01 - o rosto e a cabeça quente

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betada pelo meu Solzinho, obrigada!

A Fazenda Cajueiro:

Capítulo 01 - o rosto e a cabeça quente

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Capítulo 01 - o rosto e a cabeça quente

São José: Padroeiro do Ceará. Se chover no dia 19 de março, data em que se celebra esse santo, o inverno tende a ser próspero e a colheita de cajus no campo farta.

Santo Antônio: Santo casamenteiro. Sempre ouvi uns boatos que, se você se declarasse no dia de Santo Antônio, 13 de junho, tinha mais chance de dar certo! PS: não sei se é verdade, testem & me digam hahaha

Baitola: uma tradição nordestina, prov. etimologia popular, atribui a origem desta palavra a um engenheiro inglês, homossexual, que, na construção de uma via férrea local, referia-se à bitola pronunciando-a dessa maneira, baitola.

―✹―

Baitola.

Era como chamavam Jeon Jungkook em Sobral, no interior do Ceará.

Pelas costas, é claro.

Já fazia um tempo desde que o chamaram assim bem no seu rosto e rindo da sua raiva, de baitola.

O cabra, Felipe, corajoso, Jungkook precisava admitir, terminou com o nariz esquisito e coberto de sangue, e os dois foram parar na delegacia já que Sobral era a típica cidade pequena em que uma briga no bar era relevante o suficiente para atrair os olhares curiosos de vizinhos fuxiqueiros.

O delegado olhou quase com satisfação quando viu aquele mesmo Felipe chegando porque naquela noite ele por fim teria trabalho a fazer.

A satisfação morreu quando viu Jungkook entrando logo depois, os policiais o conduziam  num receio respeitoso de encostar nele e a boca do homem secou tanto que ele pegou um copinho para servir-se do café ruim que havia naquela quase madrugada.

ㅡ Dotô ㅡ Jeon Jungkook não tinha um doutorado, nem sequer uma especializaçãozinha mequetrefe, mas levantou os olhos para o delegado. Sabia que era com ele. ㅡ O senhor está bem?

Aquele homem tinha uns quarenta e cinco anos. Era pelo menos quinze anos mais velho que Jungkook e ainda assim lhe chamava de 'senhor'.

Era uma posição confortável, claro. Jungkook estaria mentindo se dissesse que não gostava de todo aquele respeito medroso que as pessoas lhe dirigiam.

Porém, também imaginava como lhe tratariam se ele mesmo não fosse um dos maiores produtores de castanha de caju da região. O delegado não lhe chamaria de baitola, lhe chamaria de coisa pior. Os dois policiais eram bons homens e era uma boa mulher também a policial que levava sem exageros o outro sujeito para que ele se sentasse numa das cadeiras, mas suspeitava que as mãos dos três seriam grossas, desnecessárias e eles colocariam uma boa força enquanto o conduziam para aquela delegacia se ele não fosse o dono da Fazenda Cajueiro.

Fazenda Cajueiro [Taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora