Um Passado Oculto

Vazio

Julie

Acordo mais uma vez a noite mas não é pelo TEPT, mas pelo aperto no peito que sinto, não considero normal porque nunca senti, talvez esse seja o sentimento de vazio que dizem que sentimos quando perdemos alguém, nunca tinha sentido, porque para mim minha mãe sempre esteve comigo, não quero sentir isso, sentir que ela me deixou.
Me levanto, tento não acordar o Julian, o que menos preciso é dele preocupado. Desço as escadas, vou a cozinha para beber água, olho pela janela e vejo a lua, as vezes queria seguir essa luz para sair desse vazio, parte de mim se foi e a que ficou só me decepciona. Só não deixo ir o que sobrou por meu pai e irmão, porque sendo sincera estou destruída e não sei me achar.
Ignoro os pensamentos, não quero me deixar afundar neles, preciso ser forte.

Término me água e começo a subir de volta para meu quarto, começo a sentir um calafrio e meu coração acelera, meu corpo todo diz: corra! E eu corro, nem olho para trás, odeio isso, quase como ver uma silhueta no escuro, assustador.
Chego no meu quarto e fecho a porta rapidamente, e vou para debaixo da coberta, abraço meu irmão forte para tirar esse medo de mim. Credo! Sentimento idiota!
Fecho os olhos esperando o fim dessa noite.