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Abby

Encaro a mansão na minha frente e sinto meu estomago revirar com seu tamanho: Minha mãe se superou dessa vez.

A construção basicamente branca com muitos ornamentos e algumas colunas tinha mais de três andares pelo que consegui contar, e tenho certeza que havia visto uma quadra de tênis atrás da casa quando passamos pela rua de trás. A faixada contava com uma enorme fonte redonda que vinha antes mesmo da porta, como um tipo de acesso para veículos, apesar de não haver nenhum estacionado em frente à casa pude avistar um tipo de porta de garagem (uma garagem muito, muito grande por sinal), e uma varanda imensa com um banco de balanço em frente. No geral, a casa era completamente exagerada, e a única coisa que me chamava a atenção e me encantava verdadeiramente era aquele pequeno banco de balanço na varanda. Podia me ver assistindo o pôr do sol por entre as arvores enquanto tomo uma limonada gelada, ou um sorvete de menta.

– Não é incrível? – A figura loira a minha frente sorri, encarando a mim e a gigantesca casa na minha frente. Loren tem um corpo magro no geral, se você não considerar os silicones e a aplicação de PMMA que torna seu corpo escultural nas proporções certas. Os cabelos loiros eram castanhos há anos, muitos anos, e hoje além de loiros contam com um aplique que os deixa com o dobro do tamanho que realmente possuem. No final, a parte do corpo mais natural de Loren são os seus olhos, azuis.

Ainda assim, de alguma forma, nunca transmitem verdade.

– Ele já deve estar nos esperando. Vamos entrar, querida – O termo me faz engasgar, mas faço o possível para disfarçar.

A figura loira e escultural caminha em direção a casa com seus saltos quinze e vestido que deixa pouco – ou quase nada – para a imaginação sem olhar para trás, sem saber se eu de fato estou a seguindo ou não. Não que eu espere outra coisa. Caminho atrás dela com minha mochila velha e rasgada sobre o ombro direito, segurando com força meu celular e fones de ouvido e me pergunto quanto tempo a palhaçada irá durar dessa vez.

Assim que ela pisa na varanda da casa, a porta se abre e eu o encaro: Mike Kindley, o famoso diretor de televisão, um dos mais famosos de Los Angeles, bem aqui na minha frente.

Pelo menos metade das garotas da minha idade surtariam com a oportunidade de morar com o incrível Mike Kindley, mas não é meu caso. Além de muito influente e pateticamente rico, Mike tem uma aparência impecável para alguém de sua idade, beirando os cinquenta. Os olhos verdes contrastam com a pele suavemente bronzeada, aparentemente natural, e os cabelos castanhos precisam ser tingidos novamente. Mike tem o físico de um homem de trinta, trinta e cinco anos no máximo. Não é magro e nem gordo, apenas... grande e em boa forma para a idade.

O tipo completo de minha mãe: velho, rico, influente, com boa aparência e facilmente manipulável (conclusão que eu cheguei por livre julgamento). Ele usava uma camisa branca e bermuda azul com o logo de uma marca famosa, e sorriu assim que nos viu.

– Sinto muito por não poder buscá-las. Espero que o passeio de limosine tenha compensado minha ausência. Fico feliz em vê-las chegando. – Sua voz é firme e ele não demora muito seu olhar em mim, não que isso seja possível quando se está ao lado de uma modelo em ascensão como Loren.

-Sinto muito por perder o brunch com a banda, mas ainda precisei arrumar algumas coisas antes de sair. Sei que contava com minha presença.

Mike do espaço para que minha mãe entre e logo em seguida, me encara fixamente e sorri para mim.

– Abigail, fico feliz em recebê-la em minha casa também. Saiba que é muito bem vinda, assim como sua mãe. – ele sorri, mas não confio em suas palavras.

Faster - No LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora