Herói Nas Horas Vagas

O herói exclusivo de Jisung

A luta, ao ver dos telespectadores, tinha acabado e o vencedor era Lee Know. As forças do herói tinham se esgotado, ele aceitou que o vilão não poderia ser derrotado facilmente, novatos nem deveriam enfrentar vilões com o triplo de força e resistência que a deles.

Patéticos.

Minho só não prosseguiu com o plano porque, de repente, Jisung surgiu entre a multidão e saiu da zona segura para entrar no campo de batalha. O garoto desajeitado tropeçava nos próprios pés, mas os obstáculos no caminho não foram o suficiente para fazê-lo perder o ritmo. Frustrado com a situação, ele deixou o super-herói desacordado no chão e foi ao encontro do Han, pronto para lhe dar um de seus duros sermões.

— Perdeu os parafusos de vez, menino esquilo? É perigoso vir até aqui, o que eu te disse sobre ficar seguro em casa? — Minho repreendeu o namorado, este que assim que viu o vilão, sorriu e acenou. — Você não tem jeito mesmo!

Cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas, estava indignado por seu namorado não conseguir obedecer uma única ordem, a primeira e última no relacionamento deles. Minho suavizou a expressão quando viu o sorriso inocente de Jisung, quase se esqueceu de seus planejamentos em relação ao herói inconsciente.

— Mas você esqueceu a sua pulseira da sorte em casa, então eu resolvi trazê-la… Confesso que também aproveitei para verificar se meu querido namorado está bem — Jisung se explicou e ergueu o acessório. — Juro de dedinho que já vou embora!

— Certo! Se eu colocar a pulseira você voltará para a casa e ficará em segurança? — perguntou e Han balançou a cabeça positivamente. — Certeza?

— Absoluta! — afirmou Jisung, e sorriu para transmitir confiança ao namorado. — Mas só se você colocar a pulseira e não se machucar, essa é a minha única exigência.

— Pode deixar, vou colocar! — disse após pegar a pulseira das mãos de Jisung. — Não precisa se preocupar, eu tenho uma resistência anormal e posso me curar. A propósito, há boatos que aquele herói no chão é um iniciante que se acha superior, você acredita que esse idiota tentou me acertar com uma bola de fogo quando eu estava de costas? Tsc, covarde.

Minho zombou do complexo de superioridade do herói sem experiência que tentou derrotá-lo. Ele ajustou a pulseira no pulso esquerdo e depois colocou a luva por cima.

— Ter cuidado nunca é demais — o Han disse carinhosamente, ele verificou o pequeno corte no rosto do vilão e ficou aliviado ao descobrir que era apenas sangue seco. — Acho que essa é minha deixa para ir… Te vejo no jantar? Volte intacto e tente não machucar ninguém!

— Farei o possível, querido — murmurou em resposta. — Tenha cuidado, prometo que assim que eu terminar aqui voltarei para casa para podermos assistir "O Rei Leão" e cantar hakuna matata juntinhos.

Jisung concordou sem ter argumentos para protestar, tendo total noção de que não poderia convencer o namorado cabeça dura. Quando deu meia volta com a intenção de ir para casa, avistou um pequeno cachorro machucado, rapidamente sua mente lhe deu duas opções: ignorar o animal e deixá-lo morrer no local ou ir resgatá-lo, o que significava quebrar a promessa que fez a Minho.

E Han, com sua sensibilidade e coragem impulsiva, resolveu salvar o cachorrinho. A crueldade não estava em seu sangue, principalmente quando se tratava de animais, até o próprio Minho o questionaria caso deixasse o cachorro ferido para trás.

Sem pensar duas vezes, Jisung correu em direção ao animal e o pegou no colo, ele averiguou o local em busca de alguém que pudesse socorrer o cachorro em seus braços, só lhe restava atravessar furtivamente os escombros e torcer para Minho não vê-lo. Por sorte a luta mortal tinha cessado, talvez o herói tivesse desistido, ele não o culpou porque sabia como ninguém o quão forte era o vilão.