Sn Miller
Senti o meu cobertor ser arrancado de cima de mim pelo meu pai, revirei os olhos percebendo que a minha tentativa de fuga tinha falhado, miseravelmente. Pelo menos, parte dela, já que eu consegui ir para a festa e voltar.
A vida séria mais fácil se eu fosse um ninja, ou se eu nem tivesse nascido.
É cedo demais pra começar com o humor negro?
- Sn, EU SEI QUE VOCÊ TÁ ACORDADA, LEVANTA DA DROGA DESSA CAMA AGORA. - Ordenou
Abaixem o volume, as cenas a seguir contém muita gritaria de velho que precisa fumar um ou pelo menos cheirar um pó.
Antes de eu sentar na cama, enfiei o meu celular debaixo do travesseiro com medo deles inventarem de pedir ele.
Se eles decidirem pegar o meu celular, vão ver um nude meu logo de cara na tela de início.
Um perigo constante mas um prazer também.
Eu tenho que admirar a obra de arte que eu sou.
Eu ainda estava com o vestido que usei para sair, com q maquiagem borrada e com os cabelos bagunçados. Eu tive que voltar correndo e os meus pés devem estar parecendo carvão, já que eu estava descalça quando fugi da festa.
Longa história, mas resumindo, o dono da boate tem uma filha, a filha não gosta muito de mim, e eu não me importei de jogar uma mesa nela, literalmente.
- Bom dia meu pai querido, acordou cedo né? - Brinquei com um sorriso.
- Garota, você não sabe o quanto eu tô me controlando pra não...
Pra não me comprar uma casa bem longe dessa cidade? Viu gente? Ele é um amor!
- Válter. - Chamou a minha mãe, impedindo o meu pai de possivelmente me xingar em 3 línguas diferentes.
Nada que eu já não esteja habituada, até porque eu xingo ele na minha cabeça em 5 línguas diferentes.
- VOCÊ FOI EXPULSA MAIS UMA VEZ. - Reclamou o meu pai, já vermelho pela irritação.
Finalmente...
Eu tô quase chorando de emoção.
- O que? - Comecei a atuar, escondendo meu sorriso vitorioso. - Eu não acredito... Deve ter sido um engano.
- VOCÊ TACOU FOGO NO ESCRITÓRIO DA DIRETORIA, SN, VOCÊ QUER MESMO QUE EU ACREDITE QUE ESSE NÃO É O QUINTO ESCRITÓRIO QUE VOCÊ COLOCA FOGO? - Gritou o meu pai em pânico.
Em minha defesa, a diretora era uma vadia comigo.
Só porque eu fui expulsa de outras quatro escolas, não significa que eu não sou legal ou não posso ter boas notas.
- Eu não fiz nada. - Menti, dando o meu máximo para esconder o sorriso.
- Você é simplesmente impossível, eu não entendo como você é minha filha, o Lorenzo nunca faria algo assim. - Protestou o meu pai, usando o meu irmão, mais uma vez como argumento.
- Eu não sou ele. - Falei rapidamente, mudando o tom da minha voz para um tom frio.
- Claro que você não é ele, ele era bem melhor que isso, e outra, ele está morto. - Me lembrou.
O meu pai age como se eu não soubesse disso. Como eu poderia me esquecer, se eles me lembram todos os dias o quanto o meu irmão perfeito morreu por minha causa?
Trazer o nome "Lorenzo" pra uma conversa, é pedir para que eu me feche completamente e aja como uma idiota.
- Você é o único que precisa aceitar que ele morreu. - Soltei com raiva e o olhar do meu pai escureceu.
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Colégio Interno // Jaden Hossler
Roman pour AdolescentsS/n Miller é uma garota problemática que sempre se envolve em qualquer encrenca possível Ela vê seu mundo ficar de cabeça pra baixo,quando seus pais decidem colocar ela em um colégio interno, após s/n "acidentalmente" incendiado o escritório da dire...