Capítulo ●9

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Quando vi, já veio sim
Tomou parte de mim
Levou embora o meu pesar
Teu ver me encanta, emfim
Canta perto de mim
Tua voz amansa o teu olhar

outrória-Anavitoria

Já faziam três dias que Taehyung  tinha tido sua primeira consulta, naquela manhã a secretária do doutor Min ligou confirmando o horário da quimioterapia.
 
A família Kim estava desesperada, logo no primeiro dia, Sun, Haru e Sook fizeram o exame de compatibilidade para doação de medula.
 
Nenhum delas era compatível.
 
Depois de receberem o resultado do exame e verem o resultado, ligaram pra todos os parentes próximos para que eles fizessem o teste, as chances eram quase nulas, mas nenhum dos 4 queria ligar e pedir ajuda para aquele homem.
 
-Dez pessoas, primos, tios, avós, fizeram o exame, Nenhum é compatível; Vamos ter que ligar pra ele mãe. -Sun e Sook estavam na sala conversando sobre o assunto, já era tarde da noite e Taehyung tinha ido se deitar com Haru.
 
Desde que chegou em Seul ela não desgrudou do irmão, se recusou a dormir em outro lugar que não fosse no mesmo quarto que ele.

-o Tae não vai aceitar isso, ele não suporta nem escutar o nome do pai.
 
- Não estamos em posição de escolher, é uma questão de saúde, Taehyung não pode se negar a isso. -Sun rebateu.
 
-Eu mesmo já liguei pra ele. -As duas se assustaram ao ouvir a voz na porta da sala. -Vou encontrar com ele amanhã na clinica onde fazem o exame.
 
- Como consegui o número? -Sook perguntou preocupada.
 
-Na página oficial dele no Instagram tinha o endereço de e-mail e eu enviei um falando tudo, coloquei meu número e ele ligou hoje mais cedo. -Deu de ombros, fazendo pouco caso da situação, mas as duas mulheres ali sabiam que era só fingimento.
 
Taehyung era orgulhoso e as dores que já sentiu não o deixariam  não ligar de se submeter a tal situação.
 
-Eu posso ir falar com ele Tae, você não precisa vê-lo. -Sun falou, a Sra.Kim permaneceu calada, parecia que se ousasse falar, cairia em lágrimas.

Anos se passaram mas a dor ainda estava lá .
 
-Eu vou, não se preocupe. Mãe.- Chamou a mais velha e quando teve seus olhos voltados pra si, lhe ofereceu um sorriso tranquilo. -Não fique assim, eu prometi que iria lutar pra continuar vivo, então não importa; eu vou fazer isso independente de qualquer coisa.
 
- Venha me de um abraço meu menino. -Ela o chamou, e Taehyung como uma criança correu para os braços da mãe, só eles sabiam aquela dor. Mesmo Sun e Haru tendo empatia, só mãe e filho sofreram os xigamentos e as agressões vindas do homem que devia os proteger.
 
Além do amor, eles compartilhavam essa dor.
 
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Sábado de manhã Taehyung já estava esperando em um banco na frente da clínica.
 
Já havia chegado a mais de meia hora e seu pai não respondeu suas mensagens naquela manhã ou retornou suas ligações.
 
Ele não viria, Taehyung sabia desde que acordou, sentia a raiva queimando no seu peito.

Era filho de um homem corvade que nunca teve coragem de o enfretar depois que se tornou um homem, e isso era patético,  Sr.Park era muito homem pra bater em uma mulher e em adolecente magro e frágil, mas não tinha coragem de enfretar alguem com igual força.
 
Já estava pronto pra ir embora, se levantou do banco de madeira e caminhou frustrado até seu carro, estacionamento logo a frente.
 
Quando estava preste a entra escutou um grito ao longe pelo seu nome.
 
-Kim Taehyung! Espere. -Olhou na direção e viu um jovem, mais baixo que si, loiro de boa aparência.
 
Quando chegou mais perto, parou em frente ao Kim, o garoto estava ofegante.
 
-Sou Park Jimin seu irmão, vim fazer o teste. -Ele falou ainda tentando controlar a respiração.
 
#
 
- Como assim meu irmão? Quantos anos você tem? -Eles estavam sentados em uma das mesas da lanchonete em frente a clínica.
 
Taehyung não estava entendendo nada e o tal Jimin não era a melhor pessoa explicando as coisas, então foram aquele lugar pra conversar mais tranquilamente.
 
-Tenho 24, sou mais velho que você por alguns meses, você nasceu em dezembro certo?. -Jimin falava muito rápido e Taehyung não conseguia acompanhar tanta agitação.
 
-Garoto fala as coisas com calma, parece que você fala em outra língua.
 
-Pior que é verdade, minha língua mãe é inglês, vivi desde os 2 anos na Inglaterra com minha mãe, mesmo ela sempre falando coreano dentro de casa, a convivência com os ingleses foi mais forte.
 
-Tá, agora eu consigo entender o que você diz, é só falar com calma. – O kim  viu quando o jovem a sua frente respirou fundo para se acalmar, seu jeito era engraçado e Taehyung sentia vontade de rir.
 
- Você que escutar a versão resumida ou a complicada? – Perguntou com um sorriso divertido no rosto.
 
-Complicada, quero saber os detalhes.
 
-Bem, meu... nosso pai, começou a ter um caso com uma modelo que hoje é minha mãe, a uns 30 anos atrás, eles passaram anos se encontrando escondidos, mas por favor não julgue minha mãe, O Sr.Park se envolveu com ela dizendo que já tinha dado entrada no pedido de divórcio com sua mãe, falou que estava tudo certo e que em poucos meses estaria divorciado e minha mãe era muito jovem e inocente nesse mundo da moda, então acreditou e caiu nos encantos dele, e vamos falar a verdade, nosso pai pode ser um lixo de ser humano, mas é muito bonito, não é atoa os filhos que tem.   -Sorriu se divertindo, Taehyung já tinha notado que Jimin não era bom em manter a seriedade.  –Continuado,   mamãe já estava envolvida de mais quando entendeu que ele não ia se divorciar de verdade, mas já estava apaixonada e submeteu-se a posição de amante, ficou assim por anos, até descobrir que estava grávida, ela só tinha 25 anos na época, ficou desesperada e quando contou pro nosso pai, ele garantiu que agora iria se separar pais amava minha mãe. Mas aí alguns poucos meses depois sua mãe também descobriu estar grávida.
 
-E ele decidiu ficar com minha mãe por Aparências? Como você descobriu tudo isso? – As sobrancelhas franzidas denunciavam a confusão mental.
 
-Sim, ele começou a mandar dinheiro pra mamãe e comprou um apartamento bom pra ela em um bairro rico em Busan e a mandou pra lá, queria que ficasse o mais longe possível para mídia não descobrir.
Então eu nasci e meses depois você também, quando eu era pequeno meu pai sempre ia passar o fim de semana em Busan conosco, só que sua mãe começou a desconfiar dessas viagens  e foi quando aos 2 anos eu e minha mãe fomos mandados pra Inglaterra, eu cresci sabendo que tinha mais 3 irmãos, mas nunca poderia conviver com vocês por que eu era um erro.
Eu descobri tudo lendo os diários da minha mãe, ela sempre escreve tudo que faz e nunca fez questão de esconder e nunca me proibiu de ler, então quando me veio a curiosidade eu li tudo; claro que eu já sabia que meu pai era seu pai também, mas não sabia os detalhes.
 
-Sua mãe ainda esta com o nosso pai?
 
- Não, depois que fomos pra Inglaterra, ela não quis mais nada, só exigia o essencial para conseguir me dar uma boa educação; ela voltou a trabalhar quando já estávamos bem estabelecidos e a única relação que tínhamos com o Sr.Park era quando ele ligava pra saber como eu estava e quando ia nos visitar no meu aniversário.
 
-É em outubro não é? Ele sempre viajava nesse mês na mesma data, sai no dia 11 e voltava no dia 15. Todos os anos. -Taehyung puxou na memória, ele passava esse tempo sem dar notícias e quando voltava desprezava mais ainda a família.
 
-Sim, meu aniversário é no dia 13.
 
Ficaram em silêncio por um longo tempo até Taehyung ter uma ideia.

Razão para viver.(taeyoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora