Cena 4

12 0 0
                                        

Cena 4


Era noite de Ano-Novo


Ulisses agora com 17 anos


Havia combinado de encontrar seus dois melhores amigos na praia


Para verem juntos a grande queima de fogos



O lugar estava lotado


Pessoas esbarrando nele o tempo todo


Tentando ir e vir


Para todas as direções



Grande maioria ingerindo bebidas alcoólicas


Aquilo era algo comum


Não havia noção de pecado


Ele aprendera na escola que


Os grandes mitos da humanidade que ainda restavam


Os deuses e suas religiões


Caíram por terra



A humanidade estava agora na era da ciência


Todas as questões tinham suas respostas


Feitas através do longo estudo de cientistas renomados


Não havia mais espaço


Para deuses, santos, orixás, entidades etc.



Todos os mistérios haviam sido revelados


Tudo tinha resposta clara


Objetiva e racional



Pouquíssimos são aqueles que ainda acreditam em algo


E muitos desses o fazem às escondidas


Com medo


De serem ridicularizados pela sociedade.



Ulisses mal conseguia andar


Quanto mais se localizar


Em meio a tantas pessoas



Quando uma grande luz estourou no céu


Com um grande som estrondoso


Merda estou atrasado...


Ele pensou


Beatriz vai querer comer meu fígado...



Beatriz havia sido sua amiga


Por mais tempo do que ele poderia se lembrar


Sequer lembrava como exatamente a conhecera


Só que ele sempre teve a impressão


Que a conhecia de muito antes do que lembrava



Era uma jovem de 15 anos


Um pouco baixa


Com curtos cabelos pretos em corte Chanel


Uma pele pálida como a de um cadáver


De um estilo bem pesado de se vestir


Com botas e casacos de couro


Uma gótica por assim dizer



Beatriz Kanygos não se dava nem com as outras garotas


Achava elas por demais metidas


Quanto aos outros garotos


Ela os assustava com seu jeito bruto

O Uivo dos LobosOnde histórias criam vida. Descubra agora