Até a Luz Apagar | Yandere x S/n

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Viajamos por muitas horas para chegar em outra cidade. Não sabíamos o que esperava por nós. Tudo que tivemos em mente era se divertir naquela noite. Após o show da nossa banda favorita, nós cinco estávamos desorientadas pelo álcool, tirando eu, que estava totalmente sóbria, o que piorava ainda mais a situação.

Houve uma apagão e estávamos em uma rua completamente deserta. A nossa única proteção que estava sob nossas cabeças se apagou, mas ainda tinha a lua, minha humilde companheira que presenciou tudo pelas próximas horas.

Eu assumi o papel de responsável e guiei todas pelo caminho certo. Precisávamos chegar na casa da minha prima, que morava por perto. Elas me deram muito trabalho por todo o caminho, mas ainda assim, eu preferia que elas tivessem me dado mais trabalho.

- Segure a mão em pares! -Maisha, a mais sensata de todas, levantava as mãos para o ar enquanto andava. - Não, é? Capitã S/n? - Por eu ter sido rígida com elas o tempo todo, ela me deu esse apelido.

- É uma boa ideia. Está muito escuro e pode ser perigoso. - Felizmente todas elas obedeceram. Com certeza o medo de algo ruim acontecer é mais afetivo que o álcool. - Se eu me lembro bem, é por esse caminho... - Viramos a esquina.

- Você vai fazer a gente se perder, isso sim. - Yoki dizia, toda rabugenta. Eu a olho de canto, mais concentrada na rua.

- Eu tenho quase certeza que é por aqui. Vamos atravessar a oficina abandonada para cortar caminho. - Eu sinto um aperto na minha mão e eu olho para meu par, a Yasu. Ela está se esforçando para não fechar os olhos. - Yasu? Está com sono?

- Sim... Quero dormir logo. - Ela esfrega os olhos e pisca várias vezes para se manter acordada.

- Todas precisamos de um cochilo. - Para me sertificar que as outras três estão atrás de mim, eu as olhos, todas de mãos dadas. Yoki me corresponde com uma careta brava e as outras apenas me olham. Tudo bem, mais quatro ruas e estaremos na oficina. Caminhos silenciosamente. Por algum motivo, ninguém queria quebrar o silêncio que reinava. Eu senti um mal pressentimento e segurei firme a mão de Yasu. Eu podia ver que ela também estava esperando algo acontecer. Não podia falar pelas três, mas nós duas não estávamos nos sentindo seguras.

Eu vejo uma movimentação nas sombras e paraliso. Dela surge um garoto bonito de cabelos pretos e lisos. Eu não consigo o enxergar direito por conta do apagão, porém a luz da lua mostra que ele está com um rosto sério. O garoto está com as mãos nos bolsos e se aproxima lentamente de nós

(Ele vai fazer algo? Não é louco. Estamos em maior número, mas...)

Eu olho para minhas amigas que quase não conseguem se manter em pé. Eu engulo seco e mantenho uma voz natural para iniciar a conversa.

- Oi, tudo bem? - Eu fito seu olhar. Ele não parece estar interessado nas minhas amigas, pelo contrário, desde o início ele mantém os olhos em mim.

- Eae! Como vão? - Ele me surpreende com uma voz animada. Seu jeito sério se tornou algo empático e relaxado. Ele sorri e acena com uma mão para nós. - Sabe, a cidade inteira está escura.

- A cidade inteira!? - A Yasu sonolenta desperta rapidamente.

- Haha, sim! Eu não sei porquê garotas como vocês estão andando sozinhas por aqui. É bem perigoso, sabia?

- Nós sabemos, mas estamos em cinco. - A Yoki o responde rapidamente.

O garoto faz uma cara de pena e empatia.

- Eu só quero avisar que é perigoso por aqui... A oficina abandonada aqui perto é um ponto de encontro para delinquentes. Quem sabe o que eles podem fazer.