Capítulo 3. (Pov. Gio)

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Chego na festa com Vale um pouco atrasadas. Ela beija minha bochecha e vai de encontro a mesa de beber pong. Lionel está ao lado dos amigos, e não nota minha presença. Ele ri de algo que uma garota ruiva diz em seu ouvido. Forço a garganta para falar algo, e Lionel imediatamente vira seu rosto para mim.
   - Gio! — Ele sorri.
   - Oi. — Lionel me abraça, seu cheiro de loção pós barba invade minhas narinas. Seu cabelo está molhado e seu hálito já está fedendo a bebida.
    - Achei que não viria. — Eu também. A dor ainda não passou.
    - Eu vim com Vale. — Ele continua a me encarar, seus cabelos loiros caem em seus olhos que parecem buscar algo, talvez alguma resposta.
     - Quer beber algo? —Nego com a cabeça.
      - Na verdade eu gostaria de ir lá fora. — Ele parece exitar.
      - Vou só pegar mais uma cerveja. — Espero Lionel. Vejo-o se afastar e após alguns segundos voltar com uma long neck nas mãos.
Lionel pega minha mão e caminha até o jardim. Todos estão sorrindo e pulando com a música alta. Jacopo está no canto, conversando com uma garota.
Ela é mais baixa que eu, acho que um ano mais nova. Seus cabelos são compridos e castanhos.
Lionel me leva até eles, com as mãos nas minhas costas.
        - Jacopo! — Jacopo se vira e sorri para Lionel.
         - Lionel! — Os dois fazem um tipo de cumprimento masculino onde tocam as mãos e se abraçam mas não demais. — Essa é Alice. — Jacopo indica para a garota.
         - Oi. — Ela acena e sorri.
         - Olá. — Digo
         - Prazer, Lionel.
Os garotos conversam entre si durante algum tempo, vejo quando Lionel Finalmente termina sua cerveja e a joga no lixo. Eu e Alice caminhamos em silêncio pela beira da piscina.
         - Há quanto tempo vocês namoram? — Alice pergunta.
         - Um mês e vocês?
         - O que? NÃO! — Ela ri. — Eu e Jacopo somos amigos. — Estreito os olhos. — Bem, ele é lindo mas... Somos só amigos.  
         - Ei! Gio! — Lionel grita atrás de mim. Me viro e o vejo correndo em minha direção, ele para ofegante. — Vamos?
Franzo o cenho... Para onde? Ele vê minha confusão.
         - Só quero conversar. — A essa altura Jacopo levou Alice para longe. Então, me resta apenas assentir.
Lionel sobe as escadas que parecem intermináveis, e o meio de minhas pernas voltam a arder. Ele abre uma porta para um dos quartos do corredor e me instrui para entrar.
Sento-me na grande cama e observo a minha volta.
Fotos de família nas paredes e um lugar extremamente arrumado. A luz da lâmpada é amarelada, deixando o quarto escuro mesmo ligada.
Lionel se senta ao meu lado e passa a mão pelo meu pescoço.
      - Gio, eu sei que na noite anterior tentamos fazer e não rolou. Mas acho que agora é o momento certo. — Momento certo...
Lionel se aproxima de mim, beijando o nódulo da minha orelha, depois seguindo para minha mandíbula e o canto da minha boca.
Eu não quero isso.
         - Diga algo. — Ele diz. Mas não consigo.
Lionel passa as mãos pela minha cintura, explorando. Tocando em minhas coxas e deslizando para entre minhas pernas.
Me sobressalto.
     - Ah qual o problema, Giorgia? Eu vou embora e não podemos nem transar? — Levanto da cama negando com a cabeça.
      - E-eu sinto muita dor, Lio. — Mas ele parece aborrecido.
      - Quer saber? Deixa pra lá. — Eu entendo sua frustração. Eu como namorada dele deveria fazer isso né? Não sei.
Não tenho certeza. Lionel sai da cama com os ombros caídos, como se estivesse derrotado. Eu não queria causar isso.
Deus...
Ele abre a porta e sai. Me deixando sozinha no quarto. Aquela foi a última vez que o vi.
Ele foi embora para Argentina uma semana depois, levando tudo consigo. Incluindo nós. Ele não me mandou mensagens ou ligou, apenas desapareceu.
Naquele momento eu não entendia o que essa situação me levaria, mas eu saberia mais tarde.

My bad boyOnde histórias criam vida. Descubra agora