Capítulo 1

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Um • O primeiro encontro
| América |

Vivo com meus avós desde que possuo onze anos, pois assim que meu pai faleceu deixou minha mãe com muitas dívidas então tive que vir para cá. Não era um problema no começo, na verdade nunca foi e nunca vai ser, eu apenas não curtia que minha mãe estava em outra cidade vivendo sua vida, por mais que não estivesse em boas condições, e eu aqui com meus avós maternos, sozinha. Eu achava injusto ter que ficar longe Dela pois tu havia acabado de perder meu pai, e com essa mudança parecia que eu estava perdendo minha mãe também. Mas com o tempo eu fui me acostumando, e agora que tenho outras oportunidades, não quero aceitar.
Digo isso pois pouco tempo depois minha progenitora me informou que havia conhecido um homem, com a situação mais ou menos igual a Dela, estava viúvo e tinha um filho, mas diferentemente de nós ele possuía uma boa condição financeira.

Bem, a poucos dias atrás a mesma me informou de se casamento, e ainda pediu para que eu morasse com eles e com o menino que eu nunca havia visto. Relutante neguei inúmeras vezes, mas meus avós me convenceram e me ajudaram a aceitar esta situação, e ainda prometeram a mim que eu poderia voltar a qualquer hora para a minha vida normal. Mas meu maior medo era gostar tanto e acabar me esquecendo de quem cuidou de mim como pais reais, e de quem me tirou de um indício de depressão pós perda.

– Irei sentir falta de vocês.– pronunciei dando um último abraço em meus avós, o meu voo havia acabado de ser chamado, e essa era minha última despedida.

– Você não imagina o quanto irá fazer falta.– vovó respondeu.

– Nós te amamos, América.– foi a última coisa que ouvi antes de passar no portão de embarque.

Parte do meu coração doía muito em deixá-los, mas como já podem ver, eu sinto muito a falta de uma figura materna que não seja minha avó, por mais que eu a ame eu já estava acostumada a minha mãe para ter uma mudança tão drástica.

Horas depois chego no aeroporto e me deparo com um lindo automóvel, daqueles que nós vemos nos filmes, e advinha quem estava lá dentro? Minha querida mãe, e ainda ostenta seu lindo sorriso branco e acena para mim enquanto me aproximo. Os dois descem do carro e eu me alegro ao ver minha progenitora feliz, abracei-a forte e Fernando, meu padrasto, também me abraçou.

— Oi.— digo quebrando o silêncio caótico entre nós e os dois arfam.

— Oi meu amor!— minha mãe disse meio emocionada, e ainda não me soltava de seus braços.

— Olá América!— Fernando disse. Eu acenei meio sem graça e ele abriu a porta para eu entrar no carro.

Entrei no mesmo e quieta observei a paisagem de meu novo lar, aqui era lindo e eu estava começando a gostar, mesmo tendo acabado de chegar.

— Novidades?— pergunto puxando assunto só para o silêncio não se prolongar.

— Por enquanto só o casamento, querida.— Minha mãe responde sorrindo meio sem graça, não nos vemos a muito tempo por isso ela está assim.

— América.— meu padrasto me chamou.— Hoje eu e sua mãe vamos sair pra resolver as coisas do casamento, vamos te deixar em casa e a empregada te ajudará em tudo que precisar.

— Tudo bem.— falei e voltei o meu olhar a janela.

Chegando lá os dois já se prontificaram para o próximo compromisso, então me deixaram com a empregada, Luzia, que foi um amor e mostrou tudo pra mim. Subi as escadas pra conhecer meu mais novo quarto, e ele era lindo, grande e cheio de coisinhas fofas. Tinha também um closet e um banheiro só pra mim!

"Até que em fim não iria mais brigar com meus primos pra ver quem toma banho primeiro!" Pensei.

Tranquei o quarto e tomei um banho delicioso, depois coloquei um blusão com um short jeans preto. Fui conhecer mais um pouco o andar de cima e acabei ouvindo um barulho muito alto de video game vindo de um dos quartos, bati ninguém abriu então abri a porta e me deparei com um menino loiro, ele se contorcia para jogar e eu ri da situação.

— Oi!— gritei para ver se ele me escutava e ele virou-se para mim.

— Oi.— o garoto desconhecido desligou o video game e começou a falar.— Você deve ser a América, não?

— Eu mesma, prazer.— estendi minha mão e ele ao invés de apertar me puxou para um abraço. Sentiu bem o cheiro do meu perfume, e eu acabei ficando um pouco assustada, e acabei me afastando dele.

— Você é linda.— ele disse me encarando, como não é costumeiro eu receber elogios corei imediatamente.

Faça isso parar. Pedi ao meu cérebro, mas parecia que ele não estava obedecendo meus comandos.

— Obrigada.— Desviei o olhar observando o quanto esse quarto era bagunçado.

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