The heavens never lie|Xicheng

Why re u here?

— Bom, pelo que vejo tudo está bem! — A voz alegre de XiaJi foi ouvida. Ela passava suas mãos meladas com óleo de lavanda sobre a barriga já protuberante, massageava enquanto usava sua energia espiritual para averiguar a movimentação no ventre de Jiang Cheng.

— Oh! Isso é ótimo. Não é mesmo, Cheng?! — Lan Xichen falou, apertando ainda mais a mão do amado; sua voz emocionada, como se estivesse prestes a chorar. Jiang Cheng revirou os olhos, passando sua mão livre nas costas do companheiro tentando acalmá-lo, apenas concordando com a cabeça.

— Como tem se sentido esses últimos meses? Algum problema? — A cultivadora perguntou, terminando de passar o líquido e deixando que A-Cheng vestisse seus robes apropriadamente.

— Além do Zewu-Jun e do Nie HuaiSang? Nenhum — respondeu, soltando Xichen e se sentando na cama.

Ela arrumava suas coisas com delicadeza enquanto conversava mais um pouco com os dois homens. Nesses últimos 4 meses Wing ia visitar Cheng pelo menos duas vezes ao mês, como uma forma de monitorar o desenvolvimento de sua gravidez, ainda procuravam uma razão para que tal ato inesperado acontecesse; mas o Mestre Sandu não parecia preocupado com a sua nova criança, então não se esforçava para descobrir o que acontecia por debaixo dos panos. A moça se despediu dos dois e foi para a cidade, consultar mais alguns pacientes rotineiros. 

Xichen e Cheng permaneceram ali, em silêncio. Desde que sua barriga se mostrou maior, Wanyin criou o hábito de passar a mão para sentir a diferença do relevo de seu peito até seu ventre. Ficava em silêncio por horas se deixassem, apenas acariciando aquela parte específica de seu corpo, nada passava em sua mente quando fazia isso, como se fosse um branco de paz em sua vida.

O Lan observava a cena com amor. Os cabelos negros soltos e jogados, os robes informais e frouxos, o olhar calmo e corpo relaxado. Poderia contar em seus dedos as vezes que havia visto o amado daquela forma, ele parecia tão gracioso. De fato, o amava.

— A-Cheng, precisamos conversar — O Lan se pronunciou, aproximando-se. — Acho que já está na hora de contar para os outros, para Jingyi, Wangji... Wei Wuxian...

Wanyin olhou para ele como se estivesse mastigando algo amargo. Já passava dos 3 meses, seu corpo não ficaria tão "discreto" para sempre, uma hora todos teriam que saber o que acontecia. Jiang Cheng sabia disso. Já estava pronto para contar a A-Yi e consequentemente para o irmão de Xichen, mas não pensava em sequer se aproximar de Wei Ying nesse tempo. Suas emoções ficaram mais desequilibradas com o passar dos meses, não sabia como reagiria a ter uma conversa com o irmão, por mais que a voz da deusa em sua cabeça o cobrasse todas as noites.

— Entendo... — suspirou. — Você irá voltar para o recanto das nuvens amanhã, certo? Podemos ir juntos e acabar de vez com isso.

Xichen concordou feliz, deixou um selar casto na testa de Jiang Cheng, fazendo com que ele fechasse os olhos pelo toque.

— Então, iremos para GusuLan amanhã? — A voz de Nie HuaiSang foi ouvida após o baque da porta de madeira ao ser aberta, assustando o casal. — Ainda bem que tenho tudo o que preciso para uma viagem inesperada, aqui mesmo no Pier.

O Lan se preparou para perguntar o que aquilo significava, mas Wanyin o parou no mesmo momento, negando com a cabeça; ele sabia que contrariar o Nie era o mesmo que passar raiva para no fim não conseguir nada.

— Oh! Como está essa coisinha linda do titio Sang? — O líder Nie subiu na cama com rapidez e se colocou na frente do Jiang, passando as duas mãos na barriga do homem com admiração. — Não vejo a hora de poder vê-lo, vou te apertar tanto!

A-Cheng sentia HuaiSang apertar sua barriga de leve, com a animação. Não era ruim, ele até gostava e se sentia feliz com isso. O Nie ficou ao seu lado em todos os momentos, e até permanecia com ele enquanto Xichen ficava no Recanto das nuvens, com medo de que acontecesse alguma coisa. Até mesmo as piadas e brincadeiras haviam diminuído, Sang tomava todo cuidado para não irritar o amigo e tentava sempre o ajudar, para que ele não se exaltasse demais.