Capítulo II

89 7 2
                                    

Quente.

Muito quente.

Aelin nunca temeu o fogo até ser queimada por Cairn a mando de Maeve.

Mas Maeve nunca a queimou e ela não conhecia ninguém chamado Cairn.

Conhecia?

Não, ela não o fez, mas Maeve estava por perto, sua frota os cercando, Rowan tinha a convencido a dormir um pouco.

Mas era impossível, porque Rowan estava...

Ela engasgou, sentando bruscamente, mar, ela estava no mar, não, ela estava morta, estavam todos mortos, derrotados por Erawan, bile subiu por sua garganta e ela se virou para o lado, seu vômito sujando o chão.

— Aelin.

Essa única palavra continha tanta esperança e amor que ela vomitou de novo, fazendo com que as grandes e amorosas mãos de seu parceiro subissem para seu cabelo, seus calos arranhando sua pele pelo fino tecido de sua camisola.

Quando ela finalmente se acalmou não ousou olhar para o lado, ela fechou os olhos, um erro, pois a imagem de Rowan morto aos seus pés surgiu imediatamente em sua mente, fazendo com que ela os abrisse rapidamente.

— Coração de fogo, olhe para mim, por favor.

Ela não queria, era mentira, ela tinha certeza que era, Rowan estava morto, mas talvez poder olhar para ele vivo e bem por uma última vez fosse uma chance que ela não poderia perder, por isso ela se virou lentamente.

O soluço que abriu caminho por sua garganta era impossível de conter, Rowan estava ali, bem, como se nem um minuto tivesse passado do momento em que ele a tomou naquela tenda de guerra depois que o fecho foi forjado, ele poderia ser belo na morte, mas nada o supera em vida, a cor em sua pele, o brilho em seus olhos, mais brilho do que o normal, chorando, ela percebeu, seu parceiro estava chorando, levando as mãos trêmulas a seu rosto ela limpou suavemente as lágrimas dele, engolindo em seco para dissipar o nó de sua garganta ela sussurrou:

— É um sonho? este é o além mundo?

Ele segurou ternamente a mão dela em seu rosto.

— Eu acho que não coração de fogo — engolindo em seco e olhando diretamente em seus olhos, completou em um sussurro — eu acho que viajamos no tempo.

Ela estava prestes a dizer ao macho o quanto isso era impossível quando fortes batidas foram ouvidas na porta de seu quarto, seguidas pela voz de Aedion.

— Aelin! está acordada? eu acho que tive um sonho muito estranho.

Foi o suficiente para novas lágrimas começarem a cair, seu primo, seu irmão, ali vivo, antes de pensar claramente ela já corria, abrindo a porta e se jogando nos braços do semifeérico que atordoado a abraçou de volta.

— Não foi um sonho? você se lembra também?

Ela só pode o envolver mais fortemente, sussurrando contra o peito dele:

— Sim, eu me lembro, me lembro de tudo.

Ele respirou tremulamente contra o cabelo dela, e parecia prestes a dizer algo quando um soluço foi ouvido, ambos se soltaram e viraram ao mesmo tempo, de pé no início do corredor estava Lysandra, lágrimas escorrendo pelo seu belo rosto, Aedion se moveu antes que qualquer uma das duas pudessem superar o choque, envolvendo a fina cintura da metamorfa com os braços ele a puxou para si, sendo retribuído com um pequeno beijo e a retribuição de seu abraço, ambos ficaram encostados um no outro e Aelin sentiu mais do que viu Rowan chegar perto dela estando prestes a se virar para ele quando Lorcan, Elide, Gavriel, Fenrys e Ansel viraram em direção a eles também, sua presença ali e suas expressões diziam o suficiente sobre o quanto eles se lembravam, assim que viu Gavriel Rowan foi até ele em um forte abraço compartilhado com Fenrys e Lorcan, esse último se soltando logo depois para ficar perto de Elide como se só uma mínima distância entre eles fosse insuportável para o feérico, Aelin podia entender isso.

O presente da luzOnde histórias criam vida. Descubra agora