XXVIII

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Jax só conseguiu encontrar Oppie e os outros no banho de sol da manhã de segunda-feira. Acordou sentindo-se disposto. Estar ao lado de sua família e amigos não só tinham renovado as suas energias, como alimentado a esperança de logo estar fora daquela prisão. E estar com Emma... Ah, isso lhe dera coragem. Coragem para encarar uma vida diferente, para deixar os maus hábitos para trás e começar a pensar numa nova história para si mesmo. Ninguém nasce mau, assim como ninguém nasce sozinho. As pessoas se tornam más e solitárias, por escolha e circunstância. Esta última ele não podia controlar, mas a primeira... Bom, Jackson não pretendia mais atingir ninguém. 

Enquanto pensava em Emma, na cor caramelada dos seus olhos, ou no cheiro cítrico que morava no vão do seu pescoço, pensou que realmente a conhecia. Não só as coisas usuais. Na verdade, ele já sabia algumas coisas usuais, como a cor favorita dela, ou seu animal ou comida preferido. Mas não importava se sabia, ou não, se ela preferia rosa, azul, roxo ou verde. Ele conhecia seu coração. Queria o seu coração. E não podia deixar que ela se casasse com outra pessoa. 

Quando chegou até o pátio ensolarado, o loiro imediatamente localizou Oppie fumando um cigarro e se espreguiçando em um dos bancos. Caminhou lentamente até ele, cumprimentando alguns homens com um aceno de cabeça. Os guardas estavam distraídos, provavelmente batendo alguma punheta mental, como Jax sabia bem. 

— Fala irmão — Jax o cumprimenta, e os dois se abraçam.

— Olha quem voltou. Tig apostou cinquenta pratas comigo que você ia dar um jeito de fugir. E aí, como foi em casa? 

— Foi a melhor coisa do mundo. Só eu sei o quanto quis fazer uma merda e não voltar.

— Não vamos foder com tudo agora, já está acabando. E Abel? 

— Forte igual a um mini touro. — Jackson ri, acendendo um cigarro para si. 

Tinha mais coisas para falar, gostaria de dizer a Oppie o quanto estava realmente feliz por ter se acertado com Emma, mas tinha receio da receptividade do amigo.

— Puxou ao pai — Oppie sorriu, passando a mão pela barba — Vocês, sangue Teller, nascem com 10 vidas extras.

— É. — Jax reflete sobre aquilo, soltando a fumaça entre os lábios — Se você quer saber, eu acho que já gastei as minhas vidas extras. Preciso começar a dar um sentido novo pra única que me restou.

— O que quer dizer? 

Jax balança a cabeça negativamente, dando de ombros.

— Emma esteve lá, em Charming, conosco.

— A professora? — Oppie ajeitou a postura, soltando as palavras num sussurro.

— Uhum.

O amigo respirou fundo, primeiro parecendo contrariado. E depois soltou uma risadinha debochada. Coçava a barba de maneira pensativa, como se escolhesse bem seus próximos passos. 

— E como foi? 

Se Jackson se permitisse ser sentimental, diria que fora atingido. As lembranças daquele final de semana foram muito rápidas em deixar uma marca no seu coração.

—  Não consigo me afastar de Emma, Oppie. Eu tentei. Fui fisgado. E agora estou prestes a pirar porque não sei como fazer isso estando preso aqui. 

Oppie riu com a afirmação de Jackson. A verdade é que Jax não era idiota o bastante para ter esperanças, nem forte o suficiente para me impedir de sentir o que sentia. O que era totalmente revelador. Ele não era tão durão, afinal.

JAIL HEART [JAX TELLER FANFIC]Onde histórias criam vida. Descubra agora