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Dia 13 para o dia 14 de agosto

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Dia 13 para o dia 14 de agosto.

Any já havia chegado em sua casa, e estava em sua cama pensando sobre tudo oque aconteceu. Em seu rosto cobriam lágrimas, e em silêncio ela chorava. Um pouco mais alto e sua irmã a escutaria.

Ela sentia que uma crise estava novamente se aproximando. Com muita calma, tentou manter sua respiração calma e desacelerar seu coração que batia como se nunca tivesse batido antes. Batucando seus dedos em seus joelhos, pra tentar driblar a ansiedade.

Mas na cabeça dela se repetia. Eu não posso acabar com a minha vida, eu ainda tenho coisas de mais pra fazer. Eu não posso fazer isto por um simples acontecimento.
Eu tenho que me manter bem, por que se não, farei qualquer coisa pra acabar com tudo isso. Aonde eu errei? Eu tive uma infância tão maravilhosa, oque eu fiz?

Naquele momento, se a entregassem uma faca ou qualquer objeto pontudo, ela cortaria seus pulsos sem pensar duas vezes, mas oque iriam pensar? Ela não estava sendo fraca, ela só queria fugir de todos os seus problemas que a rodavam.

Que Deus a perdoasse, mas ela não estava mais pensando, ela estava agindo. Com um brinco com a ponta pontuda e afiada, passou pelo seu braço com força e vontade. Ela não sentiu dor. Será que sua mente estava tão mal, que não abria escape nem para uma dor física? Por onde a garota iria fugir agora?

Seus olhos rondavam todo seu quarto, até que sua visão escureceu. Sangue. Era oque mais havia pelo quarto da cacheada. Ao sua mãe entrar para acorda-la e ver aquela visão, berrou para toda a casa para que chamassem a ambulância.

— Eu imploro, salvem minha filha. — Priscila chorava já dentro do hospital.

Any havia acabado de adentrar na emergência. Compressas estavam em seus pulsos e um soro conectado em sua veia a hidratando, seus batimentos estavam baixos e sua pressão também, só um milagre a tiraria dali.

Um cirurgião plástico, chegou já pedindo uma bandeja de suturas, que logo foi levada por uma enfermeira. O homem tirou as compressas e visualizou o corte. A família da garota observava tudo de longe. Ele negou com a cabeça, em sinal que até conseguiria, mas ela perdeu sangue de mais para aguentar.

Priscila caiu de joelhos no chão. Belinha gritava chorando, e Roberto apenas queria voltar no tempo e ter impedido a garota de ir para a casa de Sabina.

Duas horas e meia depois...

— Família de Any Gabrielly? — uma mulher de jaleco branco perguntou.

— AQUI! — berrou Belinha.

A mulher foi se aproximando.

— Eu... Tentamos de tudo, mas a garota não está mais entre nós. — ela abaixou a cabeça e se retirou em silêncio.

Priscila chorava, Roberto chorava, Belinha chorava. O próprio hospital chamou um táxi para levá-los, eles não teriam condições de pegar o carro e ir até a casa deles em paz. Acabaram de perder a filha mais nova, isso seria tenso de mais.

Um dia depois.

O celular de Any havia várias notificações de Sabina perguntando se tava tudo bem e onde ela estava. A mexicana nem mesmo sabia oque havia acontecido, e a família Soares não tinham condições de avisar sobre.

Mais tarde no mesmo dia, seria o funeral da garota, calmamente a mãe de Sabi se aproximou como quem não quer nada, seus olhos avermelhados na tentativa de parecer calma, sentou-se ao lado dela que mexia no celular conversando com alguém aleatório, e então disse:

— Sabi, preciso lhe contar algo. Mantenha a calma quando dizer, ok? — a garota assentiu. — Any estava mal ontem certo?

— Sim, inclusive ela não me responde por nada no WhatsApp, aquela bestinha deve ainda tá dormindo. — sorriu.

— Não, Sa. Any teve uma crise, imagino, e foi parar no hospital.

O rosto de Sabina se fechou, e em um passo de mágica ela já estava de pé querendo ir logo no hospital para ver sua amiga. Perguntava oque ela tinha, se Any havia parado de comer novamente, e a mãe dela ficou desnorteada. Como diria a sua filha que a melhor amiga faleceu?

— Sabi... Any se foi. Ela cortou os pulsos e quando chegou no hospital já era tarde, perdão minha filha. — a feição da mexicana mudou, seus olhos pareciam desesperados, aquilo era uma trolagem?

Era impossível. Ontem mesmo a garota antes de dormir estava conversando com ela, até rindo por WhatsApp. Mensagens podem enganar, certo?

— Não mãe. Eu quero a Anyelly. Ela vem amanhã aqui, pra gente ir na cafeteria juntas. Ela não se foi. Any ta viva. Ela não faria isso. — se negava.

Sem muito oque fazer, apenas a abraçou.
Mais tarde, as duas foram consolar a família, Hidalgo não estava nem um pouco bem, como ela ficaria sem a pessoa que a motivava todos os dias?

Poucos dias depois, a escola foi notificada de tal acontecimento, amigos próximos e até mesmo Josh, entraram em colapso, palestras sobre o acontecimento viraram rotinas mensais, e a família Soares e Sabina demoraram a superar tal perda.

— Polos Negativos. —

Aguentem firme.
Não tentem algo do tipo.
Se sentirem que estão mal, procurem um profissional, procurem alguém para abraçar vcs, mas não façam isso, ok?
Amo vcs, bjs.

Polos Negativos | beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora