O efeito colateral do amor. | 2min

Único: o efeito colateral do amor

Seungmin arremessou a caixinha com os pertences de Minho pela janela, que graças a sua agilidade, conseguiu se esquivar do pequeno objeto cor de rosa que ele mesmo deu para o seu namorado. 

— Sai daqui, Minho! — Seungmin continuou a atacar objetos no pobre garoto do lado de fora de sua casa, no quintal. — Eu não quero mais te ver aqui! — Ele jogou desta vez um vasinho de flores em direção ao Lee, que encolheu os ombros escondendo o rosto entre os braços para não ser atingido. 

Seungmin não estava apenas furioso,ele estava magoado. Não tinha sido muito agradável ver o seu namorado de papinho com Jisung – seu vizinho exibido –. Já que dá última vez que isso aconteceu, quase que Minho e Jisung se beijaram, e o cara de pau ainda teve a audácia de dizer que Minho havia feito apenas uma gentileza em o impedir de cair.

— Meu amor. — Minho disse, a ponto de se ajoelhar no gramado do quintal de Seungmin para que ele aceitasse as suas desculpas. — Não aconteceu nada. 

— Não aconteceu nada!? — Ele retornou a janela, com as orelhas queimando com o sentimento da fúria. — Você estava se esfregando com o Jisung na minha frente! 

— Ei você! não meta o meu nome nessa briga! — Jisung gritou da varanda da vizinha, apontando o indicador na direção do Kim. — Eu não tenho nada a ver com essa história. 

— Você é tão culpado como ele. Fica ai se exibindo para o meu namorado! — Seungmin gritou, e olhou para baixo tendo a visão de Minho confuso,não sabendo para qual janela olhar. — Ou melhor, ex namorado.

Seungmin saiu da janela e fechou a cortina, Minho ficou no quintal se sentindo triste pelo ocorrido. Jisung até já havia tentado alguma coisa com ele, mas sempre negou, porque seu coração pertencia mesmo ao moreninho arisco e às vezes manhoso da casa 77, e ele nunca, jamais, ousaria o trair. 

Mesmo com o peso da culpa em seus ombros,Minho decidiu que não deixaria assim,ele nunca foi de desistir e não era agora que iria começar. Caminhou até a porta da casa de Seungmin, e bateu três vezes antes dela ser aberta pela segunda pessoa que menos gostaria de ver naquele momento – tirando o irmão ciumento de Seungmin –, o seu sogro. 

O Lee sorriu sem graça quando viu Namjoon na porta com os braços cruzados acima do peito, e uma carranca não muito boa enfeitando o seu rosto. 

— Sogrão! — Minho disse, sem vergonha alguma. Namjoon não sorriu, continuou com a expressão fechada e os braços cruzados. 

— Olha eu não deveria,eu não deveria mesmo deixar você entrar. — Ele se aproximou a passos vagarosos, até que estivesse bem perto de Minho. — Mas como eu não quero ver o meu filho chorando por um energúmeno, então você vai entrar, e dar um jeito de arrumar essa merda. 

— Pode deixar. — Minho sorriu dando alguns passos para entrar dentro da residência do Kim. — Eu amo você, sogrão. 

O Lee passou por Namjoon quase que totalmente espremido contra a parede da casa, quando deixou o sogro para trás, Minho subiu as escadas em uma velocidade considerada fora do normal até o quarto de seu namorado, e sem bater na porta ou pedir licença, ele entrou. 

E encontrou Seungmin sentado de frente para a penteadeira branca,vestindo um robe de ceda,com o rosto apoiado na própria mão. Ele tinha um biquinho nos lábios, o narizinho vermelho e os olhos molhados evidenciavam seu choro recente. 

— Seungminnie. — A voz de Minho o chamou a atenção,mas Seungmin o ignorou. — Minnie. 

— Sai. — O Kim disse todo trêmulo, não fazendo esforço algum para tirar o loiro de seu quarto. — Eu odeio você. 

O Lee foi até Seungmin sentado na cadeira de estofado macio, se ajoelhou entre as suas pernas e segurou as mãos macias do mais novo entre as suas, o olhando com aqueles olhos adoráveis de gatinho,para ver se conseguia amolecer o coração do namorado. 

— Me desculpa,amor. — Falou ao moreno,Seungmin continuava o olhando por cima se mantendo firme. — Eu amo você, e sabe que eu nunca te trairia, não é? 

Seungmin suspirou deixando os ombros caírem e entrelaçou os dedos. Por mais que Seungmin se sentisse um idiota por ser tão fraco quando o assunto era Minho,ele não tinha outra escolha, ele escolheu o amar mesmo sabendo que Minho as vezes poderia ser um cafajeste descarado, mas esses são os efeitos colaterais do amor, e ele não podia mudar as coisas assim. 

O Lee se levantou do chão e puxou Seungmin pela mão para que eles ficassem bem pertinho um do outro,O Kim continuava hesitante, mas bastou apenas um aperto da mão firme em sua cintura para que ele se entregasse e roçasse os lábios,dando início a um beijo. 

As mãos de Seungmin apertavam com força a camisa social de Minho, ele estava com raiva, e era como se estivesse extravasando todo ódio através daquele beijo. Enquanto o Lee,os guiava às cegas até a cama do mais novo,desfrutando dos lábios doces de seu amado. 

Quando Minho se deitou junto dele na cama, eles romperam o beijo e o loiro deixou uma sequência de selinhos molhados nos lábios vermelhinhos do seu amor,segurando a parte de trás do joelho de Seungmin,e puxando a sua perna esquerda para que ela estivesse em cima de seu corpo enquanto eles continuavam deitados um do lado do outro, se olhando intensamente. 

— Você me perdoa? — Ele sussurrou rente ao rostinho bonito de seu garoto. 

Seungmin pensou, e só perdoaria com uma condição. 

— Você promete que não vai mais ficar de graça para o lado do Jisung? 

Minho riu e acariciou a coxa magra dele com a mão direita, concordou com a cabeça. 

— Eu prometo. 

— Você sabe que eu sou rancoroso, e que não perdoo as coisas tão facilmente assim. — Seungmin se afastou um pouco com um bico nos lábios, Minho o trouxe para perto novamente, enlaçando os braços em volta da cintura dele. 

— Eu te amo. — Ele sussurrou rente à orelha do Kim, que sentiu o corpinho inteiro se arrepiar. — E eu sei que essa birra não vai durar um dia. 

— Convencido! — Seungmin tirou os braços do mais velho de sua cintura e bufou irritado, mas logo depois ele se aproximou e beijou Minho novamente,porque seus lábios pareciam ter um imã e se atraiam. Era um vício,um vício gostoso que os dois adoravam alimentar a cada vez que estavam juntos. 

Minho até poderia ser um cafajeste sem vergonha as vezes, mas ele amava o seu moreninho mais lindo de toda a rua, e por mais que eles brigassem muitas vezes,se amavam imensamente,e não seria a mesma coisa caso eles fossem um casalzinho normal. Porque aquele era o amor deles, e as brigas eram o efeito colateral de amar. 

....

Não sei se tá bom