Capítulo único

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Olhavam para os lados de fora da quadra procurando alguém no qual ainda não havia ido embora. Queriam ter certeza de não serem descobertas, por mais que anteriormente houvesse pessoas com suspeitas do que acontecia entre as garotas. Agradeceram quanto, ultimamente, as pediam para limparem e fecharem a quadra, era uma das poucas oportunidade em que podiam ficar juntas sem estarem em alertas para ninguém pegá-las no flagra.

Terminaram de limpar e sentaram-se no fundo da quadra, apoiaram as costas na parede, cansadas. Hinata decide deitar a cabeça no colo de Yamaguchi. Tsukishima se apoiava no ombro de Kageyama, apesar delas ficarem discutindo, ainda apreciavam bastante a companhia uma da outra, afinal, se não fosse assim elas nem estariam namorando junto das outras duas. A relação entre Hinata e Tsukishima parecia bastante com a de Tobio e Kei e até mesmo de Shoyou e Tobio, as três gostavam de se provocar e rir de tal coisa. Tadashi era de longe a mais "normal", porém gostava de rir e brincar junto às vezes.

Colocaram no celular de Yamaguchi suas músicas favoritas, "A whole new world" do filme Alladin, tocava no celular, cantavam juntas em perfeita harmonia. A paz, podia-se dizer que era algo raro nesses momentos, nos quais só escutavam e reproduziam o mesmo som ao mesmo tempo e calmamente.

Levantaram em um pulo com o portão do ginásio sendo aberto, a pessoa encontrava-se assim há um bom tempo, porém, só foi notada quando quis. Riu baixo quando foi comprovado uma de suas teorias com provas bem óbvias. Ryuu entrou e fechou a porta em seguida, queria ouvir uma confissão enfim.

— Eu não vou julgar e nem provocar, só quero ouvir alto em bom tom que as minhas suspeitas tinham fundamento — sorriu, ladina, esperando a resposta tão esperada.

— Está bem, nós confessamos estarmos saindo — a loira nem pensou em tentar desviar o assunto para algo menos complicado. — Feliz?

— Nossa, para quem foi a primeira a reclamar quando quase fomos descobertas, você está bem convidativa em falar do assunto, Kei — Tadashi reclamou, enquanto revirava os olhos. A garota recém chegada ficou confusa, esse tipo de comportamento da garota é completamente estranho para si e os demais, que são do time.

— Daqui a pouco você se acostuma com esse comportamento da bonita aqui — Shoyou riu da reação alheia, apontando para a namorada de cabelos esverdeados.

— Nem vou esperar até amanhã, já sei que a fofoca vai estar rolando solta na escola, mas se os professores descobrirem, fodeu feio — Tadashi disse e, de novo, impressionou a colega.

— Nunca mais vou falar que você é santinha, você é uma cobra com escama de camuflagem — sentou junto delas, ao lado de Kageyama.

— Vocês criaram o próprio filtro comigo, nunca tentei esconder minha real forma — revirou os olhos falando, pegou a lixa de unha da mão de Tsukishima, a qual havia acabado de pegar o objeto.

— Eu tento avisar, ainda assim ninguém me escuta nessa porra — a ruiva resmungou fazendo bico.

— Como é um relacionamento poliamoroso? — pergunta, sincera, pensava em inúmeras situações em que tudo poderia dar errado.

— Um relacionamento igual a qualquer outro, não tem nada demais — Kageyama, enfim, falou algo.

— Somente é algo tratado de jeito diferente, é a mesma coisa de quando você namora um garoto — Kei deu de ombros —, nada além do comum.

O silêncio confortável foi formado mais uma vez, dessa vez entre as cinco garotas, pensamentos interligados as conectaram. Ficaram um bom tempo a mais ali, somente ouvindo música e trocando palavras, de vez em quando, sem vontade alguma de saírem e o clima ser perdido. Mas alguns sacrifícios têm de ser feitos.

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