Inferno particular

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Antônio Fabbri Bianco on

*26 anos antes*

  Aquela situação já havia se prolongado demais. Estava ficando cada vez mais insustentável manter minha vida dupla em completo sigilo, eu era casado, deveria dar um fim no que eu e Adriane tínhamos. Nossa relação nunca foi rotulada por ambos mas eu sabia bem que rótulo ela receberia se por acaso vazasse de alguma forma na mídia sobre meus encontros secretos com ela, sobre nossas noites ardentes. Eu me encontrava sentado na poltrona disponível na suíte que era nosso lugar de encontros.

Eu já havia fumado 3 cigarros e tomado  pouco mais de 7 doses de Whisky que desceu rasgando minha garganta. Belo homem eu era, precisava de álcool para criar coragem e dispensar à mulher com quem eu estava. Eu nunca amei Marión, nosso casamento foi apenas fruto dos interesses de nossas respectivas famílias pela busca desenfreada de poder.

- Está tão pensativo hoje. O que houve?~ disse Adriane enquanto expunha sua nudez, antes coberta pelo lençol branco~

- São coisas do trabalho. Você não vai querer saber.~ eu menti descaradamente e o pior. Olhando dentro de seus olhos, que tipo de homem eu havia me tornado? Refém dos beijos e carícias daquela mulher. Ela era uma verdadeira feiticeira e eu estava disposto à se deixar ser encantado por ela~

- Por hora não mas quando terminarmos o que vamos fazer. Parece interessante termos uma conversa de negócios.~ ela disse se ajeitando sob meu colo de forma que nossas bocas pudessem se encontram sem oferecerem maiores dificuldades~

- Você é perfeita, eu gostaria de ter te encontrado antes de ter conhecido Marión, antes de ter aceitado fazer parte daquele pacto estúpido entre meus pais e os dela...Eu te procurei por tantos lugares mas nunca te achei e quando finalmente tive você em meus braços, corro o risco de perdê- la mas dessa vez é pior, muito pior. Eu já provei do veneno presente em teus lábios, do sabor de pecado presente em cada milímetro da sua pele. Eu já não posso me refrear. Você me enfeitiçou.~ eu confessei à mais pura e cruel realidade à ela. Eu estava completamente e inegavelmente  apaixonado por aquela deusa em forma humana e nada poderia mudar isso, nem mesmo o ódio que meu pai poderia investir contra mim em forma de retaliação se à caso sonhasse com o segredo que eu guardo~

Ela me lançou aquele olhar que exercia um poder sobrenatural sob meu corpo e meu coração. Se aquela mulher me pedisse naquele exato instante para pular mas lavas de um vulcão, eu o faria sem nenhum tipo de questionamento. Havia uma magia negra naquela mulher, ela tinha controle sobre meu corpo.

Envolveu suas duas mãos em meu pescoço e me puxou para um beijo sensual. Sua língua explorava minha boca mas não com urgência, seu beijo era calmo, entrava em minhas entranhas como uma espécie de morfina. Não tínhamos pressa alguma para chegar no fim. Não queríamos nos desmanchar tão apressadamente um dentro do outro. Aquela mulher era meu inferno na terra, e o pior? Era saber que eu mesmo havia me condenado à  ela.

...

- Eu sei que ele tem alguém e eu irei descobrir. Isso seria um escândalo que mancharia meu sobrenome e de minha família. Sem contar nos borburinhos que correrão soltos. Precisavamos fazer algo, eu preciso me livrar da amante dele de uma vez por todas.

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⏰ Última atualização: Aug 16, 2021 ⏰

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Usurper/ Bruno RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora