Lauren Jauregui pov:
Abro meus olhos com dificuldade por conta da ressaca da noite de ontem, olho para o lado e a claridade que entrava pelas cortinas quase me cegaram.
- Merda, porque deixam essas porras abertas...
- Bom dia branquela, não precisa xingar minhas janelas...
Gemo de raiva e tampo o rosto com o travesseiro.
- Vejo que acordou de bom humor.
Normani ri, vai até a janela e abre ainda mais as persianas.
- Droga Normani, você não deveria estar fazendo algo de útil da sua vida?
Ela bufa, puxa meus lençóis e fala enquanto tenta me fazer levantar.
- Eu deveria sim. Mais felizmente eu tenho uma amiga que mais parece uma criança e precisava de toda compreensão e paciência hoje.
- A Dinah realmente parece uma criança.
Digo me revirando na cama.
- Lauren chega, levanta dessa merda, toma um banho que você tá fedendo a álcool, e depois você vai sentar naquela mesa de café da manhã e a gente vai conversar.
Ela fala séria, e tenho certeza que ela viu os tremores nas minhas pernas. Eu concordo com o que ela disse, e ela se retira do quarto. Caminho até o banheiro, quando chego na porta escuto meu celular tocar, quando o pego vejo o nome de Camila flutuar na tela, jogo o celular longe e bufo.
Camila Cabello pov:
- Que droga Laur, tá agindo igual criança.
Brigo com o celular ao tentar falar com Lauren pela milésima vez naquela manhã.
É, ela não voltou pra casa, e pelo decorrer da manhã acho que não vai voltar tão cedo.
Repasso pela milésima vez tudo que aconteceu na noite anterior, e fico me perguntando: "será mesmo que ela sentiu ciúmes? Será que ela gosta de mim?".
- Naaah, deve ser outra coisa, TPM ou algo assim. Mas e se for?
Escuto a campainha tocar e vou até a porta, quando abri vejo Lucy ali.
- Bom dia Mila.
Sorrio, ela deve estar tão envergonhada.
- Bom dia Lu, entra.
Caminhamos até a sala e sentamos no sofá.
- Então, quando acordei no hospital pela manhã, sem a mínima noção do que tinha acontecido me entregaram um bilhete seu... então...
Ela para no meio da frase me olhando.
- Então?
A questiono.
- Eu não me lembro de nada do que aconteceu ontem a noite, me disseram que você me levou até o hospital, então você sabe né?
Eu solto uma risada nervosa.
- Aí Lucy, não sei como te falar o que houve ontem.
- Por favor não me diga que eu usei drogas, ou pior que eu transei com um cara, e posso estar grávida.
- Haha não, calma, deixa eu resumir. Vejamos, apenas não surte okay?
- Vou tentar.
- A gente se esbarrou naquele clube novo, você me arrastou pra uma mesa, disse que sempre teve pensamentos impróprios comigo, depois a gente se pegou bastante, minha amiga te empurrou, você caiu e desmaiou logo em seguida.
Sorrio no final da frase, e ela está estática olhando pra mim.
- Preciso beber mais vezes... -a olho nervosa.- A vai, peguei uma puta de uma gostosa.
Eu começo a rir sem parar.
- O que? Do que você tá rindo? É sério, eu nunca faria isso em sã consciência, mesmo desejando, cá entre nós.
- Aí Lucy, você não existe.
- Mas agora é sério, me desculpa se te dei trabalho, prometo não desmaiar de novo.
- Ah sua safada, me beijar então pode?
- Meu desejo mais profundo, amém.
- Credo, acho que safadeza pega, e fui eu que te passei esse vírus.
- Com toda certeza. Aí minha cabeça está me matando.
- Ressaca né bebê, quer café? Acabei de fazer.
Ela confirma com a cabeça e seguimos pra cozinha do apartamento. Depois que estamos com nossas canecas cheias, ela me pergunta.
- Mais e aí? Como você está? Está parecendo um pouco tensa.
A olho nervosa e tento disfarçar.
- Aí menina, se nem sabe o que aconteceu ontem, além do seu show.
- Ora, pois me conte tudo.
30 minutos depois
Termino de contar todo o lance com a Lauren, e Lucy está em silêncio, provavelmente absorvendo tudo.
- Olha Camila, como sua antiga psicóloga eu diria que você e Lauren deveriam sentar frente a frente e conversar sobre tudo que estejam em dúvida, não deixar nada passar, ser bem sinceras uma com a outra.
- Eu sei Lucy, eu estive tentando, mais ela não me deu brechas até agora...
No final da minha frase escuto um tilintar de chaves na porta, e quando vejo Lauren está ali. Antes que eu pudesse dizer algo, a mais alta bufou ao me ver com Lucy.
Droga.
- Lauren não...
Ela dá meia volta e vai a passos largos até o elevador, corro atrás dela e consigo entrar antes das portas fecharem completamente.
- Droga Camila, sai daqui.
- Não e não, já deu muito show, agora tá na hora de você me escutar.
Aperto o botão de parada de emergência no elevador e a encaro.
- O que houve ontem?
Ela me olha debochadamente, e responde.
- Nada Camila, nadinha.
- Meu deus, você está agindo feito uma criança mimada.
- E você está agindo feito uma puta.
Eu a olha com raiva.
- Eu sempre fui uma, mas isso nunca nos atrapalhou a viver bem.
- É, mais ultimamente tem atrapalhado, eu não tô aguentando mais.
Essa frase dela me magoa bastante.
-Tudo bem, vou facilitar pra você.
Aperto o botão do elevador e ele volta a funcionar, no próximo andar eu já desço e a deixo sozinha lá. Ela nem ao menos diz nada.
Subo até o apartamento e encontro Lucy na porta.
- Se resolveram? Pela sua cara não. O que houve?
Eu começo a rir de raiva.
- Ela me chamou de puta, não que isso me ofenda, mais o que me deixou puta da vida é que ela disse que não me aguenta mais.
Começo a pegar minha coisas, e jogar tudo nas malas.
- Calma Cami, foi bem assim que ela disse? Você tem certeza?
Termino de pegar tudo e vou saindo do apartamento, e Lucy me acompanha.
-Fecha a porta, e a resposta é sim! Ela disse bem assim.
Aperto o botão do elevador, e ele ainda está subindo, aguardo impaciente com Lucy me perguntando mais detalhes. Me irrito com sua voz, me viro pra ela e a encosto na parede e a beijo.
Nesse momento o elevador chega, quando perco o fôlego pego minhas malas e olho para dentro do elevador.
Adivinha quem está lá?
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A Distância Do Amor
FanfictionQual a distância para se amar? Camila e Lauren sempre teve que enfrentar muitas dificuldades desde a primeira vez juntas, e agora depois de muito tempo elas se reencontram, e aí? Será que os laços estão mais fortes? Ou se romperam pra sempre?