7 - Museu

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Narrado por Itachi. Boa leitura!

Sinopse: O coração de Itachi era como um museu e Shisui era a sua maior relíquia.

Angst | Universo Alternativo | +16

Na primeira vez que te vi, você sorriu lindamente para mim quando me cumprimentou e o meu estresse imenso não permitiu que eu desfrutasse dessa bela visão. Era o meu primeiro ano como professor e a minha turma era composta de crianças de idades entre sete e oito anos, e por isso eu não podia me dar ao luxo de me distrair.

Você agiu de forma compreensiva e, sem que eu pedisse, me ajudou a conter a animação dos alunos, mantendo-os comportados e em silêncio enquanto escutavam a sua explicação.

A escola onde eu trabalhava costumava levar as crianças para passeios em museus e feiras de ciências, mesmo as mais pequenas como as da minha turma e, naquela tarde fresca de outono, estava eu e mais dez alunos, no museu de história do Japão, ouvindo atentamente o seu discurso sobre cada uma das obras expostas.

Era inacreditável a forma na qual você prendia a atenção deles, explicando sobre todas aquelas relíquias da forma mais simples que possível. Meus alunos estavam encantados, mas não tanto quanto eu.

Houve um intervalo durante a sua explicação e enquanto os alunos se alimentavam na praça de alimentação, sob minha supervisão constante, você se aproximou com o seu belo sorriso e me entreteve com sua inteligência e carisma.

Você me fez rir sem esforço algum e eu me senti tão inocente quanto aquelas crianças quando notei que você tinha toda a minha atenção.

No final do dia, nos despedimos e eu me permiti um momento de distração para admirar seus lábios quando você sorriu. Imagino que tenha percebido, não fiz questão de esconder.

Um ano depois, o mesmo passeio, no mesmo museu e você estava lá novamente. Ainda mais bonito. Como consegue, Shisui? Como consegue estar em meio a tantas relíquias e ainda ter toda a minha atenção voltada a você?

Daquela vez, havia outros professores para me auxiliar e, em um intervalo, o chamei para tomar um café. Você me levou até uma confeitaria fora do museu, um lugar lindo, colorido e repleto de doces que, normalmente, teriam toda a minha atenção mas, novamente, você estava lá. Era impossível que meus olhos se desviassem da sua imagem.

Só permiti que isso acontecesse quando você me beijou e então eu os fechei, para sentir melhor seus lábios sobre os meus.

Ano após ano, eu visitava o museu com meus alunos, contando com a sua presença. E você sempre estava lá.

Em um desses passeios, você parecia estar repleto de saudade, assim como eu, e eu fiz algo que jamais pensei que faria, o deixei me amar dentro do banheiro do museu.

Eu cobri meus lábios com uma das mãos, sentindo você me segurar pelas pernas, me pressionando contra a parede enquanto se enterrava fundo em mim, lentamente, gemendo baixinho e me olhando nos olhos.

Eu jamais me esquecerei da visão maravilhosa que era o seu rosto rubro, sua testa molhada de suor e seus lábios entreabertos de prazer, me encarando como se eu fosse a maior obra de arte daquele lugar.

Foi isso que você disse em meu ouvido quando nos derramamos juntos.

Ansiosamente, eu esperei por nosso próximo encontro e mal pude me conter, me jogando em seus braços na primeira oportunidade que tivemos, beijando-o com toda a minha vontade.

Notei o quanto você estava sem fôlego e o quanto parecia cansado, mas você me beijou antes que eu insistisse por uma resposta, me fazendo esquecer dos questionamentos quando invadiu minhas roupas com uma das mãos.

Você poderia ter me contado a verdade.

Eu teria te observado uma vez mais.

Teria desfrutado de seu toque uma vez mais.

Diferente das obras expostas naquele lugar, eu poderia senti-lo nas pontas dos meus dedos, nos meus lábios e em toda a minha pele. E teria o feito novamente, se eu soubesse que era a última vez.

No ano seguinte, não foi o seu sorriso que me recebeu na entrada do museu. E eu questionei ao funcionário sobre você, recebendo como resposta um olhar triste e um sorriso pesaroso. A pior coisa que meus olhos já viram.

"Shisui perdeu a luta contra uma doença incurável". Foi o que ele disse. "Faz mais de um ano que ela foi descoberta e ele se foi há alguns meses".

Você deixou esse mundo e eu senti como se ele tivesse perdido a sua melhor obra.

Felizmente, em meu coração, você seria como uma peça em um museu. Não uma qualquer, mas a melhor delas, a mais rara e preciosa relíquia, Shisui.

Notas finais:

Tava na hora de escrever um angst, né?

Espero que tenham gostado, obrigada por ler!

Desafio: 30 dias de OTP - ShiItaOnde histórias criam vida. Descubra agora