prólogo

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falam que ao morrer sua vida passa como um piscar de olhos, revivendo cada momento precioso e glorioso...

Sabe de uma coisa: isso é uma grande mentira.

Tudo o que eu vejo são malditos arrependimentos e planos deixados pra trás num borrão de indagações e ponto de interrogação.

Tudo depende do " é se?"

E se eu não fissesse aquilo aquela noite?  E se eu tivesse ficado naquele lixo de casa?

Mas sabe não adianta chorar pelo maldito leite derramado e pelo o que nunca irá acontecer.

Odeio esses " é se?"

São tão ridículos e sem noção alguma.

Ainda vejo seus olhos negros como a penumbra da noite escura. O som dos bichos, a coruja berrando e o sons dos gritos dela.

Maldita! 

Porque subestimar uma vítima, eu devia saber que nunca deve fazer algo do tipo.

O som vai ficando mas fundo e más longe. E como flutuar num mar distante e calmo. E é minha vez. Eu não achava que fosse a minha hora, mas eu devia saber que eu Tava fora de forma . Mas como sou alguém teimoso a espera de uma nova sensação, aqui estou.

Quanto mas distante vou ... Mas vejo as coisas menos claras.

Eu rio .

Talvez seja uma gargalhada alta e estridente.

Ela ecoa como um lugar fechado.

E tudo perde o sentido.

Eu não estou sozinho.

- Gary. - e uma voz como veludo. Chamativa e sensual.
- Onde eu estou? - pergunto ao estranho me fitando por baixo do capuz vermelho.

Ele gargalha. 

- no inferno, filho.

o inferno de Gary Onde histórias criam vida. Descubra agora