02 - agora ninguém vai pegar a gente

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Jeon Jungkook sempre ouviu dizer que o amor era paciente. Que o amor tudo suportava.

Era verdade.

Ele e Taehyung tudo suportavam. Eram pacientes com aquela cidade que não os aceitava.

Nunca conseguiram ficar juntos como queriam. Jungkook fantasiava com o dia que Taehyung lhe pediria em casamento. Queria ter um filho, queria ter alguém para deixar a Fazenda Cajueiro quando morresse.

Taehyung sempre quis pedir uma música nas festas que eles iam e pedir pro sanfoneiro dedicá-la a Jungkook, seu homem. Queria ele guiar o mais novo pelos quadris, segurá-lo na mão e fazê-lo girar em seus braços, colar o rosto no dele enquanto dançavam um xote agarrado.

Mas isso só acontecia no quarto deles e Jungkook dançava de costas, como Taehyung gostava.

O peito de Taehyung colado nas suas costas, a respiração dele arrepiando sua nuca. Taehyung tinha sua mão entre os dedos e o guiava devagar, dois para lá e dois para cá. Jungkook relaxou e jogou sua cabeça para trás, deitando-a no ombro dele.

O Jungkook deu vários risinhos e gemeu quando Taehyung começou a cobrir suas pintinhas do pescoço com a língua, deixando um rastro molhado e quente.

A outra mão dele, que estava suave em sua cintura, subiu e o pegou logo acima do umbigo, puxando para si. Deixou os dois inteiramente colados. Jungkook sentia, esfregando-se na sua bunda, o quanto Taehyung o desejava.

Não era bem sua intenção, ele só queria dançar um pedaço com o homem que amava.

Mas onão podia negar o quanto era excitante e, só de sentir Taehyung assim, Jungkook já se sentia disposto, fácil, como se ele não estivesse cansado do dia de trabalho.

Aliás, na maioria das vezes, cansaço nenhum conseguia impedi-lo de deixar Taehyung lhe devorar.

Sufocavam a vaidade, finalmente, a vaidade da felicidade tão difícil e tão custosa que conquistaram. Era pouco, mas os dois estavam satisfeitos com o amor que tinham.

Taehyung girou-o, colando seu peito no dele, e bebeu com calma o amor da boca de Jungkook.

Se separou só para se livrar da camiseta e Jungkook ficou igual mas livrou-se de tudo, tirando a roupa para o homem que amava.

Taehyung sempre suspirava do mesmo jeito apaixonado quando via Jungkook nu e duro.

Voltou a beijar, despenteando seus cabelos pretinhos e Jungkook estava sendo empurrado no meio do beijo, até que sentiu a cama de casal contra suas pernas.

Deitou e sentiu seu corpo coberto pelo peso do homem que amava.

Taehyung arrancou-lhe todos os suspiros, todos os gemidos. Jungkook chorou de prazer, quando o sentimento foi demais e escapou pelos olhos. Sentia-se cheio, atravessado e Taehyung o partia em dois com tanta fome, que tudo que não era Jungkook era aquele sentimento devastador.

Chamar aquilo de fazer amor era a definição mais correta do ato.

Taehyung gemeu rouco no seu ouvido e lhe chamou de patrão porque sabia o quanto aquilo amolecia Jungkook e fazia ele gozar mais rápido.

Eles chegaram juntos ao topo e não fizeram tanto barulho porque estavam beijando e os gemidos morriam na língua um do outro.

Taehyung caiu cansado ao seu lado quando saiu de dentro dele e Jungkook foi para o seu abraço como se estivesse atraído por um ímã. O coração de Taehyung estava descompassado no peito pelo esforço de fazer amor e pelo orgasmo recente.

Passeava os dedos nos cabelos escuros de Jungkook e sabia que ele assim, ouvindo seu coração e recebendo aquele cafuné na cabeça já já dormiria.

Taehyung logo o acompanharia.

Era muito pouco o que tinham, bem longe do que eles mereciam, mas aquele pouquinho o  deixava tão feliz.

Sabia que o homem nos seus braços também era feliz.

Até agora, ninguém tinha pegado eles.

Taehyung dormiu sentindo no ar o cheiro de sexo, de Jungkook e das castanhas torradinhas da Fazenda Cajueiro.

Não chore, não, querido, esse deserto finda

Tudo aconteceu e eu nem me lembro

Me abraça, minha vida, me leva em teu cavalo

Que logo no paraíso estaremos

―✹―

N/A: Ah, gente, esses Taekook, que dor! :(

Eles deram um jeitinho de ser felizes, mas eu acho que eles mereciam bem mais.

Se você chegou até aqui, obrigadíssima! Não esquece de deixar a estrelinha e me contar o que achou.

Um beijo e até o próximo capítulo de Céu Que Toca o Chão!

Eu não ia comentar isso, mas mudei de ideia quando acordei. Acho que algumas coisas precisam mesmo ser faladas porque é quando falamos delas que tomamos consciência que existem e, só quando aceitamos que existem, que são terríveis é que podemos fazer algo para alterar a situação.

Fazenda Cajueiro é baseada em fatos, bem mais do que eu gostaria. Algumas dessas coisas vi de perto, outras vi de longe e, como o Jungkook, tive que devorar minha revolta. Às vezes em silêncio, às vezes não. Quase tudo sobre o caso da Naomi aconteceu. Houve mesmo um policial que disse exatamente as coisas que o Seokjin falou. Me sinto envergonhada em dizer que, sim, aconteceu no meu país Ceará (na verdade, sei que isso ocorre no Brasil todo) e aconteceu nos termos que coloquei aqui nessa fic. Ao mesmo tempo, fico aliviada por que todos os cabras envolvidos foram presos pela polícia. Se isso é suficiente ou não, aí já é outra história.

Por favor, que tenhamos mais amor. Quando não for possível ter amor, que tenhamos ao menos empatia e respeito, isso todo mundo merece. E que não falte também disposição em aprender, em entender.

Agora, sim, beijos e fiquem bem!



Fazenda Cajueiro [Taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora