Capítulo - I

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Harry

- Harry, podemos conversar? -- Louis questionou como se fosse algo simples e rotineiro, mas ele sabia que não era. Aquela conversa iria mudar sua vida e acabar com seu relacionamento. Ele não tinha escolha, era o melhor para os dois. Sentou-se no sofá que tinha no luxuoso quarto de hotel que estavam. O clima da cidade considerada a mais romântica do mundo não pode mudar suas escolhas. Era egoísmo, mas precisava fazer aquilo.

- Sim, aconteceu algo? -- O mais novo estava olhando algumas coisas no seu notebook quando viu seu amante chegando. Fechou o aparelho, respirando fundo e se ajeitando no outro sofá. Tinha medo do que escutaria a seguir, sabia que as coisas não estavam bem para os dois ultimamente, aliás, estava cada vez pior aguentar aquela relação. Louis estava o ignorando, recusando suas carícias e não retribuía mais nenhuma das palavras carinhosas que antes eram tão comuns entre eles.

- Nós precisamos terminar. -- O mais velho foi direto no assunto, não conseguiria enrolar e nem falar de outra forma, não podia desistir.

- Por quê? -- Foi a única coisa que Harry conseguiu perguntar naquele momento. Seu coração batia forte e suas mãos tremiam. Não imaginou que depois de tanto tempo juntos iria realmente ouvir aquelas palavras, Louis sempre jurou que iria amá-lo mesmo que o mundo ficasse contra eles, mas agora estava ali, terminando o que tinham, e ele nem ao menos conseguia reagir! Por que não podia gritar e dizer que não iriam terminar nada?! Por que não tinha forças para argumentar e dizer inúmeros motivos para estarem juntos?!

Harry sabia a resposta.

Mesmo com tantas perguntas em sua mente, ele sabia a resposta.

- Eu estou saindo com outra pessoa. -- Nem nos seus piores pesadelos Styles imaginou que iria ouvir aquilo. Olhou chocado para o rapaz que estava sentando no outro sofá branco que tinha naquele cômodo. Ele ainda estava com aquela bela camiseta azul que combinava com seus olhos e o mesmo rosto angelical. Mas não era seu Louis.

O Louis Tomlinson que Harry conhecia jamais o trairia ou o trocaria por outra pessoa.

- Quem é? -- A pergunta saiu baixa, sua voz tremula e chorosa deixavam bem claro o quão ferido seu coração estava. Era isso, o pior dos pesadelos se realizando. O que tinha feito de tão errado para merecer aquilo? Foi algo que disse ou falta de carinho? Será que foi por causa das brincadeiras com as fãs ou por algum outro motivo?

- Eu não posso dizer... -- A resposta saiu baixa, a voz do mais velho estava tremula e ele olhava para o chão. Não tinha coragem de olhar para Harry. Era um completo covarde, percebia isso agora.

- Não pode dizer?! Pensa há quanto tempo estamos juntos, Louis! Eu esperaria isso de qualquer pessoa, menos de você! -- O mais novo levantou o tom de voz, assim como seu corpo. Saiu do sofá e parou na frente do outro rapaz, apontando o dedo pra ele. Estava realmente irritado com aquilo, talvez mais desiludido do que irritado. Quando conheceu a pessoa que estava em sua frente, não imaginava que ela pudesse ser daquele jeito.

- Harry, você está exagerando! -- Tentou se defender, erguendo o olhar par fitar os olhos que o miravam com tanta raiva. Seu coração quase parou ao ver aquilo, ele era uma pessoa tão doce, um pouco pervertida demais, era companheiro e fiel. Ele era perfeito. Doía ao ver o que estava fazendo, doía ainda mais saber que não tinha coragem para mudar aquilo.

- Exagerando? Tem razão, Louis. Eu não deveria estar aqui perdendo tempo com você. -- Harry abaixou o dedo e o olhar. Olhou para o chão como se estivesse procurando por algum refúgio ali, mas não tinha nada. Tudo estava acabado. -- Sai do meu quarto. -- Sua voz soou fria. Se Louis não tinha consideração por ele, então ele iria fazer questão de esquecer como tratar alguém que amou por tanto tempo.

- Esse quarto é nosso. -- Ficou de pé, próximo ao mais novo. Não queria sair dali, aliás, nem ao menos sabia o que queria naquele momento. Uma parte de si queria largar tudo e abraçar Harry, fazer inúmeras juras de amor e depois ir para cama com ele até o dia seguinte. Mas essa era a parte irresponsável e perdidamente apaixonada por aquele homem. A parte racional sabia que era melhor manter distancia, ficar longe daquele corpo que tremia quando estavam juntos ou da voz rouca. Longe dos olhos verdes ou daqueles toques tão carinhosos e ao mesmo tempo tão brutos. -- Se quiser conversar, eu est-

- Eu não vou querer conversar nada com você. -- Interrompeu o que o outro estava dizendo, não queria ouvir palavras de conforto, não queria nem ao menos ouvir a voz dele. Caminhou até a porta do quarto e abriu a mesma. -- Saia agora. Mande alguém buscar suas coisas depois. -- Não agüentava ficar mais no mesmo cômodo que o mais velho, queria poder trancar o quarto, apagar todas as luzes e deitar na cama. Ficar sozinho, mesmo que fosse ficar pensando no que tinha feito de tão errado.

Passou a chave na porta e caminhou até o sofá novamente, queria deitar na cama, mas suas pernas não o levaram até lá, nem sua visão que ficou embaçada pelas lágrimas que começaram a cair sem pedir permissão. Seu coração parecia estar apertado dentro do peito, era como se a cada lágrima morresse uma parte de si, era a pior sensação que já tinha sentido na vida. Sentou-se no sofá, deixando os cotovelos sobre os joelhos e as mãos no rosto. Nada daquilo fazia sentido. Foi tudo tão de repente que nem ao menos teve tempo de se preparar, mas mesmo que tivesse esse tempo, iria conseguir?

Four days to dieOnde histórias criam vida. Descubra agora