Medo de amar

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Sakura

Uma voz chorosa de fundo me despertou do meu profundo sono, me deixando relutante para levantar, mas ao levar a mão do meu lado vi que estava vazio, não havia o que fazer. Então meia sonolenta abri os meus olhos e vi através da janela uma forte tempestade de neve. Olhei para o meu lado esquerdo da cama e suspirei fundo. Peguei meu celular no meu criado-mudo para ver a hora e já se passava das três da madrugada. De fato, deveria estar enchendo a cara por aí, enquanto eu morro de preocupação.

Fui tirada do meu devaneio quando ouço a voz da minha pequena chamando pelo pai. Minha princesa é muito apegada ao pai desnaturado que ela tem. Calcei minha pantufa e peguei o meu robe na ponte da cama e fui vestindo enquanto caminhava rapidamente até o seu quarto. A noite estava fria e parecia que a temperatura cairia ainda mais.

— Papai! – ouvi uma profunda fungada. — Papai! – a ouvi chamá-lo de novo, só que dessa vez bem baixinho.

Quando abri a porta do quarto a avistei praticamente toda descoberta e já adormecida, chamou tanto por ele que acabou dormindo. Me sentei ao seu lado e passei os meus dedos em seus fios negros – que puxou ao pai, ao contrário das minhas madeixas rosa – cantei bem baixinho para tranquilizar o seu sono.

Don't forget, my darling

You're my little girl

That's iluminate my day

Just close yours eyes, and see me by your side

Don't forget, my little darling

Mom always here

Doesn't matter what's happened, I'll always love you.

De repente senti uma presença a mais no quarto, me virei me deparando com um par de ônix me olhando escorado no batente da porta de braços cruzados. Sequei uma lágrima involuntária que percorreu a minha face e ajeitei o meu robe, me levantando da cama. Dei um beijo na testa da minha princesa e a cobri com a coberta.

Passei direto pelo meu querido marido e me direcionei até o quarto do meu pequeno homem grande. Meu filho mais velho – nem tão velho assim, pois ele já tem cinco anos, enquanto minha princesinha tinha três —, ele gostava quando eu chamava ele assim.

Ele também estava descoberto, fui rapidamente até ele e o cobri, para que não adoecesse. Novamente senti a sua presença naquele ambiente, mas apenas o ignorei. Dei um beijo no meu príncipe, cobri ele com a coberta e sai do quarto, sendo seguida por ele.

Já no quarto retirei o roupão e os chinelos e me deitei em meu macio colchão.

— Então é isso? – ele indagou de braços cruzados na minha frente.

— Isso o quê, Sasuke? – retruquei no mesmo tom.

— Me ignorar até se cansar e depois correr para os meus braços. – fiquei furiosa e me levantei rapidamente, sentindo o frio do clima nas minhas pernas.

— Mas como pode ser tão egocêntrico? – ele me deu um sorriso e permaneceu parado na minha frente. — Não vou nem questionar mais o porquê de sua demora, pois o cheiro de álcool o denuncia. – disse firme, ele deu um passo na minha direção, recuei outro. — Porque faz isso com o nosso casamento? Com os nossos filhos? – perguntei chateada.

— Nunca fui um cara sentimental e você sabia disso desde o primeiro instante em que quis ficar comigo. – retrucou áspero.

— Eu tinha esperanças de que um dia você me amasse e mudasse nem que fosse um pouco esse seu jeito frio e insensível de ser. Mas, pelo visto eu me enganei.

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