encontro com o rival

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Durante as semanas que passa em Murata, Kohaku sente a chama do amor reascender em seu coração e, novamente, pede Lin em casamento. Será que a jovem aceitará seu pedido dessa vez? O que terá motivado o encontro entre Kohaku e Sesshoumaru? Boa Leitura!!

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Durante a primeira semana em que esteve aos cuidados de Kohaku, Lin já era outra pessoa. A infecção fora controlada e o ferimento já começava a cicatrizar. A jovem voltou a comer normalmente: alimentava-se pelo menos cinco vezes ao dia, sob a inspeção do rapaz, e logo recuperou parte do peso que perdera nos dias em que esteve mais debilitada. A febre vinha com menos frequência e até os pesadelos haviam diminuído. Apenas seu olhar permanecia triste, às vezes distante demais para que o amigo pudesse alcançá-lo. Kohaku, porém, manteve-se ameno, pois sabia que a paciência era o único caminho pelo qual poderia ganhar o coração de Lin. E quando, contudo, pensava na possibilidade de ela recusar novamente seu amor, tentava se animar, na medida do possível, apenas com o fato de haverem retomado a antiga amizade.

Na segunda semana, Lin já conseguia caminhar por conta própria: andava perto das casas do vilarejo, ia até o rio, ao campo de flores, mas não costumava ficar sozinha. Geralmente, quando ia se banhar, Kagome a acompanhava. A jovem não guardava mágoas da Sacerdotisa pelas palavras duras que ouvira no dia em que conversaram, sobretudo por ter descoberto, naquele dia, que Kagome sempre foi grande entusiasta da união entre ela e o youkai. A jovem apenas se sentia envergonhada por saber, por mais que odiasse admitir, que todos estavam muito mais certos do que ela a respeito das verdadeiras intenções de Sesshoumaru. Assim, tentou se convencer de que somente quem a amava de verdade – os de Murata e Kohaku – estavam ao seu lado naquele momento difícil, apoiando-a e protegendo-a a todo momento. Apesar das tentativas, contudo, não conseguia esquecer o Lorde, e a saudade consumia seu peito vez por outra, mesclando-se ao pequeno fio de esperança de um possível regresso.

Afora Kaede, todos desejavam, naquele momento, que Lin decidisse, de uma vez por todas, por se casar com Kohaku. Até a jovem considerara a possibilidade, diante dos esforços do rapaz em trazê-la de volta ao mundo. No entanto, ao pensar em suas vidas juntos, como um casal, tão logo desistia da ideia; não por desprezá-lo, mas por amar o amigo de outra forma.

Os dias que passou na companhia de Kohaku, viveu-os como quem faz um teste, como quem analisa e estuda uma situação, antes de tomar uma decisão importante: com ele, relembrou momentos da adolescência, as enfermidades que compartilharam, os treinamentos pelos quais ambos passaram e os avanços que conseguiam, relembrou as histórias de aventura que Kohaku lhe contava sempre que regressava a Murata, bem como as aventuras que viveram juntos nos treinamentos em campo com os mestres de Murata… Sempre nestes momentos e aos cuidados do amigo, a jovem se sentia feliz. Noutros, porém, naqueles em que os imaginava juntos, como um casal, sentia uma imensa sensação de desconforto e de culpa. Se optasse por se casar com o jovem, sabia que estaria tomando a decisão consciente de que viveria, com ele, uma mentira, e que o faria sofrer com sua não correspondência amorosa. Por outro lado, se negasse mais uma vez seu provável pedido, sabia que não conseguiriam manter a velha amizade e que acabaria magoando o rapaz novamente. Entre o receio e a certeza, Lin se culpava todas as vezes em que via Kohaku fitá-la mais intensamente, sempre que sentia que o rapaz tentava uma aproximação além do normal ou que a acariciava quando deveria, em vez disso, analisar seu estado de saúde de forma mais imparcial.

E mais uma semana, Kohaku passou distante de Shimizu, dedicado exclusivamente a cuidar de Lin. Certa tarde, enquanto passeavam mais distantes das casas do vilarejo, no tranquilo campo de flores de Murata, a jovem percebeu a iminência do tão receado pedido – notou que o rapaz a fitava com o mesmo olhar carinhoso e permissivo com que a fitara, quando lhe pediu em casamento da primeira vez. Mas o jovem se mantinha calado durante a caminhada, e ela, também receosa, se manteve silente. O silêncio, porém, corroía o coração de Lin, que podia sentir nitidamente a ansiedade e a angústia do amigo.

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⏰ Última atualização: Aug 14, 2021 ⏰

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