“Menina, eu não sei os nomes de quem seguia neste autocarro, mas o mais provável é o seu irmão estar já no hospital.”
“E qual é o hospital? Ao menos sabe dizer-me isso?”
“O mais perto.”
“Eu não sou de cá, ajudou-me imenso obrigada.” Disse irónica revirei os olhos.
“Tenha um bom dia.” O homem disse-me.
O homem só pode estar a brincar comigo. Quer dizer eu pergunto-lhe se sabe do meu irmão que provavelmente seguia naquele autocarro e ele não me sabe dizer nada; e depois ainda diz para eu ter um bom dia.
“Então?” Louis perguntou-me.
“Sabes onde é o hospital mais perto?”
“Há dois, acho eu.” Inútil polícia.
“Leva-me aos dois, por favor.” Implorei.
“Como a menina desejar.” Sorri, mas com lágrimas nos meus olhos.
Entrei novamente no carro, coloquei na minha rádio preferida. Comecei a cantar baixinho e a chorar, por não saber onde se encontrava o meu irmão. Louis acompanhou-me na música, ele canta muito bem. Estou triste, mas um pouco feliz porque em tantos anos, finalmente, acho que tenho um amigo de verdade. Sim de verdade porque, ao longo destes anos, os únicos amigos que eu tinha eram imaginários. O Louis é simpático, mas eu sei que daqui a uns meses estou a ir para outro país e vamos perder o contacto e volto a ficar sem amigos.
Ouvi o meu telemóvel tocar e li “Edward”, não me apetecia falar com ele se fosse algo de importante, ou ligava outra vez, ou mandava-me uma mensagem com o assunto. Tal como eu disse, recebi uma mensagem. Abri-a e dizia: “Depois da nossa última conversa, percebi que tinhas razão, os pais não se preocuparam com o Joseph. Então resolvi tentar saber alguma coisa dele. Se descobri? Sim, tanto que estou com ele agora, em casa. Se puderes vem cá ter, que eu explico-te tudo. Como eu sei que vens, até já.”.
“Louis pára! Segue as minhas instruções por favor.” Ele assentiu e sorriu, depois de eu o ter assustado mais uma vez.
Com uns quantos: vira à esquerda, vira à direita, em frente, cheguei a casa. Disse a Louis que ele podia entrar comigo e, assim o fez. Entrei a correr pela casa e fui directamente ao quarto do meu irmão, assim como Edward me indicou. Abri a porta e vi o meu irmão a brincar com os seus carrinhos de costas para a porta. Corri até ele e peguei-o ao colo. Dei-lhe beijinhos, abracei-o e fui com ele até à sala. Sentei-o no meu colo.
“Louis, este é o meu irmão mais novo, Joseph.”
“O irmão desaparecido, portanto?”
“Algo assim…” Ri-me. “Edward? Como o encontraste?”
“Ao que parece existem 2 autocarros para a escola dele. Eu liguei para lá e disseram-me os alunos que lá estavam, porque eles têm as listas das crianças conforme os autocarros onde vão. Como o nome dele não estava na lista, perguntei por ele e disseram-me que ele estava lá. Disse que estávamos muito preocupados com ele e se o podia ir buscar. Disseram logo que sim e assim o fiz. E tu? Já vi que fizeste um amigo.”
“Fiquei tão aliviada com a tua mensagem. Sim, acho que sim. É o Louis.”
“Bom dia! Prazer em conhece-te, Edward. Correto?” Louis cumprimentou o meu irmão.
“Certíssimo. Calculo que não voltam para a universidade hoje, se quiserem podem ir dar uma volta que eu fico com o Joseph.”
“Por mim, pode ser. Madison, vens?” Louis perguntou-me.
“Posso levar o meu irmão? É só porque agora com o susto quero estar com ele e…”
“Claro que sim, eu conheço um parque maravilhoso para o teu irmão brincar”
“Até logo!” Disse a Ed, enquanto ajudava Joseph a vestir o casaco.
Saímos e fomos a pé até ao parque, por aquilo que percebi era perto de minha casa. O meu irmão ia a brincar à minha frente e do Louis com os carrinhos que trouxe. Eu e o Louis caminhávamos e conversávamos. O Louis fazia-me rir. O Louis é um rapaz simpático e muito engraçado. Estou a gostar de passar o tempo de hoje com ele.
Chegámos ao parque e o meu irmão foi a correr para o escorrega, enquanto eu e o Louis nos sentámos num banco à sombra.
“Obrigada por hoje, Louis!” Rompi o silêncio que se fazia sentir entre nós.
“Gosto de ajudar as pessoas. Vi que estavas muito preocupada com o teu irmão, só quis ajudar.”
“Obrigada!” Agradeci mais uma vez.
“Fala-me sobre ti.” Louis disse.
“Tens a certeza? É que a minha vida é sempre igual, nunca acontece nada de novo.” Ele assentiu para eu continuar. “Eu nasci em Inglaterra e quando fiz 3 anos os meus pais quiseram mudar-se para a Austrália. Vivi na Austrália dois anos e depois fui para a Holanda. Na Holanda vivi 1 ano e fui para a Suécia. Dois anos na Suécia e, depois mudei-me para a Alemanha. Vivi 4 anos na Alemanha. Vivi 3 anos em França e 4 anos no Canadá. Agora vivo aqui outra vez.”
“Tantos países! Eu fora da Inglaterra só fui a Portugal e à Irlanda.” Louis disse-me surpreendido.
“E ainda há mais, porque nas férias o destino é sempre viajar. Resumindo, já andei quase pelo Mundo todo.”
“Deve ser fantástico conhecer tantos países.” Louis sorriu.
“Nem por isso…Nunca tive um amigo verdadeiro, todos os que tinha sempre foram imaginários.” Contei-lhe mas com o meu tom de voz baixo.
“Agora tens me a mim.” Louis afirmou com brilho nos olhos.
“Estás a falar a sério?” Ele assentiu e sorriu como se fosse a coisa mais normal, talvez para ele fosse, mas para mim não nunca tive um amigo.
Levantei-me e abracei-o. Quando terminámos o abraço, comecei a dançar e a dizer “Tenho um amigo”. Louis ria-se de mim, mas depois juntou-se a mim. Então nós agora erámos os maluquinhos do parque, em que a rapariga diz “Tenho um amigo” e o rapaz responde “Esse amigo sou eu”.
“Louis?” Ouvimos alguém gritar e parámos o que estávamos a fazer.
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Life Can Be Changed
Fiksi Penggemar"Madison, Madison Adams!" Sorri. "Como queiras." Arrogante o rapaz. "Simpatia não consta no teu dicionário?" "Já gastei saliva demais a falar contigo. Adeus." Será que depois ele será o primeiro a ajudá-la? Viajou durante toda a sua vida, será que v...