Notas da Autora:
A vocês que leram e gostaram do primeiro capitulo, fico muito feliz pelas visualizações, perdão a demora para postar o segundo, mas espero que gostem, ele foi feito em picos de criatividade e, acredito, que esteja bom, espero que gostem, beijinhos.
— A ANYA? — Disse com uma expressão surpresa, para mim a filha da Madame já havia morrido, tive diversas chances de mata-la mas nunca o fiz, embora devesse.
Yelena: Uhum, o que é surpreendente, achei que ela estava morta como a mãe, assim que a Madame decidiu se aposentar, Shostakov mandou que algumas viúvas fossem atrás de ambas e as matasse — Ela dizia gesticulando e se sentando na ponta de minha mesa, mexendo em sua bolsa apressada e pegando uma pasta preta — Acho que não fizeram bem o trabalho, a Anya era de sua turma não?
— Na verdade ela não era de turma alguma, a Madame nunca deixou a filha treinar conosco por mais que ela sempre implorasse por isso, ter crescido entre viúvas sem nunca ter sido uma mexeu com ela — Disse com um suspiro curto, deixando as pernas apoiadas na mesa e massageando as têmporas — Ela consegue ser mais escorregadia que o Treykov, já me meti em muita encrenca na Sala Vermelha por conta dela, gostava de implicar, você sabe como a Madame era comigo.
Yelena: Super carinhosa e gentil? — Ela soltou um riso sarcástico, me fazendo revirar os orbes verdes e entregando a pasta a mim.
— Claro, tenho uma cicatriz no pé até hoje de onde ela sempre batia aquela maldita bengala!
Yelena: Tadinha meu deus, que dó — ela disse com tom irônico me fazendo rir — Bem Nat, ai tem tudo o que consegui, vamos ter que dar um jeito nela, não podemos deixar que ela reinicie a Sala Vermelha.
— E não vamos, vou ver o que consigo, fique atenta okay? E leva isso pra mamãe, o Fitz e a Simmons conseguiram desenvolver o que ela pediu — Peguei um pacote debaixo da mesa e entreguei para a loira, escondendo minha preocupação em sua frente.
Yelena: E por que não leva você? Folgada!
— Você já está indo pra casa dela mesmo, e obrigada — Dou um sorriso meio nervoso e a vejo se levantar e pegar sua bolsa.
Yelena: Você precisa vê-la com mais frequência sabia? Desde que se tornou patroa dos Vingadores não tem mais tempo de nada — Ela disse com sinceridade, e era verdade, eu realmente andava muito atarefada com meu novo cargo, o que de fato não merecia, mas fora confiado a mim.
— Eu vou, prometo, se cuida Yelena.
Yelena: Você também Nath, qualquer coisa avisa.
Moscou, 2002.
Na Sala Vermelha, uma das aulas valorizadas era o treinamento de balé, ele servia para nos tornar fortes, rígidas, precisas e ainda assim graciosas e delicadas. Precisamos ser fortes dentro de nossa beleza, mas ainda ter cara de uma pessoa frágil que se quebra facilmente, eu entendia isso, tínhamos que parecer frágeis para que as pessoas pensassem isso, e fossem pegas desprevenidas com nossos tiros. Naquela manhã eu dançava, meus pés estavam cansados e dormentes, mas eu continuava a dançar, ignorando as lágrimas que se formavam no canto dos olhos, desistir nunca era uma opção e não cederia a dor ou ao cansaço, eu era perfeita como me criaram para ser. Mas por detrás se todos os muros que construí havia uma garota assustada, que não queria se formar, não desejava realizar histerectomia alguma, não ansiava por matar mais ninguém. Porém opção nenhuma me fora dada, eu acreditava que devia servir a Rússia e era daquela forma que iria servir, como a melhor espiã já sonhada pela KGB.
(histerectomia: cirurgia da retirada dos órgãos reprodutores de uma mulher.)
Já haviam se passado duas horas que me encontrava reunida com as demais alunas, todas já tinham cedido ao cansaço, caído, eliminadas, eram um erro para nós e destinadas a cair. Qualquer erro podia levar a morte facilmente, não podemos errar, erros eram inadmissíveis e todas sabiam disso. Eu as via sentadas no canto da sala com dor expressa em
suas faces, mas não podia errar, não podia me dar por vencida, elas seriam punidas por sua falha e eu não seria punida por isso hoje, nem nunca, eu não falho, eu não posso falhar.
Madame: Você é feita de marfim, continue...
— E se eu falhar... — minha voz saiu rouca num sussurro baixo, ainda dançado por mais cansada que estivesse.
Madame: Você nunca falha, Natasha, levante essa cabeça.
Eu não tinha escolha, meus pés iam em contato com o chão e segurava os gemidos de dor para não me desconcentrar da sequência de passos, giros e rodopios eram dados por meus pés exaustos. Eu obedecia a madame em silêncio seguindo a música clássica russa que ecoava por toda a sala espelhada, minha respiração era profunda a medida que a música ia se
estendendo, me concentrando apenas em continuar.
Foi quando uma garotinha loira adentrou a sala de aula com os olhos tomados de fúria, reconheci Yelena no mesmo momento, sua garra sempre fora admirável e eu nunca perdi ela de vista. Eu já havia superado Ohio, mas ninguém nunca contou a farsa para Yelena, ela ainda achava que nossa família de 3 anos era real e não podia julga-la, os melhores anos que tive com a KGB foram mentira, a diferença era que eu sabia a farsa.
Yelena: Deixa a minha irmã agora, ela vai quebrar!
Disse se impondo na sala, toda a sua garra expressa naquele ato protetor que me desconcentrou, fazendo com que caísse no chão perto da professora. Os olhos verdes da madame me fitaram enfurecidos, ela não disse nada, mas a expressão de decepção que estampava era torturante, ela estava decepcionada comigo e eu odiava ser uma decepção. Quem me ajudou a levantar foi a filha da madame, sempre atrás dela como uma sombra, em silêncio, desejando o que possuía pois enquanto eu recebia atenção até demais, ela não ganhava nenhuma.
Anya: Você foi bem Nat, foi mesmo, agora vem.
Ela tinha a melhor das intenções mas eu era orgulhosa demais, mal aceitava ajuda das outras viúvas e Anya era uma ninguém ali, uma garotinha que apenas sonhava em ser como nós, cresceu entre nós, mas nunca seria como éramos. A filha da madame tinha o luxo de ter uma mãe e uma família e tudo que ela desejava era ser como eu, para mim isso era tão absurdo, ela tinha o que eu mais sonhava e desprezava isso. Assim que ela me levantou, puxei meu braço com força e revirei os olhos, me afastando alguns passos dela.
— Você acha que preciso de ajuda? ponha-se no seu lugar Anya — Falei de forma agressiva e me virei para a madame com a cabeça erguida, vendo Yelena correr na minha direção e me abraçar.
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Black Widow: Red
ActionOs Vingadores se mostraram vitoriosos em sua batalha final contra Thanos, mas a que custo? Era o que se perguntava Natasha Romanoff após perder seus melhores amigos para essa batalha. Porém não a tempo para vivenciar seu luto, além de suas responsab...