noren - imprint

1 - figth

     Era somente mais um dia comum na escola do ensino médio e o corredor do terceiro ano estava o mesmo de sempre. Ômegas conversando em seus grupinhos, alfas conversando em seus grupinhos, casais sorrindo e brincando juntos e, como sempre, Lee Jeno e Huang Renjun "brigavam" no corredor em frente aos seus armários.

     Na verdade, as aspas no "brigavam" só existiam pelo fato de que apenas Renjun, o ômega ali, brigava. Gritava e xingava Jeno de todos os palavrões possíveis porque hoje o seu nível de estresse estava no ápice. Renjun sempre foi estressadinho e agressivo, era fofo, as bochechinhas e as orelhinhas ficavam vermelhas e o seu pé batia várias vezes no chão enquanto suas mãozinhas se fechavam em punhos enquanto ele gritava e xingava. Adorável.

     O motivo do ódio do garoto era completamente do Lee. A algumas semanas, os dois garotos tiveram um imprint, ou seja, uma ligação através dos olhos. Os dois estavam destinados a ficar juntos pois, através da troca de olhares intensa, o alfa e o ômega dos dois haviam se unido e, por isso, o alfa ali tratava de proteger seu ômega. Mas isso era o que mais irritava o baixinho. Nunca precisou de um alfa o protegendo, sempre arrumava brigas na escola porque as pessoas o irritavam e nisso, saía com uma bochecha roxa, um lábio cortado, ou alguns machucados pelo corpo, mas, apesar de sair machucado, sempre ganhava. Era um ômega forte, não precisava da ajuda de ninguém, então por que caralhos aquele maldito alfa idiota insistia em lhe proteger? Era irritante demais!!!

     — Você tem que parar com toda essa merda! Eu não preciso da porra da sua proteção, eu não sou uma criança, caralho, me deixa em- — Foi cortado ao sentir uma mão cobrir sua boca e um "shhhh" vindo de Jeno, o cortando

     — Você sabe que isso não vai adiantar... Por que você continua insistindo, injun? — Sorriu e tirou a mão da boca dele, já prevendo o que viria: sequência de socos. Preparado pra isso, segurou os dois punhos pequenos e se aproximou do rosto do garoto com um sorriso fofo e convencido em provocação. As bochechas do garoto assumiram um tom avermelhado forte pela vergonha e até tentou se afastar, mas o maldito Jeno Lee – que era como Renjun o chamava – já havia abraçado sua cintura. — Fica mais fácil pra você e pra mim se desistir desse ódio... Nós já estamos ligados e me bater não vai mudar isso...

     O Huang pareceu pensativo por um momento. Até porquê o maldito Jeno Lee estava certo. Ódio não ia fazer a ligação sumir, então por que contiuava odiando ele? Soltou um suspiro longo seguido de um estalinho da língua e baixou as mãos. Jeno sempre o falava isso e, por poucos segundos, ele parecia se convencer e depois voltava ao seu ódio repentino e confuso, mas, dessa vez, o Huang pareceu mesmo ter se convencido de que o Lee estava certo. — Tá... Vamos presumir que você esteja certo... Mesmo que, talvez, você seja meu alfa, você é meu alfa, não meu guarda costas, eu não preciso de proteção, eu sei me defender! — Mais uma vez, fechou os punhos e bateu o pé no chão o que fez Jeno sorrir. Era fofo demais pra suportar. — Eu sempre briguei sozinho, sempre consegui ganhar minhas brigas sozinho, então você não precisa me defender. Estamos entendidos? — Cruzou os braços, o olhando de baixo com uma cara ameaçadora e de quem estava falando sério. Estava mesmo tentando mandar em Jeno?

     — Mas você sabe que demora muito pra você se curar novamente... Você é frágil, coração. — Ali, o pequeno chinês se sentiu dissolvido. Odiava quando ele o chamava por esses apelidos fofos pois ficava todo tímido e molinho. Odiava os apelidos pois amava quando ele o chamava assim, confuso, não? — Eu não quero que o meu bem se machuque... — Ainda com uma das mãos na cintura do garoto, subiu a outra até o rostinho dele, fazendo carinho por cima do curativo que estava ali desde a última briga. — Você me entende, não é?

     O lado sensível de Renjun aflorou de repente. Desde que se conhecia por gente, o ômega se defendia sozinho. Tinha apenas seu pai alfa que não o defendia porque queria que ele crescesse como alfa, pois, desde sempre, queria um alfa e a única coisa que conseguiu foi um pequeno ômega e a morte de seu esposo um dia depois do parto. Assim, Renjun cresceu como um alfa: briguento, agressivo, superprotetor e, pela falta de afeto, revoltado, recebendo elogios do seu pai apenas quando ele chegava dizendo que havia deixado alguém no chão. Talvez seja estranho, mas Renjun gostava disso, se sentia orgulhoso quando ganhava uma briga, apesar de dolorido. Apertou os olhinhos pequenos pra evitar o choro e o deu um soquinho no peito, vendo Jeno baixar um pouco o rosto na altura do seu pois estava preocupado — E-entendo... Mas... — Fungou uma vez, a beira do choro — Aish, tá, eu vou parar... Mas quando não der pra evitar, eu vou partir pra cima. — Fez um biquinho e seu alfa sorriu, enchendo seu rosto de beijinhos.

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se esse cap tiver uma boa repercussão, eu vou trazer alguns outros caps; um hot, neno conhecendo o pai do injun, ou até um pedido de namoro, quem sabe

beijos da moon 🌙♡