CAPÍTULO OITO (true)

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12 de dezembro. 16:30.

Depois de agradecer a todos, tiramos umas fotos com as coisas e os meninos deram partida com o barco para um lugar onde tinha uma coloração de mar mais clara e tinha muitos peixes. Tava tudo mundo lindo... Até o tempo começar a fechar do nada.

- Vem aqui amiga! - Nat me puxa pelo braço.- trouxe um biquíni para você, vai lá vestir. - pega o biquíni, taca na minha mão e me empurra dentro do banheiro.

Meu deus que biquíni é esse? certamente é de Carol, só pelo fio dental. Após vestir, saindo do banheiro distraída acabo esbarrando com Thiago.

- Opa. - ele levanta o copo que estava em sua mão impedindo que derrame em mim. Me olha de cima a baixo, demorando um pouco nos peitos e finalmente para os meus olhos. - Desculpa aí.

- Eu q... - rio sem graça.- eu que peço desculpas, eu saí distraída. - ele ri.

- Tá tudo bem. - Ele me encara e ficamos um tempinho assim, se olhando. - É... Vem cá, tenho uma coisa para você.

Sai andando para dentro do barco onde tem um quarto e eu respiro fundo antes de ir atrás. Chego lá e o encontro de costas mexendo em sua mochila. Paro na porta tentando esconder um pouco do meu corpo com minhas roupas pela vergonha.

- Fecha os olhos. - ele se vira para mim com as mãos atrás do corpo. - pode confiar. - faço o que ele pede. - Ah e vira de costas...- abro os olhos e o olho com deboche. Ele ri. - juro que não vou fazer nada.

Meu Deus o que esse menino está arrumando? Me viro de costas e espero. Sinto calafrios ao sentir ele tocar de leve no meu cabelo, como se estivesse arrumando algo. Quando termina me viro de frente a ele com cara de dúvida.

- olha ali no espelho. - ele aponta com a cabeça.

Vou em direção o próprio procurando o que ele fez e quando vejo não acredito. Sinto meu rosto quente e lágrimas querendo descer novamente. Olho para ele e ele apenas retribui com um sorriso tímido.

- Como você encontrou? - pergunto.

- Tive meus macetes. - ele olha nos meus olhos. O que me deixa tímida. Se aproxima e passa os dedos nas minhas lágrimas. - não chora princesa, hoje é um dia para se alegrar.

- Obrigada.- vou pra abraçar ele e dar-lhe um beijo na bochecha mas ele acaba virando o rosto e virando um selinho. Me solto rápido quando percebo o que estava acontecendo.

- Desculpa ka. - ele me olha um pouco envergonhado.

- Meu Deus! Eu que peço...- passo a mão no cabelo e desço o olhar para meus pés. - é... Eu vou voltar lá pra cima.- digo sem olhar para ele subo correndo literalmente.

- Nossa. - Carol grita quando me ver me dando um susto, será que minha boca tá borrada? Mas a gente nem se beijou... O que eu tô falando, eu nem estou de batom. - seu laço, como conseguiu achar?

- Não achei, foi o Thiago. - falo respirando aliviada e passando a mão no laço.

- Hm! - ela e Gui que estava deitado com ela no sofá externo murmuram juntos. Reviro os olhos e olho pra nat saindo da cabine do capitão com um celular na mão.

- Ka, seu celular estava tocando. - ela me entrega o celular. O que meu celular tava fazendo com ela? - ah, eu tava com ele ali na cabine porque você estava no banheiro, esperei você voltar e você demorou muito. Estava fazendo o que aliás? - ela olha algo atrás de mim e o segue com os olhos me fazendo virar para vê o que ou na verdade quem era, Thiago. - Ah, já entendi.

- An? Não é nada disso. - me viro para ela e explico com pressa. - bom, eu vou lá vê quem era.

Desço novamente até o quarto que havia na lancha e ligo a tela do celular. Vendo 7 ligações perdidas, 3 da minha mãe e 4 de Bruno. Nossa, eu tenho namorado. Como fui me esquecer disso?
Retorno a ligação da minha mãe.

- Mãe? Eu posso expl...- ela atende no segundo toque e me interrompe.

- Eu já sei de tudo Karen.- Sabe? - Como estão as coisas aí? Estão se divertindo? Vão voltar cedo não é? Perigoso ficar naufragando muito tarde.

- Calma, muitas perguntas. Como a senhora sabe?- respiro aliviada mas com muitas dúvidas.

- Seus amigos precisam de um adulto pela liberação da escola, e eu sou a mãe mais legal que eles conhecem... - se gaba - Fora que minha filha, você precisava curtir, é o seu aniversário não dá para passar como todos os outros anos.

- Ah eu te amo, obrigada por tudo. - sorrio grata. - Aqui está sendo divertido, já já devemos voltar para casa.

- Ok minha filha, está começando a fechar o tempo, pode vir temporal. - ela fala. - Mas enfim meu amor, aproveita seu dia. Vou estar te esperando em casa.

- Ok mãe, tchau. - ela responde e eu desligo já ligando para Bruno.

- oi - Bruno atende de imediato.

- Amor, por onde você estava? Te liguei mais de 4 vezes e nada. - já atende esbravejando.

- meus amigos me sequestraram da escola para comemorar meu aniversário. Me desculpe não ter avisado.- respondo

- e aonde vocês estão? - pergunta impaciente.

- no meio do mar acho. - respondo olhando em volta, mas não tem janelas quase, nem sei porque fiz isso.

- como assim no meio do mar Karen? E como você não sabe aonde é? Karen você está sozinha com esses louc...- paro de ouvir ele assim que vejo todo mundo desesperado entrando no quartinho correndo. Tampo onde sai som no telefone e pergunto;

- O que houve gente ? - pergunto curiosa vendo todo mundo meio molhado e desesperados.

- Tempestade. - Nat responde um pouco eufórica.

- tempestade? Karen? Karen?! - volto com o celular no ouvido e ouço Bruno preocupado.

- eu já te ligo. - desligo na cara dele.

O surfistaOnde histórias criam vida. Descubra agora