ever after high (Dingy)

Capítulo 03

Narradora on:

Os dias se arrastaram como nunca antes, semanas sendo engolidas por semanas, horas caindo ao léu, assim como a sanidade dos alunos de Ever After. Ninguém aguentava mais as travessuras de dingy, ela era "uma tremenda demônia". Era o que Brian Beaut (filha da bela adormecida) sempre dizia quando a Queen fazia algo ruim e depois sorria sem remorso algum. Alguns até ousariam dizer que ela cumpria bem o seu papel de má.

Dingy bagunçou o cabelo de holly O'hair. (filha mais velha de Rapunzel) A mesma ficou horas tentando arrumar. Como se não bastasse tamanha desgraça, ela empurrou Apple White em uma poça de lama e a fez passar vergonha na frente de todos os garotos do time de livrobol. Ousou fazer Brian furar o dedo com uma agulha e perder a aula de princesologia e ainda por cima obrigou o professor Rumpelstichen a dar a ela um A+ na prova surpresa onde ele mesmo tirava proveito para obrigar os alunos a tecer fios de ouro no calabouço da escola.

Essas eram apenas algumas de várias outras travessuras que só ela tinha coragem de fazer. No final, todos os alunos caim em suas brincadeiras, nem mesmo a filha do gato risonho, (Kitty Cheshire) dona das pegadinhas, escapou dessa. Cada dia estava mais insuportável conviver com Dingy, e por esse motivo ela tirava proveito da situação. Fazer isso não a alegrava, mas também não a incomodava. Ela sabia o que tinha que ser feito, ser a melhor das piores, ser temida, odiada, invejada. E ela passaria por cima de qualquer um só para ter o gosto de um trabalho bem feito.

***

- ora ora, irmãzona - Dingy indagou enquanto andava em direção a irmã
- vai visitar sua mãe? - um suspiro cansado saiu dos lábios de Raven, se virando pra irmã antes de subir o quarto degrau

- sim, isso mesmo. Mas ela não é só minha mãe, é sua também. Por que trata ela assim?

- porque ela não é. Pode ter me gerado e me colocado nesse inferno gelado, mas não passa de uma inconveniente pra mim. - o sorriso saliente que sempre esbanjava não estava mais lá

- ela é sim, Dingy. Ela é nossa mãe, minha e sua. Não pode fugir disto

- já você pode, não é? Fugindo como um coelhinho assustado da toca. Acho que você se esqueceu que nessa história, nós é que somos os lobos que corremos atrás dos coelhinhos indefesos e mordemos seus pescoços

- já disse que é sim dingy, e... para de falar dessa forma... não somos assim.

- então por que a sua querida mamãe está presa ali em cima? - Dingy esperou uma resposta, o que não veio. Suspirou fundo olhando pra irmã - Ela nunca ligou pra mim, nem se quer lembrava que eu existia, acho que você se esqueceu disso, Raven, acho que o amor que você recebeu não veio bem a calhar - a de cabelos escuros virou as costas, indo embora.

***

Dingy pisava seus saltos pelo corredor irritada enquanto ia até o refeitório da escola, Noah (Filho de Flora, em Malévola) andava atrás dela desde que ela arrancou uma pena da sua asa esquerda como brincadeira. Era inegável a beleza da fada, que assim que
chegou a Ever After, encantou a "todas" com sua beleza extraordinária, não era pra pouco, a pele marinada, os olhos claros, o cabelo perfeito e as asas de um anjo só o faziam ser mais desejado ainda como pretendente de qualquer uma que pisava os pés naquela escola. Mas Dingy não achava isso, para ela, ele era só mais um mimadinho que se achava entre os vários que tinham ali.

Os dois estavam andando lado a lado. Era até engraçado pra alguns a audácia que o garoto tinha ao ficar tão perto assim da futura Rainha Má sem sequer ter sido convocado ao seu lado. Dingy por outro lado já havia desistido de mandar o garoto ir embora. Ela tinha a plena possibilidade de meter um feitiço naquela fada e o deixar ali, mas não queria problemas com o diretor. Era aquele velho ditado "amedrontar mas não matar."

De vez em quando, o menino batia suas asas e Dingy podia sentir o vento que as asas dele faziam ao bater, aquilo por alguma razão não á incomodava mas irritava. Tudo nele a irritava, desde o uniforme aberto completamente no feito até o cheiro de ervas que ele emanava. Ela não queria, não podia deixar que a vissem com um Royal como ele na sua cola. Ela respirou fundo antes de se virar e olhar nos olhos de Noah, reparando em um sorriso convencido no canto da boca

- se você queria me irritar, parabéns, você conseguiu, agora vaza daqui. - ela não falou alto, mas todos do refeitório se calaram perante a voz de Dingy. Isso fez Noah rir de tal ato, aos olhos dele, Dingy não passava de uma garotinha de estatura baixa com um grande ego

- aí, calma - ele tinha um semblante divertido no rosto, apesar de querer a irritar pelo que fez, ele percebeu que gostava de ver a menina irritada. Era a garantia de que estava quase a tirando do sério.

- estou tentando já que você é importante pra sua história e não pode simplismente desaparecer, mas pare de me seguir, se não arranco todas as suas queridas penas - ela se aproximou colocando o dedo indicador no peito, o empurrando para trás.

- pra você só existe isso? - Noah riu

- isso o que exatamente? - o semblante de dingy não era nada bom, mas ela se esforçou para manter a compostura

- só liga pra esse negócio de ser Royal ou Rebel, isso parece ser bem chato. Aliás, poderia tirar seu dedo do meu peito? - ele indagou se aproximando do seu ouvido
- Ou você quer ficar mais perto de mim? Se for o caso, eu deixo - Noah deixou um sorriso de lado escapar, aspirando um hálito quente na pele morbida e fria da garota.
Dingy automaticamente colocou sua outra mão no peito dele e o empurrou, cruzou os braços e revirou os olhos

- você deve se achar muito não é? Eu vou te dizer uma pequena coisinha, garoto - seu corpo ficou a milímetros de distância do dele enquanto seus lábios chegaram perto da sua orelha cheia de piercings
- se ficar me importunado eu te mato sem hesitação e acredite, eu não vou me arrepender de desperdiçar o seu rostinho bonito - olhou pra ele uma última vez, indo embora, mas dessa vez, sem um incômodo atrás de sí

— então você me acha bonito? — ele falou alto sorrindo enquanto observava por trás ela ir

***

- mas que droga... - ela se espreguiçou pela cama - eu realmente tenho que ser a Rainha Má só porque algum ser idiota escreveu em um livro? - revirou seu corpo de um lado ao outro - besteira! Mas agora não tem volta. É hora de separar os Royal dos Rebels, começando por o filho de um certo caçador. - seu sorriso se abriu novamente.