3.Christopher

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— Oi, estranho — Felix diz ironicamente, ele não parecia estar contente em me ver.

— Estranho? Você já sabe quem eu sou — levanto uma sobrancelha.

— Mas você não deixa de ser estranho me stalkeando dessa forma — ele me encara sério.

— Olha, eu não costumo me importar tanto com as pessoas, não da maneira que estou fazendo com você, então você deveria aproveitar — sorrio de maneira prepotente.

Ele respira fundo e revira os olhos. Ficamos um momento em silêncio, ele parecia estar considerando a proposta.

— Que seja — ele diz meio irritado.

— O carro está logo ali, vamos.

Eu me sentia satisfeito por tê-lo convencido e me esforço para conter um sorrisinho de satisfação.

— Entra aí.

Abro a porta do passageiro para ele. Ele me analisa com os olhos cerrados e, logo em seguida, entra no carro.

Eu não posso negar que seja um pouco exibicionista, porém tinha a leve impressão de que esfregar as coisas na cara de Felix não ajudaria na minha tarefa de me aproximar dele. Então, escolho um Honda Civic para ir buscá-lo, era um carro até que comum pelas ruas de Sidney e favorecia na hora de não chamar tanta atenção.

Quando dou a volta no carro e assumo meu lugar no lado do motorista, percebo Felix com os olhos penetrados em mim.

— O que foi? — me viro para ele.

— Como garantir que você não vai ser seguido novamente e causar outro acidente?

— Você sabe do processo, não é?

Seu rosto assume uma expressão confusa, então continuo.

— Tudo o que aconteceu foi exibido em noticiários e agora temos um processo aberto.

— Temos? — ele pergunta confuso.

— Sim, eu te atropelei, então estamos todos envolvidos no processo, eu, meu motorista, você e os paparazzis que estavam nos seguindo. Provavelmente você deve ter recebido uma carta ou um email sobre isso tudo — falo meio sem graça — De qualquer forma, meu pai conseguiu uma ordem de restrição pra mim, então os paparazzis vão ter que me dar um tempo por enquanto.

— Entendi. E nesse processo nós estamos um contra o outro? Seria bem oportuno estar aqui tentando compensar o que fez só pra eu pegar leve na hora de falar sobre o que aconteceu — ele me olha de maneira desafiadora.

— Olha, é claro que ficaremos contra e eu concordo que devo a você, mas o meu maior adversário são as pessoas que estavam me seguindo — falo sério e respiro fundo — Eu não quero que você pense que estou fazendo isso pra me safar.

Meio bolado, ligo o carro apertando o botão na chave.

— Eu vou te levar pra sua casa e depois juro que não vou mais atrás de você — mordo o lábio inferior — Pode me passar seu endereço?

Entrego meu celular para ele para que ele coloque o endereço no GPS. Não olho para ele enquanto saio com o carro. Eu estava chateado por ele ter tido esse tipo de pensamento sobre mim. Ficamos um bom tempo em silêncio antes que ele finalmente puxa assunto.

— Por que você tinha paparazzis na sua cola? — ele não me olha quando faz a pergunta.

— Meu pai é dono do Bang's Hospital, conhece? — olho para ele por um momento.

— Aquele hospital de cirurgia plástica? 

— Sim.

— Então é o seu pai que tem aquele programa onde mostram vários procedimento e resultados da cirurgia? — ele pergunta com um sorriso divertido no rosto.

Hello Stranger (Chanlix)Onde histórias criam vida. Descubra agora