O Uivo dos Lobos

Cena 1

O Uivo dos Lobos

Por Rafael Martins

Prefácio

Eu poderia começar esta história de variados modos, mas talvez o mais comum seria com: "Era uma vez..." Considerando toda a fantasia que se desenrolará nas páginas a seguir.

Porém, isso é indicar também que assim como os contos de fadas que se iniciam assim, esta história teria um final feliz e alegre, onde todos têm o que lhe é merecido, castigo ao vilão e bens ao mocinho.

Mas esta é uma história diferente das outras. Uma história de sangue e dor onde o caos milita contra o destino para decidir quem é mais forte. Onde não há bem e não há mal, apenas pessoas e seus desejos, vontades e esperanças. Decida você mesmo enquanto lê quem está correto e por quem torcer.

Cena 1

A chuva cai sobre a cidade

O céu noturno sem estrelas

Apenas nuvens negras

Um clima estranho

Pois à tarde não havia uma única nuvem no céu

Tanto que todos se reuniram para ver

O tão esperado eclipse total que ocorreria

Um espetáculo à parte

A lua tomando conta do sol aos poucos

Até sua luz sumir completamente

E a "noite" chegar

Sobrando apenas um leve fio de luz por trás da lua

Pouco tempo após o evento

Nuvens vieram do horizonte e cobriram a cidade

Todos voltaram para suas casas

As ruas vazias

Silenciosas

Alguém porém corre por elas

Sua respiração é ofegante

Como quem corre por muito tempo de algo ou alguém

Ele está com um cesto pequeno em seus braços

Olha ao seu redor

Observando cada passo a ser dado

Como presa se escondendo do seu predador

Prestando atenção em qualquer som

Que fosse outro além dos seus próprios passos

E da chuva caindo ao chão

Relâmpagos iluminavam as ruas ainda mais

Do que os simples postes de luz

Fazendo formas estranhas nas paredes dos becos