VII

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enquanto o ácido da sua partida ainda preenche minha memória, pergunto a deus se você se atreve a pensar que eu fui o mais próximo que chegou de ser total honesto e completamente amado por alguém.

JT


Quando saiu da sala de literatura, Jackson se flagrou um tanto desconcertado. Sem querer, abandonou a aula pensando em Emma Mitchell e acabou fazendo isso com mais frequência do que esperava pelo restante do dia, mas eram pensamentos vagos, cercados por mistério e tingidos pelo desejo de conhecê-la melhor. Não que ele soubesse como fazer aquilo. Além do ano em que ficou com Tara, ele nunca fora muito bom no jogo do romance. E embora tivesse dormido com algumas mulheres, em sua maioria eram romances efêmeros, que começavam e terminavam no quarto. Às vezes, fazendo um retrospecto de sua vida, ele mal reconhecia o homem que costumava ser — e ele sabia que Tara fora a responsável por aquelas mudanças. Sim, às vezes era difícil reconhecer-se, e, sim, ele se sentia sozinho. Jackson sentia saudades de sua esposa e, embora nunca tivesse contado a ninguém, ainda havia momentos em que podia jurar que sentia a presença dela por perto, cuidando dele e fazendo de tudo para que ele ficasse bem.

No entanto, quando adentrou no laboratório de computadores e no segundo que a porta se fechou, depois que o guarda saiu para esquerda, Jackson foi na direção de Opie.

— Essa cadela vai ser minha. — Jackson fez uma pausa em seu caminho quando ouviu Leroy falando com um de seus homens.

Como você acha que vai conseguir isso? — Perguntou Denver.

Essa cadela me quer. Eu posso dizer que eu a deixei quente como o inferno — Leroy se gabou.

— Sim, é por isso que ela parecia que queria vomitar—, a voz sarcástica de Jackson quebrou no meio da conversa dos homens. A sala ficou em silêncio enquanto Leroy se virou para ele, seus olhos redondos perfurando os do loiro.

— Você tem algo a dizer, Teller? — ele vocifera, levantando a voz.

— Você acha que ela quer alguma coisa com você? Não, eu não tenho porra nenhuma a dizer para você, Leroy. — O homem de peito largo se moveu para ficar na frente dele.

Jackson sentiu Tig e Opie se movendo para ficar atrás dele, como os homens de Leroy se moveram também.

— Eu acho que alguém aqui está interessado na boceta da professora. — Leroy zombou e Jackson caiu na gargalhada.

Homens como Leroy eram perigosos porque construíam relações imaginárias com base em suas próprias fantasias doentes. Emma Mitchell era atraente demais para ter sido colocada em uma sala cheia de homens que não tinha tocado uma mulher em anos.

— Continue pensando assim, Leroy. Vou lembrá-lo disso quando arrastarem sua bunda enorme pra solitária.

As mãos de Leroy cerraram em punhos, quando a porta de correr se abriu e dois guardas entraram. Os capangas de Leroy olharam fixamente um ao outro e se afastaram, mas seus olhares aquecidos não deixaram nada para adivinhar: estava chegando a hora, em breve a gangue de Leroy e os Filhos da Anarquia, se enfrentariam.

— O que diabos foi isso? — Opie baixou a voz para que os guardas não pudessem ouvir a sua conversa.

— Leroy vai acabar fazendo alguma merda com a nova professora — Jackson se sentou em uma das mesas vazias.

— Por que você se importa com essa merda?— Tig sentou-se ao lado dele enquanto Opie se moveu para ficar nas suas costas, mantendo-se em silêncio.

JAIL HEART [JAX TELLER FANFIC]Onde histórias criam vida. Descubra agora