — Fui para cima dele começando a estapear com tapas fracos. Ele ria feito uma criança.

— Eu vou te dar um banho nessa água gelada para minimizar esse seu fogo! — Ralhou o moreno impaciente já levantando.

— Primeiro, o único com fogo aqui é você! Segundo, vai ter que me pegar! — Saio correndo pela areia com Andrew atrás de mim.

Por ser maior e mais rápido, Andrew logo me alcança, me pega no colo e nos joga na água salgada e extremamente gelada. Ainda presa à ele, nos fez voltar à superfície e começamos a jogar água um ao outro e assim esquecendo um pouco o ocorrido algumas horas atrás.  Quando ficamos com bastante frio,  sentamos na areia. Coloco minha cabeça em seu peito e ele passa os braços ao meu redor tentando me aquecer.

— Vir aqui sempre me acalma, sentir a brisa do mar, ouvir o barulho das ondas... Não tem nada melhor. Esse é meu lugar preferido no mundo inteiro. - Murmuro com o tom de voz pouco trêmulo por conta do frio. Nós apertamos ainda mais em uma tentativa de amenizar o frio.

Após alguns minutos, decidimos ir para casa já que estava ficando muito tarde.  Quando chegamos a casa estava totalmente escura, todos estavam dormindo, Subimos as escadas tentando fazer silêncio, mas só tentando, pois Andrew esbarrou em dois vasos me fazendo rir baixinho. Quando chegamos no corredor dos quartos, olhamos automaticamente para o quarto de Jack e suspiramos. Paramos em frente ao meu quarto e Andrew me abraçou e sussurrou :

— Obrigado Rose, por me fazer esquecer por pelo menos algumas horas. — Andrew sussurrou em meu ouvido

— Sempre estarei aqui, quando precisar é só chamar. — Falei sorrindo. Eu iria dar um beijo em sua bochecha mas o mesmo virou o rosto para olhar algo, assim o fiz. Ouvimos um clique e a porta do quarto de Jack foi aberta, Aylla saiu de lá coçando os olhos e bocejando baixinho. Ela ficava adorável quando acordava. Ela nos olhou rapidamente e novamente bocejou soltando um ronronar, deu as costas e desceu as escadas, provável que iria comer uma fruta.

— É... Isso foi estranho. Rose... Eu posso dormir em seu quarto? — Murmurou em um tom manhoso me fazendo rolar os olhos e rir.

— Pode Caleb... Contando com que não façamos o que eles fizeram. —Murmuro pouco decepcionada apontando com a cabeça para o quarto da frente.

— Claro, vou tomar banho e já vou para lá. — Ele sorri e vai em direção ao seu quarto tomar banho e trocar de roupa.

POV Andrew

    Depois de tomar um banho senti fome  Saí caminhando com lentidão até as escadas, desci vagarosamente logo entrando na cozinha. Aylla estava debruçada na bancada com um livro aberto, óculos no rosto e um prato de cereais e granola, vestido era curto dava para ver a poupa da bunda.

— Desculpe. — A ouvi murmurar. Voltei à consciência e subi meu olhar para seu rosto, ela ainda estava de costas. Fui até a geladeira e a abri pegando um iogurte, o abri e peguei uma colher pondo uma quantidade na boca.

— Pelo quê? — Murmurei sentando em sua frente. Ela subiu minimamente o olhar para mim, o óculos estava pendurado em seu nariz avermelhado.

— Por conta das coisas que disse a você. Ele me beijou, fomos pegos de surpresa e fui acusada de traição por Thalia, sendo que não temos nada. Enfim... Foi um acidente o que aconteceu. — Murmurou ela um pouco nervosa e sentir um pouco de mentira em suas palavras por mais que não quisesse acreditar naquilo. Novamente levantou seus óculos. Levantei e puxei o casaco que estava na bancada, só depois eu percebi que era meu. Ela estava usando meu casaco? Uau. Amarrei a peça em sua cintura logo cobrindo seu bumbum.

— Tudo bem. — Sussurrei beijando sua bochecha, senti seu sorriso.

— Depois de tudo o que passamos você volta como um cachorro para ela, não é Andrew? — Ouvi a voz feminina e cheia de raiva e respirei fundo, Thalia subiu as escadas e Aylla se virou pra mim pude sentir o cheiro de Jack grudado nela e em seu rosto um sorriso maldoso e presunçoso. Ela havia pegado meu casaco para tentar me comover e me afastar de Thalia, ela sabia que havíamos saído juntos e depois eu e Thalia que somos os obsessivos. Tirei os braços de Aylla que prendiam minha cintura e corri escada acima.

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