KIRALIK ASK- O CASAMENTO DE DEFNE E OMER

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Pronto! Retirei todo o peso das minhas costas sobre essa mentira que se arrastou durante todo esse ano.  Diante do meu infeliz sim ao contrato de "amor de aluguel" onde ambos se apaixonaram... pois de uma coisa eu sei... eu não duvido do meu amor por ömer e nem o dele por mim. Mas agora o medo domina todo meu corpo e alma, pois olho pra ele e não consigo decifrar sua expressão.
Todos os convidados presentes nos olham com felicidade pelo momento, mas mal sabem o que acabei de fazer. Ouvi então o Juiz chamando o meu nome... -Sra Defne? Hum... Oh sim... SIM minha resposta  é sim.
Chegou a vez de Ömer... lógico entrei em pânico... e se ele responder NÃO?O que eu vou fazer?  O Juiz chama seu nome:- Senhor Ömer? O silêncio invade o ambiente... eu abaixo minha cabeça... estou sem coragem para olhá-lo nos olhos. Então... ouço sua resposta, em um tom baixo e dolorido, ele responde, sim, eu aceito! Aliviada, levanto meu rosto e o olho. Ainda não consigo decifrar nada. O juiz finaliza a cerimônia e a festa se inicia. Logo, os noivos são convidados para a primeira valsa. Então, ele pega na minha mão e me conduz até o centro da pista de dança que está toda iluminada esperando por nós. As luzes se apagam e só conseguimos ver as velas no centro das mesas do convidados e a música é iniciada...(perfect duet) de Ed Sheeran. Ele me conduz pegando na minha cintura, se aproximando do meu corpo. Ouço meu coração acelerado... meu corpo treme. E então, procuro seu olhar... ele sério não sorri , não diz uma única  palavra. Tomo coragem e digo seu nome, -Ömer. E ele me fita profundamente, mas não responde. Eu digo:-Por favor, diga alguma coisa! E nada... apenas o silêncio. A música é encerrada e com ela nossa valsa.
Voltamos para a mesa dos noivos e logo depois uma multidão de convidados vem nos cumprimentar. Ele apenas acena e agradece muito secamente. Sinan percebe que algo não está bem e tentar se aproximar, mas somos interrompidos por minha família. Não consigo sorrir no dia mais feliz da minha vida. Sentimentos de incertezas dominam meu coração. O que será que vai acontecer? Será que ele me perdoará?!
O medo tomou conta completamente do meu emocional. Começo a me arrepender por ter falado a verdade. Não que ela, não devesse ser dita, mas esse não era momento. Acho que deveria ter esperado, sei lá um pouco mais.
Não, não deveria! Minha consciência diz que fiz certo. Agora, é arcar com a minha decisão.  As horas seguem, e a festa se estende... eu o observo, ele não quer interagir com ninguém. O chamam para dançar o Kolo sérvio... ele se recusa... diz estar com dor de cabeça. Olho para Sinan que está sentado na minha frente e então ele me pergunta mexendo os lábios sem som (Defne, vc contou para Ömer?)eu aceno que sim com a cabeça, e seu semblante é de preocupação.  Nesse exato momento, Ömer se levanta e dirige-se para fora do lugar da festa... levanto para ir atrás e tentar conversar, mas ele olha e com o movimento das mãos, noto que é de reprovação. É... eu não devo ir. Ele não quer conversar. Respeito.  Ömer já está ausente da festa por mais ou menos 45 minutos e sua ausência começa a ser notada... por sorte é o fim da festa. E todos os protocolos foram feitos... cortar o bolo e discurso.  Quando penso nisso, fico aliviada. 
Nihan está tão feliz que não percebe minha tristeza e preocupação, mas Iso, ele descobre só de olhar para meu rosto. Eu chego perto dele e  falo:-ISO, eu contei! Contei tudo! Minha voz é de desespero. Continua a falar.... -Agora não existe mais segredos... porém ele não me olha... será fiz certo?
Iso, nesse momento como o bom amigo que é, me olha e abraça. E diz: -Vc fez certo Defocim... não poderia começar uma vida nova  escondendo esse segredo. Independente do que possa acontecer, saiba que vc continua sendo íntegra, honesta e pura de coração. Tenho orgulho de vc.  Gostaria que essas palavras acalmassem meu coração... mas não, ele continua inquieto.
Finalmente avisto Ömer. Com todo meu desespero, não pude contemplar o Deus Grego que meu MARIDO É. Sim, ele é perfeito... mas especialmente hoje, está ainda mais. O vendo caminhar percebo que hoje será nossa primeira noite como marido e mulher, e sempre imaginei como seria perfeita. Mas com tudo que aconteceu, sinceramente não sei o que me aguarda. Por fim,  ele se dirige até mim e diz com aquela voz rouca que me faz suspirar: -Defne, vamos! Já podemos ir. Meu coração nesse momento trasborda de felicidade e esperança. Aceno positivamente com cabeça e me levanto. O cansaço finalmente bateu e começamos a nos despedir das pessoas que estão na festa. Vivo ainda na incerteza de como tudo será daqui pra frente. Mas vamos superar. Pq ainda acredito que o amor é o maior milagre de todos. Uma limousine nos aguarda fora do local do casamento e o motorista nos aguarda para abrir a porta... sou a primeira a entrar, Ömer como sempre um cavalheiro me ajuda com a cauda do vestido. Sentei no banco do carro e ele ao meu lado, olho para suas mãos,  e elas estão sobre suas pernas... ele não vai me tocar? Eu fico pensando...O silêncio novamente toma conta do ambiente e ele está com olhar distante... incapaz de me olhar e fica com a cabeça virada para a janela... a madrugada em Istambul ainda é bela... e as luzes das ruas iluminam o caminho até a casa de Ömer... bem nossa casa agora...
O motorista estaciona o carro, dois minutos se passam até ele abrir a porta. Ömar é o primeiro a sair... estende sua mão para que eu possa apoiar. Saio e novamente ele me ajuda com o vestido.  Desejamos boa noite ao motorista e ele abre o portão. Comecei a pensar, acho que ele poderia me pegar no colo para entrar em casa... mas ficou só no pensamento mesmo, pq ele entrou e deixou a porta aberta para eu passar... logo na entrada da casa, estão nossas malas prontas para lua de mel.  Então, ouço a porta ser trancada e o silêncio novamente toma conta de tudo. Ele muito sério me olha e diz: -vc tá muito linda! Eu sorrio... ele não... Deixa as chaves no móvel ao lado da porta tira o casaco do smoking e sai. Como assim? Me sentindo totalmente ignorada, subo atrás dele. O chamo:-Ömer! Ele não responde. Tiro os sapatos... o chamo novamente: -Ömer! Mas agora em um tom mais alto. Novamente ignorada por ele.  Ao subir o terceiro andar, percebo que ele está no chuveiro.  Roupas e sapatos deixados no corredor. Então, o que me resta é esperar.
Por longos 25 minutos esperei. Ele então sai do chuveiro com a toalha preta amarrada na cintura, exalando um perfume amadeirado do seu delicioso perfume. Levantei da cadeira e disse: -fala comigo! Precisamos conversar. Nesse momento,  ele entra no closet pega uma cueca, calça de moletom e uma camisa branca, entra no banheiro novamente sem dizer uma palavra. Espero por mais 20 minutos e ele sai. Finalmente ele diz alguma coisa. -Defne, por favor troque de roupa. Estarei te esperando lá embaixo para conversarmos.  Minhas pernas tremem de medo e concordo com a cabeça e ele sai... e fico sozinha no nosso quarto sentada na nossa com pavor do que me aguarda. 
Retirando o vestido de noiva, percebo que não era assim que deveria acontecer. Era ele que deveria retirar o vestido... com seu toque suave... desabotoando os botões um a um... e depois nós dois nos entregaríamos um para outro como marido e mulher, deixando o calor entre nossos corpos tomarem conta da paixão que sentimos um pelo outro.  Mas não. Ele não está aqui para tirar o vestido. Um sentimento de tristeza toma conta de mim.  Mas de repente, tenho uma ideia... quem sabe não irá funcionar. Corro para a primeira gaveta da cômoda e retiro a camisola que reservei para a nossa primeira noite como marido e mulher. Ela é linda, de seda branca com alça fina e tem renda francesa aplicada na parte dos seios e nas costas. Atrás possui um decote em V que vai até abaixo da cintura. Vou até o banheiro, tomo um banho quente de 5 minutos e começo a me enxugar.  Passo um creme no corpo, visto uma calcinha toda de renda e bem provocadora e finalmente a camisola.  Solto o cabelo, penteio e deixo ele cair sobre meus ombros. Fico me olhando e pensando... vai dar certo! Ele vai me perdoar. 
Respiro profundamente e abro a porta do banheiro, começo a descer as escadas e finalmente no primeiro andar eu o encontro sentado na mesa com sua habitual xícara de café. Ele está olhando pra ela quando me encontra com o olhar. Ele me olha apaixonadamente de cima para baixo. Eu então me aproximo da mesa. Ele ainda perplexo ao me ver vestida assim, respira e arranha a garganta.  Sorrio para ele, mas seu semblante é sério. Então ele diz: Defne, sente-se por favor. Fico gelada ao ouvir seu convite. Ainda em pé digo para ele: -Ömer, por favor deixe-me concluir o que comecei. Ele então me olha sério, e diz -não! Vc, não vai falar agora. E começa a dizer tudo o que o silenciou a noite toda. Defne, ele continua... eu estou profundamente arrasado sobre tudo que vc me disse.  E eu tento falar... mas ele aumenta seu tom de voz e continua... como pode fazer isso comigo,Defne? Vc é a mulher da minha vida. Minha única. Meu chão e meu céu. Meu norte e meu sul. Como pode fazer isso comigo?
Uma dor profunda começa a rasgar meu peito. Deus me ajuda eu penso.... Interrompo seu discurso e digo. -Eu te amo, Ömer! Eu te amo do fundo da minha alma. Me perdoa.... Eu tentei te contar. Por inúmeras vezes eu tentei. Mas tive medo. Ele se aproxima, e com o dedo indicador toca meus lábios para me calar. E diz secamente. -Isso não é amor. Começa a bater na cabeça e grita- EU TÔ TENTANDO ENTENDER! Eu não consigo. Eu grito.-ÖMER! ME PERDOA! POR FAVOR EU TE IMPLORO. Ele então diz -CHEGA! Vc não merece meu amor.  Aos pratos me aproximo dele e digo novamente- eu amo muito vc! E ele chorando me olha e diz-Eu tbm. Então, toco seu rosto e enxugo sua lágrima e falo -Me perdoa! Vamos superar isso juntos. Ele fecha os olhos... eu me aproximo mais de seu rosto, ele se inclina e consigo tocar meus lábios nos seus. Então, o beijo... ardentemente. Por um minuto sua boca é minha e tento envolvê-lo na emoção do clímax que conseguimos chegar. Mas de repente ele me afasta com força e diz NÃO! Eu não quero! Eu digo- por favor!Ele responde -não te perdoo.  Ele então parte em direção a porta e diz que precisa ficar sozinho. Eu grito- FICA COMIGO! ele não me escuta. Abre a porta e sai sem falar o seu destino. Fico olhando para a porta para tentar entender o que se passou. É isso mesmo? Ömer me deixou sozinha na nossa noite de núpcias? Não! Me recuso a acreditar e saio atrás dele... mas é tarde demais, ele não está  mais por aqui. Então, volto para dentro de casa e sento no sofá marrom da sala e me encolho não dor que ocupa meu peito. Olho para porta e fico na esperança dele entrar a qualquer momento. De repente acordo assustada, e volto meus pensamentos para tudo o que aconteceu. Ömer ainda não voltou... saiu para pensar sobre tudo e ainda nem sinal dele . Olho para o relógio e são  quase 5h da manhã. Olho pela porta de vidro e sinto um clima estranho. Meu único pensamento é, como vamos resolver isso. Volto para o sofá... estou exausta. Meus olhos pesam e novamente adormeço com minha tristeza.  Meus olhos começam abrir lentamente e com a vista embaçada, noto que alguém me observa. Será ele? Meu amor? E então, minha esperança vira uma decepção. É Sinan... e logo atrás está Yasemin lhe fazendo companhia. -Defne querida, acorda diz ela. Levante, precisamos conversar com vc. Eu então entendo, eles tem algo para me dizer sobre Ömer.  O assunto é sério completa Sinan.  -Defne. Ele começa. Vc precisa ser forte. Meu Deus! O que houve? Algo sério com Ömer eu pergunto? Nesse momento Yasemin senta ao meu lado e diz. - não querida. Nada de grave fisicamente aconteceu.Ömer foi nos procurar e discutiu com Sinan, sobre tudo. E ele decidiu nos deixar. Como assim? Eu pergunto. Nos deixar? Sim querida. Ele deixou todos e partiu. Partiu? Eu perguntei. Sim. Partiu e pediu para te dizer que sente muito. Fico louca com as palavras do Sinan. E grito em desespero ELE ME DEIXOU! Não me perdoou! Pq? Pq? E no meu desespero eu me jogo no chão e fico ajoelhada chorando....  Sinan é Yasemin não sabem o que fazer comigo. Ela abaixa e me abraça forte e diz no meu ouvido. -força querida! Vc vai superar. Vc é forte.  Ao ouvir suas palavras alguém bate na porta, é Şükrü entregando um papel para Sinan.  Ele se aproxima de mim e entrega o envelope. Ao abrir deixo o papel cair e desmaio na escuridão da minha tristeza... no papel diz PEDIDO DE ANULAÇÃO DE MATRIMÔNIO.  Não tem mais salvação ele me deixou e quer anular nosso casamento.  Deixo a casa após  arrumar minhas coisas com a ajuda de Iso. Tranco a porta vermelha e entrego as chaves  para Sukru.  Aos prantos entro no carro e parto de volta para a casa da minha vó.  Da casa de Ömer até a casa da minha vó levo exatamente uns 40 minutos com o trânsito de Istambul. Durante o trajeto toca no rádio SAY YOU LOVE ME de Jessie Ware. Não entendo muito de inglês mas sei que trata-se de um música de amor triste.... E ao embalo dela me entrego para a tristeza. Não consigo controlar o choro, e de rabo de olho vejo meu amigo Iso muito preocupado. Ele então diz -Vai ficar tudo bem. Estou aqui contigo. Isso de certa forma me conforta. Ter alguém aqui zelando por mim. 
Ao entrar em casa vejo que todos estão na sala de estar a minha espera. Não quero ver e falar com ninguém. Então deixo a mala perto da escada, retiro meus sapatos e coloco a minha velha e confortável pantufa. Subo as escadas vou para o meu quarto e me jogo na cama. Me encolho em formato fetal, e começo a choras em silêncio. Minha família preocupada respeita meu desejo de ficar só, e de tanto chorar meus olhos pesam e adormeço. 

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⏰ Última atualização: Aug 09, 2021 ⏰

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