Capítulo 1. (Pov. Gio)

54 2 0
                                    

𝒬𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜, 𝑑𝑖𝑎𝑟𝑖𝑜

𝐻𝑜𝑗𝑒 𝑒 𝑜 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑒 𝑎𝑟𝑑𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎. 𝐸𝑢 𝑛𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑒𝑖 𝑎 𝑚𝑎𝑚𝑎𝑒 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎, 𝑚𝑎𝑠 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑙ç𝑎𝑠 𝑗𝑒𝑎𝑛𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑜 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑠𝑎𝑟. 𝐸𝑙𝑎𝑠 𝑚𝑒 𝑚𝑎𝑐ℎ𝑢𝑐𝑎𝑚. 𝐸 𝑏𝑜𝑚, ℎ𝑜𝑗𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑒ç𝑜𝑢 𝑜 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜, 𝑠𝑒𝑖 𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎𝑜 𝑣𝑜𝑢 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑟 𝑢𝑠𝑎𝑟 𝑠𝑎𝑖𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒.
𝒫𝑒𝑠𝑞𝑢𝑖𝑠𝑒𝑖 𝑛𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑒𝑡 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑠𝑒𝑟, 𝑎𝑐ℎ𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑐ℎ𝑎𝑚𝑎 𝑣𝑎𝑔𝑖𝑛𝑖𝑠𝑚𝑜. 𝒱𝑜𝑢 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒 𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑒 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎𝑙𝑔𝑜 𝑚𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑛𝑒𝑜.
𝒯𝑢𝑑𝑜 𝑠𝑢𝑟𝑔𝑖𝑢 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝐿𝑖𝑜𝑛𝑒𝑙 𝑞𝑢𝑖𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑡𝑎𝑠𝑠𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑎𝑙𝑔𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑎𝑏𝑎𝑑𝑜. 𝒩𝑎𝑜 𝑠𝑎𝑏𝑖𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑞𝑢𝑖𝑙𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜. 𝒜𝑐ℎ𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑣𝑎 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑛𝑒𝑟𝑣𝑜𝑠𝑎.

    - Giorgia! Sua nonna está aqui em baixo. Desça para falar com ela. — Mamãe grita e interrompe meus pensamentos.
      - Sim, Mamma! — Grito em resposta.

𝒯𝑒𝑛ℎ𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑒𝑟 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑛𝑜𝑛𝑛𝑎, 𝑎𝑟𝑟𝑖𝑣𝑒𝑑𝑒𝑟𝑐𝑖.

𝒞𝑜𝑛 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑒,
𝑔𝑖𝑜

Fecho o diário de capa marrom e coloco na gaveta da minha escrivaninha Branca.
    - Giorgia!
    - Estou indo, Mamma!
Calço os chinelos com pressa e saio correndo do quarto pulando degraus, quando a dor volta. Me seguro no corrimão e desço o último degrau devagar, como em câmera lenta.
Nonna está com os cabelos mais grisalhos ainda.
Ela está parada na porta de entrada com uma das suas sacolas de presentes que sempre trás quando me visita.
      - Mi amore! — Vovó abre os braços. — Que saudade!
Vovó Rosa estava viajando. Ela sempre vai para os Estados Unidos quando pode. Fazem 6 meses que não já vejo.
        - Nonna! — Tento esboçar minha felicidade, mas a dor que sinto entre às pernas é maior. Então apenas fico parada esperando que ela entre.
Como de esperado vovó não nota meu súbito desânimo.
Vovó entra e me abraça. Seu cheiro de lavanda invade minhas narinas. Ela tem cheiro de lar. Sorrio ao olhar suas roupas rústicas e coloridas. Vovó é a única que consegue combinar azul e amarelo.
          - Tome. — Ela me entrega a sacola de sua mão. — Abra os presentes enquanto me conta sobre como está o ensino médio, e sua mãe me oferece um café com Cannoli.
Assinto pegando a sacola e seguindo até a cozinha.
Mamãe já está abrindo o forno e pegando os Cannolis, doces preferidos de nonna. Me sento em uma cadeira em frente a vovó e em poucos minutos o ambiente é infestado pelo cheiro de café.
Retiro da sacola uma caixa beje. Quando as abro são coturnos pretos. Sorrio. Os vi em uma vitrine um ano atrás e nonna me viu encarando as botas.
Ela lembrou.
       - Então, me conte como estão os estudos? — Mamma coloca uma xícara de café na mesa para Nonna.
       - Estão ótimos, eu quero participar de uma oficina de teatro. — Pego uma segunda sacola que estava dentro da primeira.
        - E o Lionel? — Lionel é meu namorado há apenas um mês. Mamãe já o conhece, mas nonna só sabe o pouco que lhe contei pelo telefone.
        - Ele vai voltar para a Argentina no final do ano. — Dou de ombros.
Paro imediatamente vendo o que está dentro da sacola. Uma linda saia xadrez preta e branca.
        - Essa eu comprei nas ruas de NY, já o coturno foi em Chicago. — Ergo os olhos, nonna está olhando para mim, mas concentrada em seus Cannolis.
         - O-obrigada, Nonna! É linda! — Sorrio.
         - E você e o Lionel? Já...
         - Mamma! Per favore! — Mamãe a interrompe antes que vovó faça uma pergunta da qual não quero responder.
          - O que? Eu só estava curiosa. — Ela da de ombros.
Meu celular apita no bolso do shorts e eu pego para ver a mensagem ignorando mamãe e vovó discutindo sobre minha vida sexual.

Vale: 𝘊ia𝘰, 𝘎𝘪𝘰! 𝘍𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘯𝘢 𝘤𝘢𝘴𝘢 𝘥𝘢 𝘊𝘩𝘪𝘢𝘳𝘢 𝘥𝘢𝘲𝘶𝘪 𝘩𝘢 30 𝘮𝘪𝘯𝘶𝘵𝘰𝘴. 𝘗𝘢𝘴𝘴𝘰 𝘢𝘪 𝘱𝘳𝘢 𝘵𝘦 𝘱𝘦𝘨𝘢𝘳

Eu: OK

Me levanto da cadeira as pressas com os presentes na mão.
      - Para onde vai? — Nonna grita atrás de mim.
       - Estreiar minhas roupas novas! — Subo as escadas, mas cada degrau é um esforço.

Deus, como eu vou fingir que não sinto nada?

  

My bad boyOnde histórias criam vida. Descubra agora