O Dono Da Porra Toda

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               Desliguei a luz do meu celular quando vi que marcavam cinco e dois da tarde. Tinha ficado na escola mais tempo vadiando por ter recebido uma mensagem de Madara dizendo que me iria buscar às cinco. Quando saí do edifício da escola, vi que Madara estava lá fora, no carro, me esperando. Andei apressado para chegar lá e bati no vidro da janela para chamar a atenção dele, antes ele olhava para a frente com uma cara não muito boa. Ele abriu a porta para mim e eu entrei e me sentei, fechando a porta logo depois.

  — Olá? — Disse com a voz um pouco baixa e cansada.

  — Você está bem? — Ele perguntou com um tom de voz ríspido.

  — Sim, e você, Mada? — Respondi olhando para ele enquanto deixava minha mochila no banco de trás.

  Ele respondeu com um simples “Hm” num tom de voz baixo. Ele parecia estar irritado certamente, e um pouco cansado também. Eu iria perguntar o que aconteceu já que não tive aula de história com ele e não o tinha visto o dia todo, mas desisti quando ele acelerou o carro. Porque ele estava com tanta pressa? Encostei a minha mão ao ombro dele e fiz um leve carinho antes de encostar a cabeça á janela do carro. Ele encostou a bochecha á minha mão e depois tirou. Que fofo... Tirei a mão de lá e depois juntei minhas mãos em cima do meu colo. Preferi ficar calado o resto da viagem.

𖧷

  Quando chegamos a casa Sasuke estava sentado no degrau da frente, com os cotovelos apoiados aos joelhos e com a cabeça completamente para baixo, a sua franja tapando a sua cara. Eu saí do carro já que Madara pegou minha mochila antes mesmo de eu pegar nela e fui ter com ele, mas não antes de fechar a porta. Ele não parecia ter se importado que nós chegámos, porque eu sei que ele ouviu o carro estacionando bem em frente á casa. Quando ia me aproximando notei que a porta de casa estava entreaberta. Estranho.

  — Sasuke? — Afastei a sua franja da frente da cara dele e me baixei para tentar vê-lo, mas ele bateu na minha mão para a afastar.

  — O que foi? — Ele disse com um de raiva.

  Todo o mundo parecia irritado hoje. Estranho, muito estranho. Ouvi os passos de Madara a aproximarem-se e ele me pegou pela cintura com um braço, me levando para dentro de casa e para longe de Sasuke, nem me deixando responder à pergunta do mais novo.

  — Hey! Madara! Eu quero falar com o Sasuke! — Madara fechou a porta atrás de nós. Sasuke estava trancado lá fora! — Ele está lá fora! Me deixa ir! — Eu até tentei espernear mas nada adiantava.

  Por fim, cruzei os braços e deixei que Madara me levasse para onde ele quisesse. Estava aborrecido, mas também preocupado com o que tinha acontecido com Sasuke e se ele iria conseguir entrar em casa já que Madara o trancou lá fora! Suspirei e tentei ver o que ele estava fazendo. Madara entrou no meu quarto e deixou minha mochila lá, logo seguindo para me deixar na cama e, inesperadamente, ele foi-se embora sem trocar mais nenhuma palavra comigo.

  Me levantei da cama rápido e fui correndo para o andar de baixo procurar alguém que me pudesse dizer o que estava acontecendo a ele e a Sasuke. Por sorte, encontrei Mikoto na cozinha fazendo um lanche, ao que parecia, para ela. Ela já estava se sentando quando eu fui até ela e me sentei á sua frente, a surpreendendo um pouco por ter chegado do nada.

  — Hey! Mikotoooo... Você sabe o que está acontecendo com Sasuke e Madara? Eles os dois parecem tão irritados... — Eu perguntei meio nervoso. Não sabia se ela também ia estar irritada e brigar comigo.

  — Naruto, é algo bastante complicado, acho que você não deveria se importar assim tanto. — Ela bebeu um pouco do seu suco de laranja. — Tudo vai ficar bem.

  Eu concordei e saí da cozinha, mas ainda estava preocupado com Sasuke, então fui procurar por ele, mas quando abri a porta da entrada de casa, Sasuke já não estava lá. Isso foi bom, porque ele provavelmente estava em seu quarto, mas era estranho que eu não ouvi a porta abrindo nem fechando. Mesmo assim, fui procura-lo dentro de casa, mas foi um falhanço. Não achava Sasuke. Tentei ligar mas a única coisa que consegui foi ouvir o toque de celular de Sasuke vindo do quarto dele. Só esperava que ele estivesse com alguém e não em um perigo...

  Agora para Madara, eu fui atrás dele para seu quarto e o encontrei ajeitando uma gravata no corpo. Sorri ligeiramente e fui me aproximando lentamente dele, sabendo que ele estava me vendo pelo espelho que refletia para onde eu estava. Ele não teve muita reação, apenas se virou para trás, para mim, e respirou fundo.

  — Você está bem? Parece chateado e mal falou comigo hoje. E porque está tão formal? E po- —  Ele me impediu de falar o resto pondo um dedo á frente da minha boca. Eu bufei pelo nariz enquanto afastava a mão dele, mas o deixava falar.

  — Eu estou assim formal e "chateado" — Ele disse fazendo aspas com os dedos. — porque meu pai fodeu a empresa dele, e por isso eu tenho que parar de ser seu professor de história para voltar á minha complicada vida trabalhando com ele. — Madara terminou suspirando.

  Ele me puxou para perto dele pela cintura e eu o abracei pelo pescoço, fazendo uma cara de pena. Pelo que parece, Madara não gosta muito dessa vida nesse emprego. Nunca soube que ele teve um trabalho sem ser como um professor de história na minha escola. Engraçado. Madara sorriu levemente para mim, acho que ele só queria me confortar, porque ele não parecia nada feliz com esta situação. Mas isso tudo não explicava Sasuke. E isso significaria que ele teria que ser como daqueles empresários que vai para um lado e para o outro a trabalho sem ter tempo para nada?

  — Meu pai vem aqui para falarmos disso e, você pode estar se perguntando sobre Sasuke. A questão é que Fugaku trabalha nessa empresa e teve que ir tratar de uns assuntos um pouco longe daqui, só volta em alguns dias. — Ele começou a explicar, mas eu ainda estava confuso. — E Sasuke não queria que ele fosse porque supostamente algo importante vai acontecer na vida dele e... Fugaku não vai estar lá para ver. Houve uma briga e Fugaku deu um tapa em Sasuke.

  Eu estava bastante espantado. E especialmente cheio de perguntas. O que era essa coisa importante? Porque Fugaku não ficou aqui para falar da empresa com Madara e Indra? Isto tudo é tão confuso! E porque... Meu pai deveria estar aqui.

  — Isso é muito mau... Mas não se preocupe, se quiser eu fico lá com você quando estiver falando sobre Indra, só para te confortar. — Sorri de leve e senti um selinho logo a seguir. Que fofo...

  — Obrigado, Naru. Isso é muito fofo da sua parte. — Ele me abraçou com um pouco de força e depois me largou. — Quer fazer algo agora? Enquanto ele não chega podemos ver um filme na sala. Eu já estou vestido então tempo não é um problema...