Único;

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  O Sol havia raiado mais cedo naquela manhã. As nuvens grossas mascaravam os raios dourados do amanhecer. Nuvens carregadas, provavelmente traziam uma chuva forte.

  Parou na janela do cômodo onde uma cozinha improvisada fora instalada e observou o céu. Suspirou, puxou o ar gélido da matina com força para dentro dos pulmões. O cheiro da relva
úmida pelo orvalho da noite, o odor rústico dos móveis envelhecidos que decoravam a casa antiga. Pousou os olhos sob uma montanha ao horizonte. Ele adoraria ver isso, pensou alto, consigo mesma. Esse pensamento a desnorteou, mudou o peso do corpo para outra perna. Ajeitou uma mecha do cabelo ruivo atrás da orelha. Suspirou cansada, as mãos na cintura. Agora, silenciosa, concluiu; porra, ele fazia muita falta.

  Há muito tempo aquele sentimento lhe perseguia — embora acreditasse que essa
sensação jamais deixaria seu íntimo —, acostumou-se a sentir a vastidão causada pela saudade em seu peito. Um tiro teria doído bem menos. Às vezes se pegava pensando no que seria capaz de fazer para o ter de volta. Vingança por muito tempo fora sua meta, seu objetivo de vida, mas ela já havia deixado esse ideal para trás. Se caso fosse o trazer de volta, faria qualquer coisa. Ela já havia ultrapassado o limite da mente, não hesitaria em morrer para que ele ficasse em segurança. Porém, isso era como uma faca de dois gumes. Faria isso por ele, mas não mais. Agora, ela tem outras coisas com que se preocupa, outras pessoas que ela deve manter em segurança. E, conhecendo aquele velho cabeça dura, teria certeza que ele entenderia seu lado caso ela não morresse para o salvar. Ainda
assim, ela morreria por ele em outras épocas.

  Sua mão, antes ágil, agora hesitante, girava lentamente a maçaneta do quarto em que
costumava passar boa parte de seu dia — quando não estava cuidando de uma jovem
criança que, pelos deuses, era muito enérgica. A ponta dos dedos percorrendo algumas memórias de sua infância conturbada ao lado daquele que lhe fazia falta. Não resistiu à
tentação de abrir um de seus gibis de histórias em quadrinhos. Folheando as páginas, o cheiro de mofo lhe invadiu as narinas causando uma pequena irritação. Fazia tanto tempo que não mexia neles? Suas coleções lhe arrancaram um sorriso tímido, mas verdadeiro.

  Uma memória boa lhe veio à tona. Mas não durou, não tanto quanto gostaria. Se virou,
devagar, quase que com medo. De frente para a mesa, o objeto naquela sala mais
contraditório de todos. O que mais tinha recordações boas para guardar e também, o que mais lhe trazia sensações ruins. Era doloroso lembrar dele. Com as mãos trêmulas, tirou o violão antigo de seu suporte na parede. Assoprou a camada grossa de pó instalada nele. Tomou coragem, se sentou em sua cadeira que rangeu ao receber seu peso. O olhou
fixamente por um tempo. Flashs e imagens antigas se misturando em sua mente, formando um filme terrivelmente dramático. Bem, sua mente não era sua melhor amiga.

  Voltou a atenção às cordas. Ao corpo do violão. O segurou com força, aproximando o instrumento de
seu corpo. Duvidou que pudesse fazer aquilo novamente, mas sabia que isso seria a última coisa que ela esqueceria em sua vida. Apoiou os dedos sobre as casas específicas,
encaixou a mão na parte debaixo do violão para dedilhar as cordas. Respirou fundo de
novo. Depois de tocar o primeiro acorde, algumas notas falhas pela perda de habilidade, pronunciou o primeiro verso;

If I ever were to lose you...










e aí galera leitora? pra quem me conhece eu sou muito fã de escrever sobre animes, mas dessa vez eu inovei e criei uma fanfic paralela ao final de um jogo que eu a-mo, The Last of Us lançou o segundo jogo da franquia e pra mim, foi um sucesso total, eu amei demais o enredo e os afins. Bem, se você conhece o jogo provavelmente vai captar as referências que eu deixei subliminares na escrita. Se gostou, deixa sua avaliação nos comentários e uma estrelinha pra ajudar a autora <3

obrigada por ler!

&quot; - Pain.&quot;Onde histórias criam vida. Descubra agora