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Mais um dia sem cor, sem ânimo, sem vida.
Mais um caminhar sem estrada, sem direção, sem destino.
Mais um ano cheio de vontades suicidas, machucados internos e externos, sem coragem para erguer a cabeça e revidar todas essas frustrações que o empurrava cada vez mais para o abismo negro, um abismo chamado de Morte.

Era assim que o jovem Kim em pleno seus 17, quase 18 anos de vida ,oque por muitos era considerado o auge da vida, se sentia. Ele estava cansado demais para revidar o bullying que sofria na escola, dos olhares tortos que recebia por ser um ômega recessivo, das palavras maldosas que jogavam em seus ombros a cada passo que dava pelo corredor da escola aonde cursava seu último ano.

Mais um dia cheio e sem vida havia acabado, menos um dia para seu psicológico sofrer.

Ao chegar no pequeno e simples apartamento que morava, o qual seu pai havia lhe dado para sumir de sua vida após seu terceiro casamento, o pequeno jogou a mochila no chão e colocou a mão na barriga, gemendo de dor ao tocar no hematoma novo.
Novamente apanhou na escola, dessa vez por simplesmente não olhar para a cara do alfa que vivia lhe atormentando desde a 6° série, e foi assim até agora no 3° ano. Não sabia porque Hendy Lin lhe odiava tanto, nunca havia feito nada para o tailandês insistir em pegar no seu pé e lhe bater.

Sem pressa, Taehyung foi até a cozinha que era separada da sala por uma mureta e foi até o armário de cima, pegando uma caixa pequena de isopor e abrindo-a, revelando alguns remédios e ampolas com numerações.
Seus olhos verdes passaram pelos medicamentos e logo pararam ao ver o que procurava, uma seringa ainda lacrada. Ele pegou o objetivo dali junto a uma ampola com dois XX.

De forma eficiente, pois não era sua primeira vez fazendo aquilo, ele quebrou o lacre do vidrinho e retirou a proteção da seringa, logo sugando o líquido meio amarelo claro para o local de armazenamento e depois levantou a manga do moletom azul que usava, revelando vários pontinhos de injeção na região de suas veias, então ele levou a ponta do cateter até o local que era bem conhecida por si e foi atravessando em sua carne.
Independente de quantas vezes fizesse aquilo para aliviar suas dores e lhe tirar daquela realidade, ainda era agoniante sentir a morfina sendo solta em sua correndo sanguínea, era agoniante porque parecia queimar sua pele, tanto que em poucos minutos suas veias apareciam bem visíveis, meio roxas na pele clara do rapaz.

Depois que injetou toda a substância, ele jogou a seringa na lixeira junto da ampola e caminhou em direção ao sofá de três lugares já surrado pelo tempo. O loiro praticamente se jogou e olhou para o teto descascado, a lâmpada havia queimado, então nem se importou em usar o pouco dinheiro que seu Pai alfa mandava para lhe sustentar, deixou a lâmpada ali, apenas servindo de enfeite. O dinheiro mal dava para comprar comida e os produtos de higiene que precisava, então não achava necessário gastar com algo bobo como a lâmpada.

Em seus lábios um sorriso se formou e ele passou a rir em meio as lágrimas que caiam de seus lindos olhos verdes -herdado por seu Pai ômega, não só isso como seu cabelo loiro também ,pois ele era australiano- novamente estava tendo uma recaída, novamente se culpando por estar vivo e sozinho, assim como desde que nasceu.


- Desculpa por estar vivo...



Pediu para o vazio, um vazio que já estava em si a muito tempo. Porém toda vez que tentava acabar com sua vida para não sofrer, acaba desistindo por ser covarde demais até mesmo para se matar.

Seus olhos passaram a pesar aos poucos e não sentindo mais dor fisicamente e sim sentimentalmente, ele adormeceu ali mesmo. No escuro, sozinho, sofrendo em silêncio, completamente deslocado e sabendo que não poderia mais viver daquela forma.


✧༺🌹༻✧

Taehyung acordou ao escutar um barulho próxima a si, já estava de manhã e aqueles feromônios lhe embrulhou o estômago, ainda de olhos fechados por conta da claridade que entrava pela janela quebrada, sentiu seu rosto ser molhado o fazendo se sentar rapidamente e olhar para a pessoa em sua frente.

Ponto fraco •VKook• ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora