Life Can Be Changed

I

Novo ano, nova cidade, novos amigos, nova casa, NOVA VIDA. A minha vida parece um autêntico sonho. Tenho apenas 17 anos e já viajei pelo Mundo quase todo. O ano passado estive em 5 países diferentes, mas agora os meus pais resolveram voltar do Canadá para o Reino Unido.

O meu nome é Madison Adams e tenho 17 anos. Sou inglesa, mas só tive os meus 3 primeiros anos de vida em Inglaterra. Hoje vou começar as aulas na Universidade de Oxford. Os meus pais não me deixam viver no campus porque podemos ter de viajar com eles e querem que eu vá com eles. Eu estou na área de artes. Comecei por tirar um curso em fotografia e agora vou começar um curso em música. Tenho um irmão mais velho, 19 anos; e um irmão mais novo, 6 anos.

Eu gostava de ter um namorado, mas com tantas viagens, nem amigos consigo ter porque depois mudo-me sempre para o outro lado do Mundo e perco contacto com quem conheço. O meu irmão mais velho é o meu confidente, ele é o melhor amigo que não posso ter. O meu irmão mais novo é a minha pestinha, eu ajudo-o nos trabalhos da escola, dou-lhe de comer, sou uma mãe para ele. Os meus pais não são, nem nunca foram muito presentes; eles estão sempre fora quase que não os vejo, para além de chegarem tarde a casa nos dias de semana, de manhã estão a dormir e nos fins-de-semana a trabalhar.

Como já disse hoje é o meu primeiro dia na Universidade de Oxford e espero que me corra bem.

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            O meu despertador tocou e eu esfreguei os olhos porque ainda tinha bastante sono. Eram 6:50h, não estou habituada a acordar tão cedo. Levantei-me da cama e dei de caras com o meu irmão mais novo, Joseph, sentado na minha cadeira a jogar no meu telemóvel.

“Bom dia, Joseph. Porque não estás a dormir? Ainda é cedo para ti.”

“Porque tu tens de te despachar e eu quero ajudar-te.” O meu irmão disse com um sorriso a aparecer no seu rosto.

“Queres ajudar-me? Olha vai acordar o Ed enquanto eu tomo banho e me visto.” O Ed é o meu irmão mais velho, Edward.

            Entrei na casa de banho e tranquei a porta, para me certificar que ninguém iria entrar. Despi o meu pijama e liguei a água que rapidamente caiu sobre mim. Enrolei uma toalha no meu cabelo e outra no meu corpo. Sai da banheira e fui para o meu quarto. Do meu quarto ouvia Ed a refilar com Joseph e Joseph a rir-se. Vesti uns cações, um top e uma especie de casaco preto com flores. Saí do quarto e dirigi-me ao quarto de Ed.

“Ed levanta-te, ou queres chegar atrasado?” Edward continuou a refilar. “Joseph anda!” Peguei-o ao colo.

            Fomos os dois até à cozinha onde se encontrava um recado da minha mãe a dizer que tinha feito um bolo e que este estava dentro do forno. A minha mãe fez um bolo? Não sei como ela nunca tem tempo. Preparei um copo de leite com chocolate e uma fatia de bolo para o meu irmão. Para mim enchi um copo de leite e comi uma fatia de bolo. Para Edward preparei-lhe uma tijela com cereais e leite como ele costuma comer todas as manhãs.

“Joseph, quando acabares vai lavar os dentes e depois espera por mim na sala.” Ele assentiu e eu fui até à minha casa de banho.

            Lavei os dentes, arranjei o cabelo, maquilhei-me o suficiente e calcei os meus all star brancos. Coloquei a minha mala ao ombro e fui ao quarto da minha pestinha. Trouxe a sua mochila e o seu casaco e fui ter com ele à sala.

“Veste o casaco e pega na mochila para irmos embora.” Ele assim fez. “Até logo, mano.” Gritei para o meu irmão mais velho que ainda estava no quarto.

“Até logo.” Ouvi a resposta do meu irmão.

            Peguei nas chaves de casa e saí. Comecei o caminho até onde o autocarro vinha buscar o meu irmão. Quando lá chegámos o autocarro ainda não tinha chegado e ficámos os dois à espera. Quando chegou o meu irmão deu-me um beijinho e depois de entrar disse-me “adeus” pela janela. Retomei o meu caminho, mas agora para a universidade.

            Entrei pelo portão da universidade e vi por todos os lados grupos de adolescentes. Arrisco dizer que era a única ali que não conheci-a ninguém. Resolvi sentar-me num banco junto de uma árvore e ouvir música, até ouvir o toque de entrada. Levantei-me do meu lugar e fui até à sala número 15, onde ia ter aula de composição musical com a professora Emily Laurent.

            Sentei-me num lugar mais ou menos no meio da sala, nunca gostei de ser muito à frente, nem muito atrás. Quando já estava a turma toda, entrou um senhor baixo e gordo e todos se levantaram e, eu segui o exemplo.

“Bom dia. Eu sei que é a vossa primeira aula, mas houve um acidente com um autocarro escolar onde seguia o filho da professora Emily, portanto podem sair e…” O homem começou a falar.

“Desculpe interrompe-lo, mas sabe-me dizer ao certo que autocarro era?”

“Acho que era o que ia para a escola primária de St Laurent’s.” Começei a chorar.

“Deixe-me sair por favor, o meu irmão mais novo ia nesse autocarro. Dispense-me hoje, por favor.”

“Algum aluno se oferece para levar esta aluna ao hosital.”

“Eu posso levá-la.” Ouvi um rapaz dizer.

            Rapidamente me levantei e agradeci a quem percebi ser o director. O rapaz encaminhou-me até ao seu carro, enquanto eu chorava.

“Importas-te que ligue ao meu irmão mais velho? Podes levar-me ao sítio do acidente primeiro”

“Não, claro liga. Eu não sei onde foi, mas vou tentar descobrir.”

#Chamada on

“O autocarro do Joseph teve um acidente.”

“Eu sei…ouvi nas notícias antes de sair de casa, mas a mãe e o pai ligaram a dizer para não irmos aos hospitais, porque se algumas coisa acontecesse ligavam-lhes e depois…”

“E depois avisavam-nos? Como queres que não me preocupe com ele? Ele é meu irmão, mas sou eu que cuido dele, ele é como se fosse meu filho também. Não percebes que os pais não querem saber de nós? Só querem saber do trabalho e do dinheiro. Vou ver se sei o que aconteceu, se tiver novidades depois ligo-te. Sim, antes que perguntes vou para o hospital, e não me interessa que digas para não ir.”

“Apenas liga-me, quando souberes alguma coisa.”

#Chamada off

“Claro que eles não se iam preocupar.” Gritei assustando o rapaz ao meu lado. “Desculpa não era minha intenção assustar-te.”

“Não faz mal. Sou o Louis e tu?”

“Madison.” Sorri.

“É verdade que os teus pais não se preocuparam com o facto de o teu irmão estar envolvido num acidente de autocarro.” Louis perguntou surpreendido.

“Dizes isso como se não fosse normal, mas vindo dos meus pais é completamente normal. Eu sou mais mãe do meu irmão do que a minha mãe.”

“É preciso ter-se azar, desculpa dizer-te isto.” Louis disse.

“Não faz mal. Tens razão. Eu numa semana sou capaz de ver os meus pais uma vez e é por 5 minutos. Se 5 minutos não for muito.”

“Mas já vi que és forte em relação a isso.” Assenti e forcei um sorriso, porque o eu queria agora era chorar.

            Chegámos ao local do acidente, tal como eu lhe tinha pedido e havia um autocarro virado ao contrário, um carro completamente destruído, bombeiros, várias ambulâncias, polícia e muitos jornalistas. Cheguei-me perto de um polícia e perguntei-lhe sobre o meu irmão, a resposta dele foi como espetarem-me facas no coração.

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Espero que gostem! A foto do irmão está em anexo no segundo capítulo, imaginem-no um bocadinho mais velho.