𝙰𝚞𝚐𝚞𝚜𝚝𝚒𝚗𝚎
Ao desembarcar do avião foi como sair debaixo d'água e ter os seus sentidos voltando ao poucos, foi como sair do mar e sentir as suas pernas bambas, não de cansaço, mas de medo porque você não sabe nadar e nunca andou de avião antes.
Tropecei em todos os degraus e tive que me segurar na minha vó para não cair enquanto íamos até as nossas malas, e vendo todas as malas juntas percebi que nem eu e muito menos vovó temos muita noção de quantidade, totalizando dez bolsas com coisas que com certeza não precisamos.
Estamos no Maine e as coisas parecem um pouco diferentes, como se o sol tivesse se aproximado e tudo estivesse mais amarelo e também um pouco mais desacelerado, coisa estranha.
-Seu tio já deveria estar aqui, Derry não é tão longe.-Disse vovó ao sairmos do aeroporto depois de rodarmos ele todo procurando tio James.
-Quantas horas são de Derry até aqui?-Perguntei me sentando em uma enorme mala que provavelmente continha todos os vestidos de Marjorie, minha vó.
-Talvez umas três, não consigo me lembrar muito bem, essa foi a parte que menos prestei atenção quando vim aqui no verão passado.
-Hm certo... Você acha que daria tempo de eu ir ao- Uma buzina soou do lado esquerdo do meu ouvido, junto com um cachorro latindo de susto.
Um homenzinho baixo saiu do carro verde militar batendo o pé no meio fio, tio James, um senhor de mais ou menos sessenta anos que pinta o cabelo de castanho escuro e finge que ninguém sabe que é falso, enquanto nós fingimos que ele não sabe que sabemos, sempre com uma carranca no rosto e um charuto entre os lábios. Me disseram que ele era um galã em seus anos de glória, tendo suas aventuras e histórias, mas tudo o que dizem viraram contos de folclore, uma mentira.
-Era hora James, vejo que não mudou muito.- Disse vovó já nos guiando até o carro.
Três horas em um carro de fuga podem ser interessantes se você for otimista.𝚁𝚒𝚌𝚑𝚒𝚎
É a quarta vez que Eddie passa álcool em gel na mão, tudo isso porquê sentou na mesa de uma garota estranha que segundo ele parecia doente, chamada Carrie ou talvez Caroline.
-É realmente necessário passar isso pela quinta vez em menos de três minutos?-Escrevi rapidamente em um papel e passei para mesa do meu lado esquerdo.
-Richie Tozier! É impossível para você ficar, perdoe minha linguagem, sem fazer besteira em pelo menos uma aula? Toda aula é alguma coisa.-Gritou o meu professor de artes com o rosto vermelho e com um pouco de giz branco no bigode, é engraçado que apesar dele chamar a minha atenção em todas as aulas que temos desde que esse maldito semestre começou, eu ainda não tenha gravado o seu nome na cabeça.
-Não vai dizer nada, Tozier? Sabe que não pode ir pra diretoria de novo e duvido que queira uma detenção no último dia de aula.-Esse cara tem todos os defeitos que um professor poderia ter, é triste.
-Bem... me desculpe senhor Dick...son, não vai acontecer de novo.-Foi difícil lembrar.
-Céus você é um idiota.-Sussurrou Eddie colocando as mãos no rosto.
-Senhor Kaspbrak!
-Nada não Senhor, me perdoe, foi sem querer!-Sempre tão tenso.
-Vamos voltar à aula sem mais gracinha se for possível, sim?-Babaca, não consigo levar ele a sério.
Antes mesmo do senhor Dick começar a falar sobre qualquer coisa que ele estava falando antes, o sinal tocou.
-... O tempo chega para todos.-Eu disse quando estava colocando o caderno e o lápis na bolsa.
-O que?-Eddie respondeu passando álcool em gel de novo.
-Olha para o bigode do senhor Dick, eu to achando que aquilo ali não é giz porra nenhuma.-Indiquei com os olhos quando passamos por dele.
-Cala boca Richie, antes que ele escute a gente!-Dei risada do nervosismo dele.
-Só estou dizendo Edds, faz sentindo.-Eddie revirou os olhos e me empurrou para o corredor.
-Tanto faz, pelo menos não sou eu que cheira uma antes de vir dar aula.
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𝙲𝚛𝚞𝚎𝚕 𝚂𝚞𝚖𝚖𝚎𝚛- 𝚁𝚃
Fanfiction"You are the fucking love of my life." He whispered in the middle of the night, his cheeks flushed from alcohol and his eyes bright with tears. "𝘠𝘰𝘶'𝘳𝘦 𝘮𝘺 𝘈𝘤𝘩𝘪𝘭𝘭𝘦𝘴 𝘩𝘦𝘦𝘭..." 𝑺𝒂𝒚 𝒚𝒐𝒖'𝒍𝒍 𝒔𝒆𝒆 𝒎𝒆...