𝙄 𝙡𝙤𝙫...𝙃𝙖𝙩𝙚 𝙎𝙘𝙝𝙤𝙤𝙡

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As aulas haviam começado há mais
ou menos dois meses e graças à Deus
esse era meu último ano, bom, graças
à Deus não, até porque eu gostava um
pouco daquela escola havia tido bons
momentos lá e sem contar que a vida seria
bem mais complicada depois que tudo
acabasse, então eu sentiria falta da Kaplan
Westwood.

Enquanto assistias as aulas chatas
do professor de geografia, algo ainda
me atormentava: Minha terrível (ou
maravilhosa?) noite com JJ, confesso
que já haviam passado quase três meses e
aquilo não saía da minha cabeça. Durante
esse tempo, eu evitei tudo que me levasse
até ele, principalmente aquela ruazinha
endemoniada quando eu tinha que ir na
casa de Sarah ou algo do tipo. Aquela rua
era um ótimo atalho, me fazia chegar nos
lugares bem mais rápido, pena que as
coisas tiveram que ser assim. Que drama.
As vezes via JJ de longe e fazia o
máximo para ele não me ver.

Ok, era exagero eu sei, mas acontece que
ele era um cafajeste e mesmo eu sabendo
disso, fui pra cama com ele, porque eu
não tive a capacidade de resistir, ou de
inventar uma desculpa do tipo " estou menstruada" e também, por Topper. Eu havia
feito tudo por Topper , o que fazia eu me
sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo
tempo, JJ havia me dado sensações
que até então eram desconhecidas minha.
Então, até agora eu não sabia dizer
se aquela noite havia sido terrível ou
maravilhosa, eu estava confusa e quanto
mais eu pensava, mais eu piorava
situação.

- Então, senhorita Ella. Você não
respondeu minha pergunta. - Ouvi o Sr.
Thompson dizer, e tipo, que pergunta?
Ah eu não sabia, porque tinha algo me
atormentando. Então arrisquei, foda-se: -
Hã... É 10. - Falei. E pude ouvir a risada de
todos da classe.

- Claro, poderia ser 10... - O professor disse.
Se eu tivesse te perguntando alguma
conta e se isso fosse aula de matemática
ou sei lá o que, que envolva números. - Ele
respirou, pois havia falado rápido demais,
como sempre. - Geografia, senhorita
Ella, geografia.

- Ah, obrigada pelo " senhorita" me sinto
super importante. - O professor me fuzilou
com os olhos, mas logo continuou sua
explicação

Logo bateram na porta da sala e o Sr.
Thompson murmurou algo do tipo: "Droga,
adoram interromper minha aula" e foi
abrir.

- Bom dia... - Era a diretora. Mal dia, isso
sim. - Espero que todos estejam tendo
uma boa aprendizagem. - Ela disse sendo
formal. - Mas vamos direto ao assunto,
agora nós temos um " faz tudo" da escola,
ele vai ajudar o professor Robson de
Educação Física, monitorar vocês no
intervalo, e se vocês quiserem algum tipo
de ajuda, podem falar com ele, mas não
abusem claro. Ele vai ficar conosco mais
ou menos seis meses. - Coitada dessa
pessoa, deve ser um cara tão bom e vai
ter que viver esse inferno. Pensei comigo.
A diretora deu uma olhada na porta e fez
um sinal com a cabeça para que a pessoa
entrasse. - Entre
por
favor.

PUTA MERDA. Que droga é essa? Por
um momento, eu não acreditava no que
eu estava vendo, em um movimento super
ninja, coloquei meu capuz e fiquei de
cabeça baixa na classe. Se eu estava me
escondendo? Não... Imagina. Mas foi algo
inútil. Totalmente inútil.

- Srta Ella, você esta bem? - Pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. E
quando levantei a cabeça, todo olhavam
para mim, inclusive... JJ, que fez uma
cara estranhando o fato de o professor me
chamar de Ella, pois para ele eu havia
dito que meu nome era Suzy. Respirei
fundo.

- Sim, só um pouco de dor de cabeça.
P-p-ode continuar. - Gaguejei quando meus
olhos se encontraram com os de JJ, ele
estava parado ao lado da diretora com os
braços cruzados, usava uma camisa preta
simples, e uma calça jeans escura, o que
era raro. Seu cabelo estava num perfeito
topete. Ele me olhou e deu um sorriso
sacana bem discreto. Desviei o olhar, que
diabos ele estava fazendo aqui? Pode ter
certeza que o que ele menos precisa é da
merreca que essa escola oferece, porque
boatos dizem que ele vem de uma família
canadense que possui um poder aquisitivo,
aí tem algum dedo podre... Pode ter
certeza.

Pude ver as garotas tudo babando
enquanto JJ se apresentava. Ridículo.
Inclusive ela, a rainha da rainha da rainha
da rainha das putas, Bárbara. Eu odiava
essa garota. Odiava.

- Então... - Ele tentou ser um pouco formal, mas aquilo não combinava com
ele. - Eu vou estar aqui para o que vocês
precisarem, qualquer coisa já sabem, me
procurem. - JJ falava isso com um ar
do tipo "Pra tudo mesmo, inclusive, sexo"

Enquanto ouvia JJ falar, evitava
totalmente contatos visuais, tentava me
concentrar nos rabiscos que eu havia feito
em meu caderno. Aquilo estava estranho o
suficiente.

- Para tudo o que a gente precisar mesmo,
sr Maybank? - Bárbara disse com o cu
piscando e o olhando maliciosamente e
JJ retribuiu o olhar. Daqui há uma
semana todas as garotas daquela escola já
estariam em sua cama. Ah e sem contar
que Sr. Maybank, não combina nada com JJ.

- Sr. Maybank? Hmm... Gostei. - Ele disse. -
E sim, para tudo que vocês precisarem
mesmo. - JJ sorriu e deu uma
piscadinha, em seguida ajeitando algum fio
rebelde de seu cabelo, o que fez as garotas
babarem mais ainda.

- Ele é gostoso pra caramba, ter uma noite
com ele é tudo o que eu mais quero agora. - Ouvi uma garota falando para outra
atrás de mim. E poderia simplesmente me
aparecer e dizer: "Chupem. eu iá tive esse privilegio" mas eu era humilde... e aquilo
não era um privilegio. Mal sabiam elas o
tipo de pessoa que JJ era.

- E você... - JJ disse e apontou para
ninguém mais, ninguém menos do que...
euzinha. - Tem alguma pergunta? - Ele deu
um sorriso, pois ele estava fazendo aquilo
por pura implicância, óbvio.

- Não. - Respondi severamente.

- Tem certeza? - Ele insistiu e pude ver
diversão em seu olhos.

- Absoluta. - O encarei confiante e levantei
uma sobrancelha, ele ficou me olhando
profundamente por alguns segundos,
piscou e desviou o olhar. Estremeci, droga.

JJ logo se retirou da sala com a
diretora, que se duvidasse, até ela, ele
lanhava. E possibilitou o professor de
continuar a sua aula.

- Srta Ella, você pode me fazer um
favor? - O professor perguntou.

- Sim... - Respondi.

- Vá na secretária e me traga algo que
preste e que não fique se desgastando para que eu possa escrever na porcaria desse
quadro. - Senti irritação em sua voz, quase
ri.

- Ok. - Levantei-me e saí da sala, desci
alguma escadas meio que correndo, porque
eu simplesmente adorava fazer isso, mas
dessa vez não foi uma ideia muito boa, pois
pisei em um degrau em falso e caí escada a
baixo.

- Droga! - Falei alto, não havia me
machucado muito, só havia causado uma
dor suportável em meu tornozelo.

- Você está bem? - Uma voz rouca disse
entre risadas, enquanto eu tentava me
levantar com certa dificuldade. - Você é
uma anta mesmo. Como conseguiu cair
desse jeito? - Maybank riu mais uma vez. - Eu
queria que o corredor estivesse cheio para
ver todos rindo da sua cara.

- Idiota.

𝙋𝙊𝙎𝙎𝙀𝙎𝙎𝙄𝙑𝙀 | 𝙅𝙅 𝙈𝘼𝙔𝘽𝘼𝙉𝙆Onde histórias criam vida. Descubra agora