Extra: Madara pra você, Madara pra mim, Madara para todos

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Notas:

Não faça perguntas pra quais você definitivamente não quer a resposta.

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Iruka não era um guerreiro. 

Ele era um shinobi, sem dúvidas. Ele poderia ser discreto, poderia cortar gargantas sob  um manto de sombras, poderia invadir locais secretos com uma grande explosão. Ele podia, mas não gostava. Ele era um shinobi, mas não tinha a alma de um guerreiro.

Não como Kakashi e Tsunade-shishou, até mesmo Naruto, doce e bobo Naruto, era um guerreiro. Mas Iruka não.

Umino Iruka era um professor. Ele era emocional e estressado, seu coração estava nas mangas e sua mente sempre voltada para proteger, ensinar e ajudar em vez de arruinar, destruir e matar.

Provavelmente foi por isso que quando ele se tornou um iryo-nin, mesmo que fosse tecnicamente contra sua vontade, ele sentiu como se um peso fosse retirado de suas costas. Médicos tinham apenas uma única obrigação em campo de batalha: ficar na retaguarda, curar os feridos, se manter vivo e, nunca, em hipótese alguma, tirar uma vida.

Claro, ele estava isento dessa regra. Havia um losango roxo escuro sob sua bandana e a força de cem homens em seus punhos, mas esse não era o ponto. 

Ele ainda era um médico. Byakugou ou não, exceção ou não, ele levou a sério o juramento que fez antes de formar o selo dos cem com sucesso. 

Ele pretendia levar a sério.

Até que ele se viu em campo de batalha, meio morto de cansaço, curando o máximo de aliados possível. Seu chakra era suficiente, mais do que suficiente. Haviam inúmeros outros iryo-nins que também estavam com ele, curando shinobis a cada passo que davam. Em algum lugar do deserto nublado onde eles estavam, clarões, pulsos massivos de chakra, gritos e rugidos eram ouvidos constantemente, muitos dos quais eram familiares.

Às vezes, uma besta azul escura gigantesca era vista entre toda a poeira extremamente alta. Ondas se chakra viriam daquela coisa, fazendo os ouvidos de Iruka zumbirem e sangrarem. 

Em algum lugar dentro daquela besta, um homem que, na mente de Iruka, era gentil e portador de uma aura paterna, era o responsável por todos os feridos que ele já havia curado hoje. O assassino de cadáveres que foram,, milagrosamente, arrastados da linha de frente a retaguarda. 

No deserto de baixa visibilidade, Uchiha Madara, num frenesi louco, massacrava a aliança shinobi sem parecer se esforçar.

Sem parecer se importar. 

Iruka não era um guerreiro, portanto ele não entendia a mente de um. Ele era um professor e um médico, ele era um homem simples que usava o coração nas mangas. Crescendo sob os cuidados de Hiruzen, Iruka também esteve próximo suficiente de Danzou Shimura para ouvir uma ou duas histórias de terror envolvendo Madara Uchiha. 

O Fantasma Uchiha, que fundou e tentou destruir Konoha. 

Mesmo Sandaime parecia ter comido algo amargo a menção do nome. Mas Iruka era jovem e nunca deu atenção ao desgosto de seu tutor e Danzou. Aqueles dois velhotes não pareciam gostar de muita gente de qualquer maneira, era fácil levar tudo aquilo de ânimo leve.

Quatro anos atrás, no entanto, ele se viu cara a cara com o Fantasma Uchiha. O homem sorriu para ele e o chamou de idiota. Ele segurou seu rosto e o olhou com os mesmos olhos doces que sua mãe costumava ter. Ele parecia dividido entre estar orgulhoso e divertido. 

Era estranho, porque o pequeno Iruka não tinha ideia de quem era Uchiha Madara, mas o grande Iruka tinha. Ainda assim, a gunbai nas mãos dele, a arma que havia sido um pesadelo de muitos inimigos, tinha sombras fracas, reminiscências de uma superfície que uma vez foi riscada com caneta e lápis de cor, cuja tinta foi retirada tarde demais, deixando para trás manchas sombreadas. 

Irukas! Irukas em todo lugar!Onde histórias criam vida. Descubra agora