Four days to die

Capítulo - IX

NOTAS: Este capítulo retrata a pessoa que sequestrou Harry, por isso está escrito em primeira pessoa. 

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Mesmo após eu ter avisado tantas vezes para eles se manterem afastados, os dois foram teimosos e continuaram juntos, por que as pessoas simplesmente não me escutam?

A maior ironia dessa historia toda é que vão me culpar por estar tentando fazer a coisa certa para o mundo, porque as pessoas estão loucas e cegas. Loucas a ponto de acharem duas pessoas do mesmo sexo juntas algo normal e cegas por fingir que não existe isso no meio de ícones adolescentes. Se eu não impedir esses dois moleques nojentos, então quem fará isso? Eu só quero salvar o mundo, mostrar para eles que estão errados e que ainda podem voltar atrás e pararem com essas coisas tão nojentas.

Eu aprendi que isso era errado quando eu tinha apenas 12 anos e me apaixonei por um garoto da minha classe, meus pais sempre foram contra essas coisas modernas e como punição eu fui estuprado pelo meu próprio pai enquanto aquela bêbada nojenta que se dizia minha mãe ficava lendo partes da bíblia e dizendo que meu pai estava me mostrando o que era aquela vida. Eu era apenas uma criança apaixonada que não via maldade em nada, mas mesmo assim eu fui machucado, me deixaram ensanguentado e foram beber em algum lugar.

Aqueles dois eram do tipo que iam às igrejas se confessar e pagar os pecados sendo que na vida real eram dois demônios. Eu sofri muito durante anos até que eu tivesse coragem o suficiente para sair de casa, mas eu nunca esqueci as punições que me davam quando eu olhava ou me aproximava de algum garoto.

A forma que eles me ensinaram foi errada, mas eu aprendi que o homem nasceu para amar a mulher e a mulher nasceu para amar o homem, qualquer coisa fora disso é uma aberração que deve ser punida.

Agora eu quero salvar as pessoas da punição, não somente a que elas vão ter aqui na terra, mas também a punição divina do nosso Senhor.

Toda vez que olho para um garoto, assim como estou olhando para Harry Styles agora, minhas costas doem por causa das lembranças da época que eu apanhava e então eu sinto nojo. Ele é um rapaz bonito, eu admito, e é daquele jeito que merece ter a cara toda suja de gozo e depois ser deixado no meio da rua igual uma vadia qualquer. Perdoe-me, Senhor, por estar dizendo estas palavras de baixo calão, mas eu apenas quero salvar a sua humanidade destes lixos que não querem mais se reproduzir.

Se perguntar para qualquer pessoa na rua o que elas pensariam se todos fossem gays, a maioria diria que é algo natural, pois todos têm o direito de escolher sua opção sexual. Mas eu tenho certeza de que poucas irão se perguntar o que aconteceria com nosso mundo. Talvez, se no passado, eu tivesse outra educação, hoje eu estaria apoiando esses garotos e os defendendo, mas eu não quero que a raça humana termine porque algumas pessoas acham mais prazeroso se relacionar com alguém do mesmo sexo.

Às vezes penso que estou sendo uma pessoa boa demais por estar punindo Harry Styles sem o estuprar, diferentemente do meu pai eu não quero saber o que é estar fodendo outro homem. Isso é nojento e imoral. Vocês deveriam estar vendo o que eu vejo e da forma que eu vejo, por exemplo, Harry está amarrado em um poste, sentado no chão e tendo que chupar um desses consolos que vendem em lojas de sexo. O trato é que se ele deixar cair, eu o bato. Tenho uma corda em minhas mãos para castigá-lo e um bom vinho ao meu lado, meu som está reproduzindo a nona sinfonia de Bethoven enquanto eu ensino esse moleque a ser homem de verdade.

-Continue, Styles. Gosta disso, não é? – Eu digo num tom até um pouco irônico e ele me olhar com seus olhos verdes bravos. Será que esse garoto pensa que o olhar dele vai mudar algo no meu pensamento? Eu até fui gentil por ter deixado os braços dele livres!

Eu sei que no começo é difícil aceitar as coisas como elas devem ser. No começo eu repudiava o que meus "pais" faziam, mas hoje eu entendo que eles só queriam o melhor para mim. E eu quero o melhor para Harry Styles e Louis Tomlinson porque eu gosto do trabalho deles, infelizmente fizeram uma escolha errada na vida e se tornaram gays, mas eles ainda têm tempo para mudar! Por isso eu vou ajuda-los, nem que para isso eu deva matar um por um.

As coisas poderiam ter sido diferentes se os dois apenas me escutassem e se afastassem, mas não, eles têm que usar aquele assunto de amor e tentar ser mais fortes que eu, grandes tolos. Eu não entendo como alguém pode me odiar como Styles disse que odeia, pago meus impostos em dia, cumpro com todos os meus deveres e tenho cuidado para não interferir nos direitos das outras pessoas, eu quero apenas salvar o mundo dessa raça nojenta que jamais poderá se procriar, ainda mais que tem pessoas tão ridículas a ponto de apoiar esses atos nojentos.

- Opa, não pode parar... – Esse garoto é um pouco mal educado, eu aviso que ele não pode parar, mas ele sempre tenta me desafiar. Será que ele gosta de apanhar?

Levanto-me de onde estou sentado com a corda em minha mão, caminho lentamente até o rapaz de cabelos longos e o bato nos braços. Apenas uma chibatada para que ele aprenda e não parar. Sorrio ao ouvir seu gemido de dor e volto para minha cadeira, bebo um pouco de meu vinho e então continuo observando ele brincar. Claro que não vou o deixar fazer isso por muito tempo, daqui a pouco será a hora do jantar e ele precisa se alimentar, afinal de contas não quero meu doce aluno morrendo de fome. Aliás, hora de jantar é de noite, isso me lembra de que em algumas horas faltarão apenas três dias para eu dar um basta nesse menino.

Claro que se Louis Tomlinson e os amiguinhos dele nos encontrarem antes dos quatro dias, eu vou ter que liberar Harry Styles, mas ele vai estar tão traumatizado que nem ao menos vai querer se aproximar de seu querido namoradinho, o que será bem engraçado, talvez até mais engraçado do que matar Harry depois que os quatro dias chegarem ao fim sem eles terem nos encontrado. Mais uma hora se passa e eu me levanto mais uma vez, caminho até minha companhia e retiro o consolo das mãos dele. Uso a mesma corda que estava em minhas mãos para amarrar as mãos dele bem firmes.

- Vou começar a preparar nosso jantar, espero que se comporte como um bom garoto. Ah, não pense em gritar, nem mesmo os animais se aproximam de onde estamos... – Pensando agora, essa casa abandonada no meio do nada foi a melhor coisa que eu poderia ter encontrado. Fiquei mais de um mês investigando este lugar e nunca vi um ser vivo passar aqui, ou melhor, apenas aves passam aqui. Verifico se ele está bem preso e então me afasto para a cozinha, não que ela seja bem arrumada, mas tem uma isopor com gelo e sal e um fogão a lenha para que eu possa fazer comida. Eu não sei como estou conseguindo viver aqui sem eletricidade, até mesmo o meu rádio funciona com pilhas! Sinto que estou de volta ao passado. Aquele terrível passado.