Dois

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BIANCA

Ao sair da faculdade vejo um homem de pele morena, bem-vestido, caminhar em minha direção com os olhos fitos em mim, cheguei a olhar para trás, para ter certeza que sou seu alvo. O observo com atenção, ele é bonito, muito bonito, apesar da sua cara de mal, que não me dá medo.

Buon giorno, ele diz.

Sua voz grossa me assusta, mesmo tendo certeza que eu era seu alvo. Não tenho tempo de responder, pois, uma garota se aproxima de nós e diz algumas palavras para ele, melhor, ao menos ele é conhecido, será que estuda aqui? Se estuda é, estranho, um homem como ele não passa despercebido, ao menos não passaria por mim, que estou sempre alerta, desde aquele fatídico dia, sinto como se quem ordenou a morte da minha família estivesse a minha procura, para concluir seu trabalho. Meu pai diz que minha vida para aqueles homens era indiferente, que eles não sabem da minha existência, mesmo assim, às vezes, esse sentimento é inevitável.

Como você está Pietro? A garota pergunta. Bem, ele responde. Ela sorri, se vira para mim. Garota você é sortuda por conseguir conversar com ele, estudei três anos com esse monumento e quase não ouvi sua voz, apesar que olhar para ele já era o suficiente. Sorrio sem graça, por seu descaramento e por ter ouvido somente duas palavras do belo rapaz. Ela se despede e vai embora.

Não precisa ter medo de mim, Bianca, ele diz me surpreendendo, como ele sabe meu nome? Como você pode ver, falo pouco, mas não mordo. Quer dizer, isso depende muito, meu rosto queima com suas palavras de duplo sentido, devo estar vermelha igual a um tomate. Às oito, passo em sua casa, vamos sair para jantar. Fico pasma com sua ousadia, ao mesmo tempo, gosto dela.

Como assim? Nem te conheço, não sei seu nome. Você nem sabe onde moro.

O jantar é exatamente para nos conhecermos. Meu nome é Pietro Mancinni, já estive em sua casa algumas vezes  o olho com curiosidade, ele percebe. Tenho negócios com o governador  consigo entender. Ele disse algumas vezes, esteve lá em casa, como nunca o vi? Só se ele foi em horários que eu não estava. Ele caminha em direção ao que julgo ser seu carro, fico igual a uma bobona o observando. Às oito, Bianca  diz antes de entrar no carro. Ele dá a partida, vai embora.

O que foi isso?

Em mim há uma mistura de sentimentos, esqueço-me como sou e me iludo em ter um encontro com um belo rapaz desconhecido. Sinto-me ansiosa para estar com ele, e paralelamente com medo por não saber quem ele é, o que faz, como me conhece, porque do seu interesse? São tantas perguntas, algumas consigo resposta com meu padrinho, ele é o único que pode me dizer quem é Pietro Mancinni.

Meu carro do aplicativo chega e em poucos minutos, estou em casa, minha madrinha me recebe com um belo sorriso, pergunta se estou com fome, mas repondo fazendo outra pergunta.

Onde está meu padrinho?

Sem entender meu anseio, ela diz que está em seu escritório, tenta diz mais alguma coisa, porém, não deixo, meus passos são rápidos, quase corro para o escritório.

A menos de um metro do escritório ouço a voz dele, não pode ser, Pietro está aqui em minha casa, o que isso significa? Meu coração acelera, paro a um metro da porta que está aberta. Em seguida ouço a voz do meu padrinho e do meu pai se despedindo dele, o que será que está acontecendo? Com medo de dar de cara com ele na frente dos dois homens que mais amo no mundo, corro em direção ao meu quarto, entro, fecho a porta e me jogo na cama.

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