Capitulo único.

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Narrador.


Casadas a 10 anos, Juliette e Sarah eram o que os amigos chamavam de casal perfeito, mas a verdade é que isso não existe. Por mais que na maior parte do tempo as duas mulheres mantivessem um entrosamento perfeitamente incrível, havia momentos em que eram tomadas pelas chamadas crises, já haviam superado varias delas mas a que estavam agora era a pior de todas, chegava a levar o pensamento de uma possível separação. Mas claramente a loira não vivia sem a morena e a morena não vivia sem a loira, isso era fato, poderiam conviver pelo resto da vida se evitando mas não não sobreviveriam um segundo que fosse distantes uma da outra.

Crises podem vir por vários motivos, os antecessores a esses foram fáceis de passar pois eram situações do dia a dia que as vezes levavam o casal a cair na mesmisse mas elas sempre encontravam uma maneira de dar a volta por cima, mas quando a crise é gerada pela falta de confiança é algo muito maior do que poderiam controlar. E infelizmente era essa a crise que atingia a família Freire-Andrade. Juliette vinha se tornando invasiva, olhando sempre quem mandava mensagens a sua esposa e controlando suas saídas, se Sarah ia ao posto comprar qualquer coisa que fosse, a morena acreditava que ela havia mesmo ido encontrar alguém e isso estava irritando a loira num nível que ela não podia mais controlar. No começo, Sarah procurou entender a insegurança de sua mulher, ela vinha passando muito tempo na empresa, trabalhando em seus projetos de marketing e deixando um pouco a família de lado, mas depois, mesmo com Sarah arranjando tempo para seu lazer ao lado de quem amava, se tornou ainda pior. Juliette a acusava de coisas terríveis, principalmente de manter contato com alguma mulher que na cabeça dela existia, seguida Sarah por muitas vezes e também chegava a proibir de ir a certo lugares, e a loira já havia chegado ao seu cumulo.

Por mais que parecesse difícil apenas para um lado da história, a advogada também sofria com toda essa situação. Não queria controlar sua esposa, não queria acusa-la de coisas terríveis, não queria nem ao menos de duvidar de sua palavra, mas um diabinho falava em seu ouvido e esse diabinho tinha nome e sobrenome; Rodolffo Matthaus. O cantor era um amigo de longa data da consultora de marketing, conhecia todos os seus pontos fracos e fortes e, com essa aproximação, conhecia também os pontos de Juliette, por quem sempre teve um desejo avassalador e proibido. O homem cobiçou a mulher de sua melhor amiga por anos ate que encontrou a brecha perfeita para tentar rachar aquele casamento que, ao ver dos outros, não teria fim.Ele começou insinuando umas coisas e depois dando a entender outras, o que fez Juliette enlouquecer. A advogada sabia perfeitamente que sua esposa jamais seria capaz de lhe trair, se tivesse algum problema, se não sentisse mais atração pela mulher, ela diria, a morena tinha certeza disso ate não ter mais. Rodolffo conseguira fazer Juliette duvidar das coisas que sempre acreditou. Por mais que no fundo ela soubesse que Sarah não era aquela pessoa horrível que Rodolffo começara a pintar para si, algo lhe fazia agir impulsivamente e fazer coisas idiotas como invadir uma reunião importante por achar que Sarah estaria num encontro pessoal em sua sala de reuniões. 


Olhando para trás agora, a morena se sentia terrivelmente envergonhada dos atos que havia cometido na hora da raiva, das coisas que havia dito na cara de sua esposa mas que nem mesmo ela achava ser, mas agora restava apenas chorar pois provavelmente havia perdido sua mulher por pura idiotice, por duvidar das palavras delas por causa de alguém que se dizia amigo. Agora Juliette sabia bem que aquele que dizia ajuda-la só queria o seu mal e o de sua família, mas principalmente o de seu casamento. Na noite em que Sarah decidira deixar a mansão da família temporariamente para dar um tempo em toda a confusão que havia se transformado o casamento — mesmo depois de Juliette se agachar implorando que não o fizesse —  foi a mesma noite em que Rodolffo se revelou, lhe oferecendo um ombro amigo, só que mais do que isso, ele havia tentado beija-la, havia avançado o sinal. E foi nesse ato que Juliette enxergou o que estava bem na sua frente, ou melhor, quem. Por causa dele ela começara agir daquele jeito, claro que ele não havia mandado ela fazer coisas as coisas estúpidas que fez, mas sua intenção ao dizer coisas sobre Sarah, não era alertar uma mulher traída, mas sim acabar com a confiança perfeita que existia entre as inseparáveis Freire-Andrade.

One Shot SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora