Only For You - Sprousehart

• Prazer, Bree Sprouse •

POV'S LILI
Capítulo 11

- Lili! — exclamou com um sorriso tão natural quanto a luz de um poste — lembra de mim?

Eu paraliso, seu rosto é muito familiar, mas não consigo lembrar seu nome nem ligá-lo  a uma situação específica.

- Não lembra de mim Lili? — sua voz é de pura maldade e deboche — Se eu beijasse o Cole você lembraria? — sua expressão acompanha sua voz.

Minha respiração para.
Sinto um arrepio na espinha.
Meus olhos marejam.
Minhas pernas fraquejam.

Eu sei quem ela é.
Ela é a garota com quem Cole me traiu.

Olho para Cole que me encara balançando a cabeça em negação como se me pedisse desculpas pelo olhar.

A vagabunda se aproxima de mim, me olha de cima a baixo e com todo seu ar superior estica a mão em minha direção.

- Acho que não fomos formalmente apresentadas — da outro sorriso maligno — prazer, Bree Sprouse.

Meu estômago nunca esteve tão embrulhado, a sensação que vou desmaiar se intensifica a cada segundo que passa.

- Sprouse? — pergunto num fio de voz e ela assente — eu vou embora — falo baixo e me virando.

- NÃO! — Cole grita me fazendo parar, vem até nós e pega a baranga pelo braço — você não é uma Sprouse, nunca foi e nunca será.

- NO PAPEL ESTAMOS CASADOS COLESINHO — ela se mexe para tentar sair dos braços de Cole mas ele a impede.

- PAPEL? QUE PAPEL? O CERTIFICADO DE CASAMENTO FALSO QUE VOCÊ IMPRIMIU DA INTERNET? — pergunta com ironia — isso não é casamento Bree, é tentativa de golpe — ela franze o cenho parecendo estar muito indignada.

- GOLPE? AMOR VERDADEIRO NÃO É GOLPE COLESINHO! — olha pra mim por alguns segundos e volta a olhar pra ele — VOCÊ VOLTOU PRA NOVA YORK POR CAUSA DA SUA EX? — perguntou furiosa, mas Cole parecia estar alguns níveis a mais que apenas furioso.

- PRIMEIRO, ELA NÃO SERIA MINHA EX SE VOCÊ NÃO TIVESSE FUDIDO COM A MINHA VIDA. SEGUNDO, VOCÊ NÃO TEM DIREITO DE FALAR ASSIM COM ELA. TERCEIRO, ESSE É MEU LOCAL DE TRABALHO, VOCÊ VAI SAIR POR BEM OU POR MAL — Cole a puxou pelo braço e a arrastou sala a fora.

Eu saí da sala a tempo de ver dois seguranças a segurando e levando até o elevador.

- A entrada dessa mulher está proibida nesse prédio — Cole adverte.

- Sim senhor — diz o segurança.

Cole fecha os olhos e da um suspiro cansado. Logo que os abre percebe que estou lhe encarando e vem em minha direção.

- Me desculpa por isso — suspira novamente — eu... Me deixa explicar.

- Não precisa — soltei um riso irônico — eu já entendi — saio andando pelo corredor em direção ao elevador.

- LILI ESPERA! — escuto Cole gritando.

Ando mais rápido ainda, chego a correr.

E... Meu Deus! Que mulher louca!

É óbvio que não acreditei que eles haviam se casado, só de chegar perto dessa mulher você já sente a loucura.

Mas... Acho que tudo isso que aconteceu só pode significar uma coisa...

Eles realmente tiveram alguma coisa.

Chego no elevador com as lágrimas insistindo em sair. Aperto o botão do térreo, mas quando as portas estão prestes a fechar uma mão fica entre elas e o processo para, fazendo com que as portas se abram novamente, Cole entra no elevador completamente ofegante.

- Eu não vou deixar você ir embora sem me ouvir Lili. Não de novo — me lança um de seus olhares intensos.

- Por favor Cole, eu já ouvi o suficiente hoje. Estou indo pro trabalho, saia do elevador.

- Não — ele se aproxima e as portas fecham — eu preciso te explicar tudo.

- Já falei que não precisa, eu sei que não se casaram — o elevador começa a descer.

- O problema é que você pensa que eu tive um caso com ela — diz desesperado.

- Mas você teve! — começo a ficar nervosa.

- NÃO, EU NÃO TIVE — Cole grita e no mesmo instante sentimos um baque que nos fez cair, eu por cima dele.

As luzes se apagam e apenas a pequena luz de emergência permanece acesa.

Eu levanto a cabeça e nos encaramos por alguns segundos, cometo o deslize de dar uma rápida olhada para seus lábios — tão macios e molhados quanto me lembro — quando volto a olhar em seus olhos vejo que dessa vez é ele quem encara minha boca. Sinto uma forte dor no tornozelo, o que me faz sair daquela troca de olhares.

- Ai — digo saindo de cima dele — o que aconteceu? — faço uma leve massagem no local dolorido.

- Pode ter acabado a luz — olhou para o painel — ou o elevador quebrou — seu olhar desceu para meu tornozelo — você está bem?

- Estou — encostei a cabeça na parede — e agora? — também encostou sua cabeça e suspirou.

- Não faço ideia — fica alguns segundos em silêncio mas sua expressão muda de repente — que bom que isso aconteceu — franzi o cenho.

- Que? Por quê? — olhou em meus olhos.

- Porque agora você não pode fugir de mim — suspirei.

- Eu não estou fugindo de você, eu só não quero conversar.

- Mas você vai Lili, preciso que me escute. Eu preciso que você deixe eu explicar — diz parecendo desesperado e eu suspiro.

Encaro seus olhos, eles parecem implorar para que eu lhe escute, como se o que ele tem para dizer fosse mudar as coisas.

Eu me sinto tão impotente. Evitei esse momento por três anos, falar sobre isso sempre foi muito doloroso.

Embora me fizesse de forte, eu chorava quase todos os dias.
Eu fui profundamente magoada pela pessoa que mais amava no mundo, a pessoa com quem eu pretendia passar o resto da vida.

Mas acho que Camila está certa, preciso fazer isso, pelo menos para poder seguir minha vida.

- Tá bom — seu corpo relaxa — pode falar primeiro — ele franze o cenho.

- Primeiro? — pergunta confuso e eu respiro fundo.

- É, eu também tenho algo para falar — ele assente.

- Então...

                                 • • •

Será que finalmente eles vão conversar? Ou vai acontecer alguma coisa?

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