02 - dificuldades

91 8 0
                                    

POV EMMA CLARK

chego em casa sem pensar muito, não quero lembrar que Justin gritou comigo daquele jeito, nem parecia o mesmo da noite em que nos conhecemos.

logo quando entro em casa vejo os meus pais na mesa de jantar sentados e de cabeça baixa, não aparentam estar nem um pouco felizes.

- mãe? pai? - deixo a mochila no chão e vou até eles - não me diga que estamos passando por mais problemas.

- estamos filha, mas não se preocupe, vamos dar um jeito - minha mãe me abraça.

- vou trabalhar em dobro no próximo mês querida, vamos resolver isso, não precisa se preocupar - diz meu pai.

- não tem como eu não me preocupar, isso está ficando cada vez mais sério, já estivemos aqui antes várias vezes e voltamos sempre para o mesmo lugar - falo.

- mas também sempre damos um jeito - minha mãe sorri.

- olha, eu posso arrumar um emprego, já está na hora mesmo, eu já fui atrás mas não consegui nada, mas eu posso procurar mais uma vez, sem problemas, tenho certeza que alguma loja ou coisa do tipo, precisa de uma ajudante, seria bom não é? - pergunto.

- filha, você precisa apenas focar na escola agora, você tem dezoito anos, está no último ano, e queremos que seu foco total seja na escola, para que logo logo você entre em uma faculdade, não precisa pegar o seu tempo fazendo algo por nós, sempre damos um jeito - meu pai responde.

- mas eu tenho certeza q.... - tento falar mas sou interrompida pela minha mãe.

- está tudo resolvido, você não precisa fazer nada, você já faz grande coisa, nos trás felicidade, é tudo o que precisamos, mas só queremos que você consiga entrar em sua faculdade e ter o seu futuro garantido, garantido como não tivemos - minha mãe sorri olhando para mim.

- mas me deixa triste ver vocês assim, vocês sabem disso - insisto.

- está tudo bem - meus pai vem me abraçar junto com minha mãe.

é sempre assim, sempre me ofereço para ajudar e eles sempre negam, a única coisa que eles realmente querem para mim é um futuro garantido, com uma renda fixa e suficiente para me sustentar, e é óbvio que quero isso, quero e vou ter, mas eu também quero ajudar a minha família, as pessoas mais importantes para mim, e eu vou dar um jeito de ajudar, mesmo que a ideia que tenho em mente agora, não seja das melhores, mas nada nessa vida, vem de graça, ou fácil.

- nós vamos sair agora, vamos tentar cuidar disso, tudo bem? - minha mãe me pergunta e confirmo com a cabeça.

sabia que nossa situação dessa vez não está nada boa eu não posso ficar sem fazer nada.

eles já saíram e agora estou sozinha em casa.

[...]

acordo com o som do despertador, que por sinal é meu pior pesadelo, demoro um pouco mas logo o desligo, já são seis e meia da manhã.

ontem não fiz nada além de pensar em algum jeito de conseguir dinheiro sem que meus pais soubessem que estou trabalhando, depois fiquei a tarde inteira assitindo filme e tentando esquecer tudo o que aconteceu com o Justin, eu pretendo conversar com ele hoje, mas é difícil apagar a imagem dele gritando comigo.

me arrumei super rápido, coloquei um all star, uma calça moletom, uma blusa branca larga, fiz chapinha e passei um pouco de rímel, desci para pedir o carro do meu pai emprestado e fui para a escola.

chegando lá, fui procurar alguém específico, eu nunca se quer tinha falado com ele, ele é bem mal falado na escola, é na dele, fechado, e a maioria das pessoas dizem que ele vende drogas, é o que eu estou indo confirmar.

vinnie hacker, ele é da minha sala, não fala com ninguém além dos amigos dele, eu nunca tive vontade de trocar uma palavra com ele, parece sempre odiar tudo e todos e quase nunca tem respeito com as pessoas.

- vincent? - chamo ele pelo o nome inteiro, por mais que ele seja conhecido como vinnie, sei que não tenho intimidade, estou em um canto bem isolado da escola, aonde só eles ficam, mas agora pouco me importo de ser vista aqui.

- emma clark, cãozinho do justin, o que faz aqui? - diz ele assim que se vira para mim, ele chama a atenção facilmente, loiro, alto, tem músculos aparentes, seus olhos se destacam, e suas tatuagens quase sempre parecem únicas.

- por favor, sem comentários idiotas, será que posso falar só com você? - pergunto e ele assente.

- fala - ele olha pra mim assim que nos afastamos um pouco.

- é verdade que vende drogas? - pergunto diretamente.

- o que foi em princesa? precisa disso pra relaxar, sofrer com alguma coisa que seu namorado idiota fez ou quer pra alguma festa?, pensei que pessoas como você odiasse isso - ele sorri de canto.

- eu odeio, mas eu não estou aqui pra usar, ou para comprar pra alguma festa, eu quero vender, e depois quero um dinheiro em troca - falo.

- então você quer virar minha empregada, que vai vender drogas? - ele dá risada.

- olha aqui garoto eu tô falando sério, eu preciso da grana, você vende ou não? - pergunto já me estressando, esse garoto é um saco.

- daria uma ótima notícia no site de fofoca da escola - ele continua rindo.

- não ouse contar isso, ou eu digo que vende isso na escola, cairia mal para os dois não acha? Justin pode acabar com você e você sabe - falo.

- bom garota, eu acho bom você não me ameaçar, porque depender dos outros não é legal, e segundo, Justin collins só tem dinheiro como defesa, eu tenho cabeça, um ponto para mim zero pra ele.

- não estou te ameaçando, mas você não faz nada além de vender drogas, acha que isso leva você em algum lugar? - pergunto, ok eu não deveria estar fazendo isso, mas não consigo evitar.

- você não me conhece, e não está perto de conhecer, nossa conversa acaba aqui - ele se vira.

- espera, eu estou falando sério, preciso mesmo de grana, me dá um pouco e eu prometo conseguir vender tudo - falo e o mesmo para de andar.

- escuta, você tem dois dias pra voltar aqui sem nada, só com o dinheiro, aí podemos conversar sobre quanto você ganha com isso - ele fala.

- tudo bem, ótimo, fala para o seu chefe ou sei lá quem manda nisso, que eu não vou decepcionar, vou voltar com o dinheiro.

- ele vai gostar de saber disso, mas é bom mesmo manter sua palavra, ela é valiosa clark - ele me olha fixamente todo sério.

- quando você me entrega? - mudo de assunto ignorando a intimidade dele para me chamar de " clark ", junto desvio o olhar.

- no estacionamento depois da escola - ele diz e simplesmente se vira seguimdo o caminho de volta para perto dos amigos, mas dessa vez não faço questão de chama - lo denovo.

sei que foi uma decisão de merda, perigosa e inacreditável, mas não vejo tantas saídas agora, o que me resta é acreditar que ele não espalhe nada sobre isso para a escola.

Love is a drug  - vinnie hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora