Capitulo 3

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       Por fora o chalé de Afrodite era todo rosa e branco, havia canteiros de rosas vermelhas por toda parte, no chão, nos batentes das janelas, no telhado, nas colunas de mármore; exalando seu perfume doce e delicado. Por dentro era inteiramente branco, espelhos ocupavam a maior parte das paredes. Era incrivelmente organizado, cada coisa no seu exato lugar. Tinha vários beliches espalhados por todo chalé e cada um ali tinha seu próprio baú encantado para poder guardar toda a roupa e maquiagem sem ficar cheio.

       Piper, a conselheira chefe do chalé, me mostrou onde eu dormiria e me apresentou ao resto do pessoal que me receberam muito bem. Eram ao todo dez garotas e três garotos, todos muito animados e descontraidos. Não foi difícil me adaptar, o ambiente me agradava.

       Estava terminando de guardar as poucas roupas que trouxera quando todos os meus meio-irmãos se aproximaram. Me fizeram um monte de perguntas, de onde eu era, gostos musicais, como foi meu primeiro beijo.... Menti sobre algumas coisas, não queria que eles soubessem que nunca beijei.

       - E então,  já tá de olho em alguém? - perguntou Marco.

       - Não, acho que não. Não sei ao certo - a verdade é que eu estava sim começando a gostar de alguém, mas não queria que eles soubessem.

       Após um longo interrogatório eles se satisfizeram e pude, finalmente, tomar um banho e ir dormir.

       Na manhã seguinte, quando cheguei na arena de combates para começar o treinamento, Rixon já estava à minha espera. Obviamente tinha tentado pentear os cabelos rebeldes.

       - Olha só, o viadinho veio mesmo. Achei que você fosse amarelar - disse ele me lançando um sorriso sínico.

       - Sem sanches. Quero ser forte, não quero ser comparado á meus irmãos. Não quero ser mais um filho de Afrodite estereotipado.

       Rixon me encarou por um tempo totalmente inexpressivo, seus olhos pareciam penetrar minha alma. Por fim deixou escapar um minusculo sorriso pelo canto da boca. Ele sacou sua espada.

       - Então vamos começar.

       Quinze minutos depois Rixon já havia me ensinado a melhor maneira de se segurar uma espada, como me defender, os melhores lugares para se atacar um inimigo e como o fazer. Eu estava treinando com alguns bonecos que tinham na arena. Não tinha dificuldades para atacar, a espada não pesava em minhas mãos e eu conseguia manuzeá-la perfeitamente. Embora Rixon pegasse um pouco pesado nos insultos ele era um bom treinador e eu estava conseguindo acompanhar o seu ritmo.

       Após eu perfurar mais um boneco na costela Rixon gritou atrás de mim:

       - Chega de bonecos! - Antes que eu percebesse ele me atacou com sua espada. Por pouco não consigo me defender. Rixon não me deu descanso, tão pouco me atacou já recuou e me atacou novamente.
       Seus movimentos eram muito rápidos e precisos. Eu tinha dificuldades em me defender e não tinha chance alguma de atacá-lo. Ele tentou acertar meu braço mas eu o bloqueei com minha espada e, de alguma forma que nem mesmo eu entendo, consegui fazer com que ele recuasse, a espada vacilante em sua mão. Uma brecha! Essa era minha chance de atacar.
       Mirei com o cabo da espada em sua panturrilha com toda minha força. Foi quando olhei cheio de deboche em seus olhos, aqueles olhos negros que me encaravam surpresos e... O que era aquilo? Admiração?!
       Parei o ataque fitando os seus olhos impenetráveis. Antes que percebesse estava no chão, Rixon por cima de mim com a ponta de sua espada a dois centímetros de meu pescoço.
       - Aqui vai mais uma regra: nunca hesite! Isso pode lhe custar a sua vida. - Continuei lá, o encarando, ainda muito chocado. Lentamente Rixon foi colocando sua espada no chão. Ele me encarava sem se mexer, a mão prendendo meu pulso, sua cintura por cima da minha, nossos rostos a centímetros de distancia.
       Após um longo tempo ele fechou o rosto. Se levantou estendendo a mão para me ajudar e começou a andar em direção aos banheiros. Sem olhar para trás disse:
       - É melhor você praticar, seremos rivais no Capture a Bandeira de amanhã.

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