Camila pov:
Desço do táxi lhe dando uma boa gorjeta para me ajudar a levar as malas até a portaria, agradeço o taxista e me viro para o porteiro.
-Bom dia, andar 5, apartamento 35, Christopher, avisa que a Camila chegou, por favor.
Ele sorri e concorda.
-Alo? Senhor Chris? A senhorita Camila está aqui embaixo. Ok, vou deixa-la subir. Sim sim, eu a ajudo com as malas. Tudo bem, tenha um bom dia.
Pego algumas das minhas malas e começo a ir em direção ao elevador junto ao porteiro.
-Senhorita, lá em cima o senhor Chris estará te esperando para te ajudar, precisa de mais alguma coisa?
Penso um pouco.
-Há apartamentos vagos nesse prédio? - Ele concorda. - Poderia me passar uma lista, gostaria de dar uma olhada.
-Posso sim senhorita, mandarei entregar no apartamento do senhor Chris.
Sorrio pra ele e agradeço. Entro no elevador e aperto o andar de Chris, vejo um leve tremor nos meus dedos, mas deixo para lá, espero chegar ao apartamento 35. Quando as portas se abrem Chris já me espera do lado de fora.
-Cami, deixa que eu te ajudo, vem.
Ele sai carregando quase todas as minhas malas sozinho. Ele me entrega a chave do apartamento e pede para que eu o abra. Quando entro, fico apaixonada naquele mini apartamento, ele não era grande, mais era tão aconchegante. Me fez ter saudades de casa.
-Cami, você vai entrar ou vai ficar ai na porta?
Entro e fecho a porta atrás de mim.
-Chris, seu apartamento é uma delicia.
Ele sorri ladino.
-Para combinar com o dono.
Reviro os olhos, e lembro de quando falei com ele pelo telefone, de certa maneira acabei prometendo sexo.
-Chris, sobre o que eu disse....
-Relaxa Cami, eu te conheço o suficiente para saber que aquilo que disse era um momento de raiva. Tu não quer transar comigo nem quando eu peço, porque transaria quando eu não peço.
Ele nega rindo e eu o olho, reparando bem em cada detalhe.
-Chris, você é extremamente atraente, e eu não digo apenas no sentido físico, você é uma pessoa que eu adoraria ter ao meu lado, eu tenho a plena certeza que não ficaria um só dia sem sorrir com você. Preciso que saiba disso.
Ele sorri, o sorriso mais sincero que eu já o vi dar.
-Obrigado Camila, e eu digo o mesmo de você.
Abro os braços e ele logo se instala ali, me aconchegando, quando me deixo levar pelo abraço, sinto o choro travando minha garganta, e aos poucos pareço esquecer como respirar. Se afasto de Chris, me sento no chão e tento me recompor, e falho miseravelmente.
-Cami? Tá tudo bem? O que foi?
O nervosismo de Chris me deixa envergonhada, aponto para minha garganta e sussurro:
-nã...o con...consig...o res...respi...rar.
Chris se agita, e começa a me abanar, se fosse em outra ocasião eu riria, mais no momento eu não tinha folego para isso. As lágrimas começam a rolar nervosas e eu sinto a crise de pânico se instalar no meu peito. Pego meu celular e disco o número de Dinah antes que o tremor tome conta do meu corpo.
Dinah atende e eu passo o celular para Chris.
-Dinah? Oi? É o Chris, por favor me ajuda, a Camila tá aqui no chão, não tá conseguindo respirar, ela tá chorando e tremendo muito.
Quando Chris diz que estou tremendo reparo em meu corpo, e ai sim eu começo a me apavorar, e aos poucos vou sentindo o mundo se apagar. Mas antes escuto Dinah gritar com Chris no telefone.
-QUAL É O TEU ENDEREÇO EU TO INDO AI.
Narrador pov:
Alguns momentos antes...
Cris fica emocionado com as poucas palavras de Camila, tão poucas palavras ditas, mais palavras que ninguém o tinha dito para ele. Camila abre os braços e Chris caminha até ela, a envolvendo com seus braços grandes, tentando passar todo o amor que sentia por aquela pequena e charmosa pessoa.
Perdido em seus pensamentos ele não nota que a mais pequena começou a respirar com dificuldade, só o nota quando ela se desvencilha dele e senta no chão, tentando em vão se acalmar.
-Cami? Ta tudo bem?
Ele o pergunta confuso, será que a tinha apertado forte demais, ele pensa.
Ela aponta para as própria garganta, gesticulando.
-nã...o con...consig...o res...respi...rar
Camila diz entre as difíceis respiradas curtas. Ele fica nervoso e pega a primeira coisa que vê ao seu alcance, no caso uma almofada e começa abanar a mais nova.
Passado algumas abanadas ele nota que ela pega seu celular e disca para alguém, o telefone toca e ela o passa pra ele, ele reconhece a voz de Dinah e acaba entendendo que isso se tratava de uma das crises da mais baixa, nesse momento ele se apavora.
Do seu lado estava Camila no chão, com lágrimas escorrendo por seu rosto, parecendo tão frágil e indefesa, ela o escuta dizendo.
-Dinah? Oi? É o Chris, por favor me ajuda, a Camila tá aqui no chão, não tá conseguindo respirar, ela tá chorando e tremendo muito.
Nesse momento ela perde completamente o resto de controle que tinha sobre seu corpo, e aos poucos ela vai se apagando. Chris nervoso deixa o celular de lado no viva voz e enquanto ia dizendo seu endereço a Dinah, tentava em vão despertar a pequena.
Se passam 15 minutos, 15 longos minutos pavarosos, até que Dinah chega no apartamento do rapaz. A essa altura Chris já tinha ligado para a emergência e eles já estavam lá, levando Camila desacordada para o hospital. Dinah tenta ao máximo segurar suas lágrimas, enquanto pega na mão ainda tremula de Camila, entrando com ela na ambulância.
Crises de ansiedade e pânico são coisas medonhas, só quem já passou sabe, to com peninha da nossa Camz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Distância Do Amor
FanfictionQual a distância para se amar? Camila e Lauren sempre teve que enfrentar muitas dificuldades desde a primeira vez juntas, e agora depois de muito tempo elas se reencontram, e aí? Será que os laços estão mais fortes? Ou se romperam pra sempre?